Prova da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) (2009) - Questões Comentadas

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Analise as afirmações sobre o poema “Litania dos pobres”, de Cruz e Sousa e, em seguida, assinale as verdadeiras (V) e as falsas (F).

( ) O poema é composto por dísticos rimados que lhe conferem musicalidade – característica comum do Simbolismo.

( ) A temática central gira em torno da denúncia social, muito comum entre os simbolistas que se preocupavam demasiadamente com as questões sociais.

( ) Ele possui alto poder sugestivo, trazendo, através de adjetivos, qualificadores para definir os miseráveis.

( ) Apresenta várias características típicas do Simbolismo como a subjetividade, o universalismo e a racionalidade.

A sequência correta é:

  • A F, V, V, F.
  • B V, F, V, F.
  • C F, F, F, V.
  • D V, F, F, V.
  • E V, V, V, F.
Assinale a alternativa correta sobre Dom Casmurro, de Machado de Assis.
  • A O romance em si é um simples acidente, sendo fundamentais e orgânicas na obra a descrição dos costumes e a filosofia social que lhe está implícita.
  • B Com este romance o escritor faz a liquidação dos saldos do Segundo Reinado e estabelece o divisor de águas entre o tipo patriarcal e o tipo burguês de civilização, representados no terreno da organização política, respectivamente, pela Monarquia e pela República.
  • C Romance complexo e ambicioso, Dom Casmurro faz um estudo da desagregação psicológica do protagonista, cuja loucura é tratada com agudeza humorística.
  • D A situação criada no romance já é por si mesma absurda, sugerindo uma espécie de mascarada confessa, em que o verdadeiro autor ajusta ou retira a máscara nas barbas do leitor, como quem não leva a sério os compromissos de artífice, isto é, fabricando uma ilusão romanesca e criando um ambiente que dê aos leitores certo simulacro de vida a evolver no tempo.
  • E Por meio de um discurso ordenado e lógico, o protagonista procura resolver sua angústia existencial, incorrendo em duas falácias, ao estabelecer sua verdade: do ponto de vista estritamente jurídico, peca por basear sua persuasão no verossímil e, do ponto de vista moral-religioso, por sustentar suas justificativas pelo provável.

Julgue verdadeiras (V) ou falsas (F) as assertivas acerca da relação entre os aspectos expressivos, gramaticais e semânticos do fragmento do poema:

( ) Na expressão “prantos negros” (v.5), o poeta lança mão de uma figura de linguagem denominada sinestesia.

( ) O substantivo “céu”, na sexta estrofe, tem seu sentido modificado em função dos verbos que o acompanham.

( ) O substantivo próprio “Espaços”, na oitava estrofe, evoca um ser superior a quem se dirige a súplica justificada pelo título do poema.

( ) A unidade de sentido do poema é perturbada pelo fenômeno da elipse, cujo referente não é recuperado no próprio texto.

A sequência correta é:

  • A V, V, F, F.
  • B V, F, F, V.
  • C F, V, F, V.
  • D V, V, V, F.
  • E V, F, V, V.
Assinale a alternativa que apresenta a análise crítica do excerto do capítulo XXXIII (“O penteado”), de Dom Casmurro, de Machado de Assis, apresentado a seguir.
– Pronto! – Estará bom? – Veja no espelho. Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada, de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto, que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclineime depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de um na linha da boca do outro. Pedi-lhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer-lhe que estava feia; mas nem esta razão a moveu. – Levanta, Capitu! Não quis, não levantou a cabeça, e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus, e...
  • A Quase toda a obra de Machado de Assis é um pretexto para o improviso de borboleteios maliciosos, digressões e parênteses felizes. (Augusto Meyer).
  • B Que excelente, e penetrante, e fino estudo da mulher nos deu, como a brincar, recobrindo-o de riso e de ironia, o sr. Machado de Assis, nesta sua Capitu! (José Veríssimo).
  • C A problemática de Dom Casmurro ultrapassa, por assim dizer, o esquema rígido das relações propostas apenas por este romance, pois não é só ele que reflete o problema do amor/ casamento/ciúme na sociedade patriarcal brasileira. (Silviano Santiago).
  • D A grande contribuição do humorismo na obra de Machado de Assis foi permitir-lhe revelar as tacanhas proporções da sua gente sem resvalar nem para a declamação nem para a caricatura. (Lúcia Miguel Pereira).
  • E Na obra de Machado de Assis as mulheres são piores que os homens, mais perversas. (Mário de Andrade).
Assinale a alternativa correta sobre Luuanda, de José Luandino Vieira.
  • A Nas três narrativas do livro, o leitor tem à disposição um precioso trabalho com a linguagem que torce e retorce a língua portuguesa, explorando a capacidade de refletir esse outro universo cultural que o escritor tem como objeto de seu inquieto olhar.
  • B A escolha do espaço está associada à opção por personagens que acabam por se integrar à ordem que regula a sociedade colonial. Vavó Xixi e Zeca Santos, seu neto; as vizinhas Bina e Zefa; o menino Beto; Xico Futa; Lomelino dos Reis; Garrido e Inácia são personagens que organizam modos muito singulares de sobrevivência.
  • C O trabalho de elaboração da linguagem nas estórias é capaz de preservar o mundo português da presença dos outros mundos que a cidade guarda, abolidos pela prolongada e feroz dominação.
  • D Ocupando quase sempre o papel de protagonistas da literatura portuguesa, os angolanos cedem, por conta da complexidade cultural em que estava imerso o país, lugar e voz nessas narrativas para os portugueses, que estão dispostos a justificar o processo de colonização.
  • E A alteração do nome da capital de Angola tem implicações na abordagem do espaço que foi, desde muito cedo, um ponto fundamental no império lusitano. O autor valoriza, assim, o ponto de vista dominante, o dos negros, mestiços e brancos pobres que apagaram os vestígios da colonização portuguesa naquele país.