Prova do - COMVEST (2023) - Questões Comentadas

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Leia o depoimento da professora e ativista indígena Célia Xakriabá.
“E o mundo, por exemplo, olha para a Amazônia por satélite. O mundo olha pra essa Amazônia com um olhar de satélite, por cima, e só consegue enxergar o verde e a beleza dos rios. Mas a vida dessas pessoas aqui embaixo, que não consegue ser olhada, tem sido impactada, e ninguém cuida das pessoas. As pessoas querem proteger as árvores, o rio, mas não cuidam das pessoas que protegem as árvores e os rios. A gente precisa inverter os olhares, porque a vida dessas pessoas é mais importante, porque são elas que mantêm a floresta em pé. São elas que conseguem proteger o rio a partir desse modo de vida, de respeito com a natureza, o meio ambiente, a fauna, a flora, tudo que nos cerca. Porque a gente compreende, também, que somos parte, que nós somos ela, que a gente está conectado em todos os sentidos.” 
(Disponível em https://www.instagram.com/reel/Ce3ZthyFw1a/. Acesso em 20/07/2022.)
Em seu depoimento, a indígena destaca a existência de uma relação de

  • A interdependência entre a vida humana e os ecossistemas da floresta, o que nem sempre é reconhecido pelo grande público. 
  • B superioridade do ser humano perante outros tipos de vida na floresta, o que nem sempre é aceito pelos povos indígenas.
  • C distanciamento do público em geral para com a vida na floresta, o que nem sempre é noticiado corretamente na mídia.
  • D proteção, pelo grande público, da natureza e do meio ambiente, o que nem sempre é favorável para a vida na floresta.

Árvore ameaçada de extinção é sagrada para o povo xokleng; iniciativa calcula já ter produzido 50 mil mudas.
Reflorestar a Terra Indígena Laklãnõ Xokleng com sua árvore sagrada, a araucária, é o objetivo de um projeto criado no oeste de Santa Catarina. O trabalho, segundo os indígenas que participam da iniciativa, já resultou em 50 mil mudas.
A população de xoklengs em Santa Catarina está estimada em 2.200 pessoas. A área, reivindicada para demarcação, é a base para o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a tese do marco temporal – critério segundo o qual indígenas só poderiam requerer terras já ocupadas por eles antes da promulgação da Constituição de 1988.
“A araucária representa nossa vida, o ar que a gente respira, a árvore sagrada que nossos ancestrais deixaram para nós há mais de 2.000 anos”, diz Isabel Gakran, que ocupa o cargo de kujá, uma jovem xamã. Ela e o marido, Carl Gakran, são os idealizadores do Instituto Zág (araucária, na língua xokleng). 
(Adaptado de LUC, M. Projeto de indígenas planta araucárias em Santa Catarina. Folha de São Paulo, 16/07/2022.)
No gênero notícia, predomina a função referencial da linguagem. No texto, o que evidencia essa predominância é a

  • A informação de um fato atual de forma direta e objetiva, com base em dados concretos.
  • B expressão de uma opinião sobre o problema da demarcação de terras indígenas.
  • C divulgação, com o objetivo de influenciar o leitor, do projeto de reflorestamento.
  • D estruturação da mensagem com escolha cuidadosa de palavras em sentidos figurados.

Assinale a alternativa que mantém o mesmo sentido do primeiro enunciado do texto, reproduzido a seguir.
“A mãe do Brasil é indígena, ainda que o país tenha mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo."

  • A A mãe do Brasil é indígena, já que o país tem mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo.
  • B A mãe do Brasil é indígena, embora o país tenha mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo.
  • C A mãe do Brasil é indígena, ao passo que o país tem mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo. 
  • D A mãe do Brasil é indígena, assim como o país tem mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo.

Em “Nunca vou entender o nacionalismo estrangeiro que muitas pessoas têm”, a autora recorre à figura de linguagem

  • A comparação.
  • B paradoxo.
  • C metáfora.
  • D metonímia.
Pranto Geral dos Indígenas do Javari Wilmar D’Angelis
Ouço o lamento marubo das mortes anunciadas.
(...)
Não faz tempo, parecia serem fatos isolados; no dizer de autoridades: “infeliz fatalidade”. Mas já não existem meios de esconder a realidade, ou negar os interesses por trás dessas crueldades.
(...)
Ouço vozes embargadas pelo choro dos matsés; os prantos intermináveis dos korubus consternados, e o mais profundo lamento nas línguas desconhecidas de povos abandonados.
Nos unimos aos seus prantos que nos vêm do Javari. Também a floresta chora seus filhos mortos ali. Ela já os adotara e chora ao vê-los partir.
(Adaptado de: https://kamuri.org.br/kamuri/pranto-geral-dos-indigenas-do-javari/. Acesso em 22/07/2022.)
As palavras que resumem os principais temas do poema são
  • A luto e união.
  • B tristeza e natureza
  • C fatalidade e floresta.
  • D crueldade e vozes.