A América Espanhola, também conhecida como América Hispânica, diz respeito a alguns países da América que serviram de colônias para os espanhóis.
Os países que pertencem a essa lista estão divididos entre América do Sul, América Central e América do Norte.
A colonização feita pelos espanhóis iniciou-se com a chegada de Cristóvão Colombo até as Américas no ano de 1942.
Os limites territoriais que formaram a América Espanhola tiveram início dois anos depois da descoberta feita por Colombo, em 1944, através de um acordo entre Portugal e Espanha.
O Tratado de Tordesilhas, como conhecido o trato que os dois países fizeram, consistia na divisão, entre eles, das novas terras que foram sendo encontradas.
O que foi a América espanhola?
A América Espanhola foi uma das maiores conquistas realizadas pelos espanhóis em toda a sua história. No entanto, ela foi obtida através de muita violência.
Logo quando chegaram na América os hispânicos se depararam com algumas nações no território americano: os maias, incas e astecas.
Essas populações já habitavam nas Américas logo no começo da invasão espanhola e sempre relutaram contra esse povoamento.
Os espanhóis tinham uma superioridade militar em relação aos nativos, isso por conta da alta quantidade de artigos bélicos que possuíam.
Os colonizadores, além de lutarem com uma alta quantidade de armas, utilizavam de cavalos nos campos de batalha para que pudessem ter êxito mais facilmente sobre os colonizados.
O território que foi colonizado pelos espanhóis corresponde a cerca de dezenove países, com mais de 400 milhões de habitantes no total.
Quanto mais a dominação da Espanha crescia sobre a América, a necessidade de montar uma gestão administrativa, vinculada aos interesses mercantilistas espanhóis, também aumentava.
Ao descobriram grandes quantidades de ouro, no império asteca, e de prata, no império dos incas, é que o interesse na administração aumentou exacerbadamente.
Características principais do período
Os espanhóis que fizeram parte das viagens e estavam na América fizeram isso por vontade própria, ou seja, eram iniciativas particulares de cada indivíduo.
Ainda que cada pessoa optasse pela ida a América, era obrigatório que a Coroa Espanhola, na Casa de Contratação, autorizasse o pedido e liberasse a ida.
Uma grande desejo comum dentre os que se aventuravam era o de enriquecimento.
As expedições eram geralmente chefiadas por membros da baixa nobreza da Espanha e as tropas eram constituídas por soldados e camponeses pobres que estavam buscando melhores condições de vida.
Cerca de cem mil espanhóis foi o número aproximado que atravessaram o Atlântico para poder conquistar a nova terra.
Os espanhóis possuíam menos lutadores do que os nativos, mas as armas de fogo, lanças e espadas de metal cooperaram decisivamente com a vitória espanhola.
Na conquista da América espanhola uma característica forte foi a questão biológica, pois o contato que os americanos tinham com os espanhóis muitas vezes fazia com que eles adquirissem doenças que não existiam no território americano.
Ao adquirirem as enfermidades trazidas pelo colonizadores, os americanos acabavam morrendo, piorando ainda mais a condição dos nativos nas disputas.
Os cavalos nas batalhas amedrontavam os nativos, visto que esses animais ainda não eram familiares aos americanos, até aquele momento.
Massacre
A América Espanhola iniciou-se nas Ilhas do Caribe e rapidamente os nativos desta terra foram praticamente exterminados, como mostra o relato de Bartolomé Las Casas, através da obra “O paraíso destruído: a sangrenta história da conquista da América Espanhola”, publicado em Porto Alegre, no ano de 2011:
Sobre esses cordeiros tão dóceis [os nativos], tão qualificados e dotados pelo seu Criador como se disse, os espanhóis se arremessaram no mesmo instante como leões e tigres cruéis, há muito tempo esfaimados, de quarenta anos para cá, e ainda hoje em dia, outra cousa não fazem ali senão despedaçar, matar, afligir, atormentar e destruir esse povo por estranhas crueldades (como vos farei ver depois); de tal sorte que de três milhões de almas que havia na ilha Espanhola e que nós vimos, não há hoje de seus naturais habitantes nem duzentas pessoas. A ilha de Cuba, […], está hoje como deserta. A ilha de São João e a de Jamaica, ambas muito grandes e muito férteis, estão desoladas
Enquanto viveu, Bartolomeu, o autor dessa afirmação, sempre defendeu e lutou em favor dos indígenas, e esse posicionamento fez com que ele juntasse vários inimigos espanhóis.
Em boa parte de suas falas, como a citada acima, ele afirma que a conquista da América espanhola só se consolidou depois de muita violência, o que foi uma prática comum durante o período de colonização espanhola.
Formação da sociedade
De modo geral, a sociedade América Espanhola foi constituída através de violência, massacre, lutas e várias mortes.
Como a Espanha ainda possuía poucas mulheres, os homens da Espanha se uniram com indígenas, ocasionando futuramente no casamento entre eles.
Algumas uniões que ocorreram entre os dois povos serviram para fortificar a aliança entre os dois. É por isso que aconteceu a mistura do europeu ao índio e depois ao negro, em menor proporção.
Divisão
Dentro da sociedade América espanhola existem algumas divisões, e ela é feita da seguinte forma:
- Chapetones: nessa parte da sociedade estavam a elite da colônia, as pessoas que chefiavam e que ocupavam os altos cargos administrativos.
- Criollos: eles estavam um pouco abaixo dos primeiros citados, e eram os filhos de espanhóis que nasceram na colônia e faziam parte da nobreza, além de serem grandes latifundiários.
- Negros e índios: esses são os que se encontravam na base da divisão dessa sociedade e representavam a classe mais vulnerável sociedade América espanhola.
Os criollos possuíam dinheiro, mas não tinham acesso a cargos altos, o que era regalia dos chapetones. Esses filhos dos colonizadores utilizaram do dinheiro que detinham para poderem investir nos estudos.
Parte dos criollos foram para universidades americanas, outros para as europeias, e desse modo eles conseguiram ter acesso a ideias de liberdade que estavam espalhadas pelo mundo através do Iluminismo.
Uma parte da América espanhola também era constituída da mistura entre brancos e índios, dando origem a uma parte dessa população de mestiços com características físicas que chegam próximos a Bolívia e Equador.