O Absolutismo Inglês teve seu começo com a centralização do poder nas mãos do monarca. Isso ocorreu na metade do século XV, após a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas.
Com a dinastia Tudor que conseguiu atingir, a partir de 1485, o apoio do Parlamento inglês e da burguesia, contribuindo para a consolidação do Absolutismo na Inglaterra.
Condições para o Absolutismo Inglês
O Absolutismo Inglês se iniciou a partir do século XV com a Guerra das Duas Rosas (1455-1485), que inaugurou a oposição das duas principais dinastias na época: os Lancaster e os York. Os Lancaster eram da nobreza tradicional e os Yorks da nobreza aburguesada.
Após o conflito, Henrique VII assumiu o trono da Inglaterra com a Dinastia Tudor, que governou entre os anos de 1485 a 1509. Sua ascensão ao poder deveu-se ao apoio da burguesia que à época controlava desde logo o poder político do país.
O filho, Henrique VIII, assumiu o trono em 1509 e permaneceu até 1547. Durante seu comando o rei mantinha apoio real para a burguesia e tinha por parte dela o sustentáculo e o controle sobre os nobres do país, que em alguns casos ofereciam resistência ao monarca.
Guerra das Duas Rosas
Foi uma série de lutas de duas dinastias pelo trono da Inglaterra e ocorreram ao longo de trinta anos (1455 e 1485) de forma interrupta, durante os reinados de Henrique VI, Eduardo IV e Ricardo III, ambos apoiavam o Absolutismo Inglês.
Nos campos opostos estavam os York e os Lancaster, que se originaram da dinastia Plantageneta e são descendentes de Eduardo III, que foi rei da Inglaterra entre os anos de 1327 e 1377.
Essa guerra resultou de problemas sociais e financeiros advindos da Guerra dos Cem Anos e combinados com o reinado apontado como enfraquecido de Henrique VI, que perdeu terras francesas conquistadas pelo seu pai, o rei Henrique V de Inglaterra, e que foi severamente questionado pela nobreza.
O final da guerra ocorreu quando um candidato Lancaster mais ou menos afastado, Henrique Tudor, derrotou o último rei York, Ricardo III, e assumiu o trono casando-se com Isabel de York, filha de Eduardo IV e sobrinha de Ricardo III, para poder unir as duas dinastias.
O nome desse conflito se deve aos símbolos das duas famílias, a rosa branca da casa de York e a vermelha de Lancaster. Esse título passou a ser utilizado depois da guerra por historiadores.
Reforma da Igreja
Henrique VIII foi responsável pelo controle do Clero, fazendo uma reforma religiosa a qual rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja Anglicana, tornando-se o representante máximo, ao mesmo tempo que arruinava a influência católica entre os ingleses e dominava as propriedades da Igreja.
Após esse governo, a filha de Henrique VII, Elizabeth I, governou de 1558 a 1603, marcando a consolidação da monarquia e da religião anglicana com 39 artigos e o apoio à pirataria, além de perseguição aos fiéis de outras igrejas, cristãs ou não.
Essas perseguições geraram uma onda de emigração para a América do Norte com o intento de colonizar essa nova região.
Elizabeth I não deixou herdeiros, então seu primo Jaime I – que pertencia a dinastia Stuart- sucede ao trono. Jaime dá continuação à perseguição dos que não eram anglicanos e isso aumenta as emigrações para a América. Seu governo durou entre 1603 e 1625.
A continuidade do trono
No ano de 1625 o filho de Jaime I, Carlos I, assume o poder seguindo a mesma conduta de seus antecessores, intensificando a perseguição religiosa e o Absolutismo. Esse comportamento rígido incomoda o Parlamento e as classes sociais gerando uma guerra liderada por Oliver Cromwell.
Após a derrota sobre o rei Carlos I, Cromwell assume o poder sob o título de Lorde Protetor e governa de 1649 a 1658. Em 1651 criou o Ato de Navegação que ilimitava a entrada e a saída de mercadorias da Inglaterra aos navios de países produtores ou consumidores, aos navios ingleses, e com isso prejudicava o comércio intermediário dos holandeses.
Desde então a Inglaterra passou a ser a potência marítima mundial que se manteve até o fim da Primeira Guerra Mundial, no século XX.
Cromwell morre em 1658 e o governo voltou às mãos dos Stuart, então a Inglaterra teve mais dois reis: Carlos II e Jaime II.
Sua sucessão é ameaçada porque tinha duas filhas do primeiro casamento com uma protestante, e o poder só poderia ser herdado para um filho do sexo masculino. Este nasceu do segundo casamento com uma esposa católica.
Essa influência católica incomodava o Parlamento, pois temiam a volta ao catolicismo e ao Absolutismo. Se reuniram e resolveram convidar o príncipe holandês Guilherme d’Orange, casado com Maria Stuart, a filha mais velha de Jaime II, para invadir a Inglaterra e depor o rei.
Os principais reis do Absolutismo Inglês foram:
- Henrique VII (1457-1509): buscou a pacificação interna da Inglaterra.
- Henrique VIII (1491-1547): reforma da Igreja controlando o clero com o Anglicanismo.
- Elizabeth I (1533-1603): filha de Henrique VIII foi responsável por 39 artigos das leis e apoiava a pirataria. Consolidou o absolutismo inglês.
A Revolução Gloriosa
No ano de 1688, Guilherme d’Orange desembarca na Inglaterra com seu exército, marchou em Londres e ocupou sem nenhum tiro. Jaime II foge para a França e Guilherme foi coroado com o nome de Guilherme III. Essa revolução sem derramamento de sangue foi chamada de Revolução Gloriosa.
Em seu governo surgiu a Declaração de Direitos, que era um conjunto de medidas a qual se caracterizava pelas determinações de que o Parlamento aprovaria ou reprovaria impostos, garantiria a propriedade privada e a liberdade individual como direitos, e ainda determinava a divisão de Poderes no governo.
A burguesia tendo poder nas mãos, passou também a promover o desenvolvimento econômico da Inglaterra. Foi instaurado então a monarquia parlamentar, era então o fim do Absolutismo Inglês.
Revisando o absolutismo inglês
- Subordinação do rei pelo Parlamento;
- Criação do Anglicanismo e ruptura com a Igreja Católica;
- Subordinação da Igreja ao Estado;
- Apoio a pirataria pela coroa inglesa;
- Devido às perseguições aos católicos e outras denominações, foi fundada a primeira colônia inglesa na América do Norte;
- Começou a entrar em crise devido a morte da rainha Elizabeth que não deixou herdeiros;
- Crise acentuada com ascensão ao poder da dinastia Stuart e as revoluções ocorridas no século XVIII.