Resumo de Matemática - ALCA

ALCA, sigla de Área de Livre Comércio das Américas, foi um projeto de bloco econômico idealizado pelos Estados Unidos, que visava reunir 34 países das Américas (do norte, do sul e central) em prol de reduzir as taxas de alfândega e facilitar a circulação do livre comércio de mercadorias, diminuindo assim as barreiras entre os países americanos, exceto Cuba.

A ideia foi iniciada na Primeira Cúpula das Américas, realizada em Miami na Flórida, em dezembro de 1994, durante o governo do ex-presidente americano Bill Clinton. O objetivo desse evento era consolidar a agenda do comércio, definir regras jurídicas e práticas de competitividade, incentivar a produção comercial e integrar as economias dos países da América.

ALCA: detalhes e objetivos

A ALCA tinha como objetivo principal eliminar, de forma progressiva, os entraves comerciais entre os países do continente americano. Idealizado inicialmente no governo do ex-presidente dos Estados Unidos George H. W. Bush (1989-1993), pai de George W. Bush, e depois colocado em pauta no governo de Bill Clinton (1993-2001), o acordo dividiu opiniões.

É importante ressaltar que a ALCA foi um projeto que implicava em circulação livre de capitais, serviços e mercadorias, não de pessoas. A União Europeia, permite o acesso de pessoas nos países da Europa livremente, pois prega justiça, segurança e liberdade e o controle de fronteiras é praticamente inexistente, o que garante que os europeus trabalhem ou morem nos países que fazem parte do bloco.

Nas Américas, essa é uma prática que não funcionaria efetivamente nos dias atuais, principalmente por causa da desigualdade entre os países. Muitos latino-americanos iriam para os Estados Unidos e Canadá em busca de condições melhores de vida e trabalho e seriam deportados, por entrarem ilegalmente. Também existe a realidade da xenofobia, em que muitas pessoas não aceitam outras de nacionalidades diferentes trabalhando e residindo em seus países.

Se a Área de Livre Comércio das Américas sair do papel e se tornar de fato um bloco econômico existente, será ainda maior que a União Europeia em termos de PIB. Em 2018, foi estimado um total de mais de 12 trilhões de dólares no Produto Interno Bruto que representaria a ALCA, alcançando em média 850 milhões de sul, norte e latino-americanos.

Trajetória

A ALCA passou por muitas fases de negociações, desde a sua tentativa de implementação em 1994 até 2005, última vez que foi negociada. Os Estados Unidos defendiam o modelo proposto por eles como uma forma de ampliar os mercados e ganhar competitividade econômica, porém esse modelo recebeu diversas críticas, principalmente por favorecer os americanos e trazer possíveis consequências negativas para os países em desenvolvimento.

Relações entre os países e atualidade

Muitos países do continente americano, inclusive o Brasil, não fizeram a adesão ao acordo porque os Estados Unidos teriam superioridade de comando, e outras organizações como Mercosul e ALADI poderiam deixar de existir ou perder força pelo poder que a ALCA teria.

Cuba nunca foi cogitada para participar da assinatura do bloco econômico devido à enorme diferença ideológica que compartilhava com os Estados Unidos. Hoje em dia, o mundo está ciente que a relação entre esses dois países passou por algumas mudanças, mas não é possível afirmar se seria o suficiente para uma eventual inserção de Cuba na ALCA.

A última vez que ALCA foi pauta entre as nações americanas foi na Quarta Cúpula das Américas em 2005, na cidade de Mar del Plata na Argentina. Desde então, na prática, é como se o projeto tivesse sido arquivado. Neste ano de 2019, completam 25 anos desde que o bloco econômico foi idealizado.

Os Estados Unidos, ao lado do Canadá, carregam o status de super potências mundiais pelo fato de serem referência em indústria, tecnologia e economia. Já os outros países americanos que são subdesenvolvidos, não conseguem se relacionar com a parte norte da América por terem menor poder competitivo em suas indústrias, o que pode resultar em prejuízo. O fato de a maior parte da atividade econômica da América Latina ser formada por pecuária, agricultura e extração de minerais também foi um fator determinante para a não assinatura da ALCA.

Os países americanos hoje focam seus esforços no Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e na Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru e México), inclusive em 2019 esses dois blocos econômicos já ensaiaram uma aproximação para o livre comércio entre os países envolvidos. Já os Estados Unidos firmam parcerias e acordos separados com os países que conferem interesse, de forma individual e única.