A Última Ceia de Leonardo da Vinci é uma das pinturas mais famosas do mundo, ao lado da Mona Lisa, do mesmo artista. A obra está no refeitório da igreja e convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, na Itália. Atualmente, a igreja é considerada Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas (Unesco).
A Última Ceia de Leonardo da Vinci remonta a passagem bíblica da última ceia, citada no livro como a refeição feita por Jesus Cristo na companhia dos seus doze apóstolos. Na passagem, a última ceia teria acontecido pouco antes de Jesus ser traído, preso e crucificado.
A pintura foi feita por volta de 1495 e 1496, e passou por várias reformas desde então. Parte da obra foi perdida, em função de uma porta aberta no local, fazendo com que os pés de Jesus Cristo tenham sido apagados.
A Última Ceia de Leonardo da Vinci mede 460 X 880 cm, e foi encomendada na época em que a igreja passava por uma reforma. Seu título original, em Italiano, é L’Ultima Cena e também Il Cenacolo. Ela é considerada a primeira pintura do Alto Renascimento.
A Última Ceia de Leonardo da Vinci
A Última Ceia de Leonardo da Vinci começou a ser pintada no ano de 1495, sendo concluída no ano seguinte, embora haja divergências sobre o tempo total do seu surgimento.
A obra foi encomendada por Ludovico Sforza, conhecido como Ludovico il Moro, então duque de Milão, pois naquele local seria feito um mausoléu para a família do nobre.
A obra retrata o momento bíblico em que Jesus Cristo revela aos seus doze discípulos que um deles seria o responsável por trai-lo, o que terminaria com ele preso e morto. A obra retrata as diferentes expressões dos discípulos, vista desde as expressões faciais até os gestos com as mãos e corpo.
A passagem pode ser vista em cinco livros da bíblia, como por exemplo em João 13:21, que diz: “Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair”.
A obra foi pintada em uma parede da igreja de Santa Maria Delle Grazie, em Milão. Ao longo dos anos, a obra sofreu vários tipos de danos, como por exemplo um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial, que afetou a estrutura do local.
A obra chegou a ficar exposta aos efeitos da natureza até a reconstrução do local. Além disso, no século XVII, uma porta foi aberta na parede onde a Última Ceia de Leonardo da Vinci foi pintada, o que acabou removendo parte da pintura.
A abertura foi feita bem no centro da imagem, o que fez com que os pés de Jesus Cristo tenham sido removidos da pintura. Após muitas reformas, A Última Ceia de Leonardo Da Vinci mudou bastante.
Isso aconteceu por conta das várias camadas de tintas usadas nas reformas da obra. A última das reformas levou 20 anos para ser concluída.
Disposição dos personagens
A Última Ceia de Leonardo da Vinci foi feita simetricamente. No centro da figura encontra-se Jesus Cristo. Ele é representado de braços abertos e com expressões tranquilas. O rosto dele está bem no centro da pintura, e seu olho direito é o ponto onde passam todas as linhas.
Os doze apóstolos se dividem em seis de cada lado de Jesus Cristo. Eles estão agrupados em grupos de três, e se conectam por suas expressões e movimentos.
Do ponto de vista de quem está de frente para a figura, da esquerda para a direita estão, no primeiro grupo, Bartolomeu, Tiago Menor, André, Judas Iscariotes, Pedro e João. Após Cristo, na segunda parte, estão Tomé, Tiago Maior, Filipe, Mateus, Judas Tadeu e Simão Cananeu.
Maria Madalena
Muitos estudiosos acreditam que A última Ceia de Leonardo da Vinci guarde muitos segredos e mistérios. Um dos mais famosos diz que quem estaria ao lado direito de Jesus não seria João, e sim Maria Madalena.
O assunto é tão enigmático que já rendeu várias histórias, como o livro mundialmente famoso do escritor Dan Brown “O Código Da Vinci“, que gerou um filme homônimo. Mas além dele, outras histórias falam sobre um possível relacionamento entre Maria Madalena e Jesus Cristo.
Técnicas da obra “A Última Ceia de Leonardo da Vinci”
A última Ceia de Leonardo da Vinci não é pintada com as técnicas de afresco, como era comum na época. O artista quis utilizar em sua obra uma técnica diferente e inovadora, porém o resultado não deu muito certo.
Na técnica do afresco, a pintura é feita sobre o reboco ainda úmido, seja o gesso ou o cal. Com isso, as cores das pinturas são absorvidas pelo revestimento, tornando-as parte da parede ou do teto. Essa técnica dava para as obras mais durabilidade, porém, dificulta as correções.
Da Vinci então resolveu pintar a sua obra na parede seca, porém a nova técnica não deu o resultado esperado. Pouco tempo após conclusão da obra, a pintura já apresentava sinais de desgaste, com algumas rachaduras.
Um dos possíveis fatores que influenciaram o rápido desgaste da obra de Da Vinci é a localização da parede escolhida. Situada do lado norte, a parede ficava próxima da cozinha, o que tornava ela mais exposta à umidade.
Ao longo dos mais de 500 anos da obra, A Última Ceia de Leonardo da Vinci passou por várias reformas e reparações. Em uma das últimas reformas foi encontrado um prego na parede, exatamente no ponto central da obra, ou seja, na cabeça de Jesus Cristo. O prego foi usado para marcar o ponto de fuga da obra, permitindo uma simetria perfeita.
Outras pinturas semelhantes
As passagens bíblicas que relatam o momento da ceia entre Cristo e seus apóstolos são muito emblemáticas para os religiosos. Essas passagens, inclusive, serviram como temas para muitas obras da arte cristã.
Além da obra A última Ceia de Leonardo Da Vinci que retrata esse momento bíblico, outras obras famosas que remontam o momento são:
- Última Ceia – obra em Azulejos – Igreja de São Mamede de Este, Braga;
- Jesus profetiza sua traição por Judas – Carl Heinrich Bloch;
- Instituição da Eucaristia – Fra Angelico;
- Prevendo a Negação de Pedro – Caravaggio;
- Discurso de Adeus – Duccio;
- Novo Mandamento – Igreja de São Pelegrino – Rio Grande do Sul;
- A Última Ceia – Tintoretto.