Resumo de Biologia - Anatomia

Anatomia é o estudo da morfologia e estrutura do organismo dos seres vivos. A palavra vem do grego anatemnō, que significa “cortar em partes”.

Apesar de ser muito usado como sinônimo para Anatomia Humana, o termo se refere também à pesquisa dos outros animais, visto que, a grande maioria apresenta as mesmas estruturas, e também de plantas, com o estudo das suas especificidades.

Um dos principais objetivos da área é compreender a complexidade do corpo dos seres vivos, o funcionamento de seus órgãos ou sistemas internos, as mudanças estruturais de curto, médio e longo prazos, que podem ocorrer em decorrência do ambiente ou por outros fatores. Ou seja, busca entender de forma objetiva como essa estrutura se movimenta enquanto há a vida, seja ela animal ou vegetal.

História

Os estudos sobre estrutura do organismo começaram muitos anos antes de Cristo, a partir da vontade de conhecer o funcionamento do corpo humano e suas necessidades. No século VI a.C. Alcméon de Crotona, na Grécia, realizou as primeiras pesquisas com animais.

No século III a.C., os estudos avançaram consideravelmente e muitas descobertas foram feitas e atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros a realizarem dissecações no corpo humano de forma sistemática.

A dissecação humana foi proibida por questões éticas e religiosas a partir do ano 150 a.C. e as pesquisas nesse sentido continuaram por meio da dissecação dos animais.

Já no século II d.C., Galeno fez experimentos em macacos e porcos e aplicou os resultados obtidos nos humanos. Porém, por conta da impossibilidade de confirmar as descobertas nos corpos humanos, alguns erros foram identificados, mas ainda assim, suas teorias tiveram peso relevante na época.

A escola médica de Salerno, na Itália e a obra de Constantino (século IX), que traduziu do árabe para o latim inúmeros textos médicos gregos, estimulou a retomada das pesquisas.

A partir de então, outros médicos medievais reforçaram a importância do estudo para o exercício da cirurgia. Em 1240, a escola de Nápoles foi obrigada a incluir o treinamento prático de anatomia em seu currículo, o que contribuiu ainda mais para o desenvolvimento da área.

As primeiras dissecações de cadáveres aconteceram cerca de meio século depois e em 1316, Mondino de Liuzzi publicou um manual sobre autópsia.

De lá até os dias atuais, muitas outras descobertas foram feitas. Artistas como Michelangelo, Leonardo da Vinci e Rafael se interessaram pelo tema. O médico André Vesalius foi considerado o maior estudioso do tema na época, descrevendo detalhadamente seus achados, como o “De Humani Corporis Fabrica”, publicado em 1543, na Basileia. Este foi o primeiro texto sobre o assunto baseado na observação direta do corpo humano.

Foi nos séculos XVIII e XIX que as pesquisas aprofundadas sobre técnicas operatórias avançaram e levaram à subdivisão da anatomia, o que permitiu o conhecimento sobre os agentes responsáveis pelas doenças infecciosas.

Atualmente, esse estudo do corpo humano pode ser feito nas pessoas vivas por meio de diversas técnicas, como ressonância magnética, tomografia, endoscopia, radiografia, ecografia, angiografia, entre outros.

Anatomia macroscópica, microscópica e de desenvolvimento

A anatomia pode ser subdividida em três grupos: macroscópica, microscópica e de desenvolvimento:

  • Macroscópica é o estudo de estruturas que podem ser analisadas a olho nu, sem a necessidade de equipamentos.
  • Microscópica é a pesquisa das estruturas invisíveis e que exigem a utilização de equipamentos para serem vistas, como lupas ou microscópios. Engloba o estudo dos tecidos (histologia) e das células (Citologia).
  • Anatomia de desenvolvimento analisa o desenvolvimento do ser humano a partir da fertilização até a fase adulta. Inclui a embriologia (estudo do desenvolvimento até o nascimento).

Além desses grupos, a anatomia possui três especializações: humana, vegetal e comparada.

Anatomia Humana

A divisão do corpo humano é feita da seguinte forma: cabeça, pescoço, tronco e membros e cada uma partes possui subdivisões.

Um adulto tem mais de 75 bilhões de células no corpo capazes de crescer e se metabolizar. São mais de 200 tipos de células que formam órgãos individuais.

O organismo humano possui ainda nove sistemas orgânicos principais:

  • Tegumentar: pele que reveste o corpo e tem a função de proteger os órgãos.
  • Locomotor: constituído de músculos e ossos, responsáveis pela locomoção.
  • Respiratório: pulmões, músculos da respiração e passagens que contribuem para a extração do oxigênio do ar.
  • Circulatório: coração, vasos sanguíneos e sangue, que transportam oxigênio, nutrientes, hormônios para as diversas partes do corpo.
  • Digestivo: inclui boca, esôfago, estômago e intestinos, que tem a função de processar os alimentos e extrair os nutrientes necessários para o corpo.
  • Excretor: rins, bexiga e respectivos canais, que tem como atribuição eliminar os compostos tóxicos do organismo.
  • Endócrino: tecidos e glândulas que produzem os hormônios.
  • Reprodutor feminino ou masculino: órgãos sexuais que permitem a reprodução.

Anatomia vegetal

O planeta possui cerca de 350 mil espécies de plantas conhecidas. Sua estrutura é dividida em:

  • Raiz: fica embaixo da terra e é responsável pela coleta de água e minerais.
  • Caule: é a parte que garante a sustentação e o equilíbrio, além de fazer o transporte da água e dos minerais.
  • Folha: órgãos vegetais que fazem a captação da luz solar e realizam troca de gases com a atmosfera.
  • Flor: responsável pela produção das sementes dos vegetais.
  • Frutos: têm a função de proteger, conservar e garantir o desenvolvimento das sementes.
  • Semente: responsável pela propagação das plantas.

Anatomia comparada

Estuda as semelhanças entre duas ou mais espécies possibilitando a compreensão das modificações de cada uma, grau de parentesco e evidências evolutivas por meio de dois tipos de órgãos:

  • Homólogos: são aqueles que apresentam a mesma origem embrionária e estruturas parecidas, porém com funções são exercidas de maneira diferente. Um exemplo são as nadadeiras dos golfinhos e as asas do morcego. A primeira ajuda na natação, enquanto a segunda auxilia no voo.
  • Análogos: possuem origem embrionária e composições diferentes, mas exercem a mesma função. As asas do morcego e dos insetos, por exemplo, tem o mesmo objetivo, auxiliar no voo, ainda que de origens embrionárias diferentes.