Água potável é aquela que possui as características adequadas para o consumo dos seres humanos e animais. Ela é incolor, insípida (sem sabor), inodora (não tem cheiro), livre de qualquer tipo de contaminação, como materiais tóxicos ou microrganismos (protozoários ou bactérias) e é indispensável para a sobrevivência dos seres vivos.
Apesar da Terra ser coberta por 70% de água, desse total, a água considerada potável de origem natural é cada vez mais rara. Apenas 2,5% está disponível em rios e lagos que abastecem as cidades e pode ser consumida. Além disso, a escassez de água é um problema que tem afetado o mundo e tem como algumas causas a seca, poluição e má distribuição desses recursos.
Água potável, tratada e mineral
A água potável pode ser natural ou tratada. Natural é aquela que se origina em alguma fonte da natureza e pode ser consumida sem a necessidade de tratamento.
A tratada é a que requer tratamentos para eliminação de possíveis agentes de contaminação, como impurezas ou outros poluentes, tornando-a mais limpa. Entretanto, esse processo gera um custo para o consumidor final.
Já a água mineral, muito consumida pela população, é aquela que brota de fontes do subsolo e nela são encontradas um número considerável de sais minerais, como magnésio, cálcio, potássio, nitrato, sulfato, bicarbonato, entre outros. Ela pode ser bebida da fonte, quando distante de locais poluídos, e é portanto, potável.
Reservas de água no mundo
A hidrogeografia do planeta é irregular e invariável. É composta em sua maioria por água dos mares e oceanos, que são impróprias para consumo por conta da quantidade de sal existente. Uma outra parte está em forma de gelo nas calotas polares, que são locais de difícil acesso. Resta apenas as águas subterrâneas, rios e lagos, que são minoria.
Enquanto alguns países possuem grandes reservas de água, outros são extremamente carentes. Canadá, China, Rússia e Brasil são as nações com as maiores reservas de água do mundo. Já na África e Oriente, os recursos são escassos e a quantidade de litros diários por pessoa varia entre 20 e 50 apenas.
O território brasileiro, apesar de abrigar 12% da água superficial da Terra, possui 70% da sua capacidade hídrica concentrada apenas em uma das bacias hidrográficas, a Amazônica, enquanto que na região sudeste, a mais povoada, essa quantidade chega a 6%.
O Brasil possui ainda importantes reservatórios subterrâneos de água potável, como o Alter do Chão, Furnas, Serra Geral, Aquífero Guarani e Itapecuru, que também são utilizados para consumo.
Acesso à água potável
Apesar da resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2010, que assegura a água e o saneamento como um direito humano tão fundamental quanto o direito à vida e liberdade, o número de pessoas sem acesso à água potável é expressivo, ainda que o consumo per capita (por cada indivíduo) tenha multiplicado mais de dez vezes no último século.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgados em 2017, cerca de três em cada dez pessoas (em um total de 2,1 bilhões) não tem acesso a água potável em casa e seis em cada dez (4,5 bilhões) carecem de saneamento seguro, principais causas de mortalidade infantil.
Para amenizar essa situação, os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas querem acabar com a defecação ao ar livre e assim alcançar acesso universal aos serviços básicos até 2030, o que impedirá que a água das regiões mais carentes continue a ser contaminada por esse tipo de dejetos.
Tratamento de água
A água que abastece as populações passa por um complexo processo de tratamento. Após ser captada dos rios, poços ou barragens, ela é levada para a estação de tratamento onde passa por diversas etapas até se tornar adequada para potável, ou seja, ideal para consumo.
As fases de tratamento são: oxidação, coagulação e floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação, correção do PH e ortopolifosfato de sódio.
Dessalinização
Uma outra forma de tratamento que vem sendo utilizada por alguns países detentores de capital e tecnologia é a dessalinização das águas do mar e aquíferos subterrâneos com salinidade alta. Trata-se de vários processos químicos para a retirada de excesso de sal e outros minerais danosos da água.
Os métodos de dessalinização mais conhecidos são a osmose inversa – utiliza pressão sobre a solução o que faz com que a água seja separada do sal – e a destilação multiestágios, quando se utiliza o vapor a uma temperatura alta para que a água passe por diversos estágios de ebulição e condensação e alcance um grau de pureza elevado. A água doce gerada a partir daí é utilizada para consumo humano ou irrigação.
Entretanto, esse processo é extremamente caro e, consequentemente, inacessível a muitas populações. Muitos países do Oriente Médio, detentores de grandes reservas de energia, por exemplo, conseguiram construir plantas de dessalinização consideráveis. A maior delas em todo o mundo fica em Hadera, no norte de Israel, e resulta em 15% do consumo doméstico de água potável.
Jebel Ali, nos Emirados Árabes Unidos, também produz 300 milhões de metros cúbicos de água por ano. Em Eliat, outra cidade de Israel, toda a água consumida é dessalinizada. Já nos Estados Unidos, a maior planta de dessalinização encontra-se em Tampa Bay, Flórida, e começou produzindo 95.000 m³ de água por dia em dezembro de 2007.