Praticado na Grécia Antiga, a aristocracia simbolizava a forma de governo na qual o poder de administrar a sociedade era de responsabilidade dos nobres ou de pessoas de confiança do rei, rainha, imperador ou imperatriz.
Formas de governo
A ciência política ensina que formas de governo são os conjuntos de instituições políticas que contribuem para organização do Estado.
A depender da forma exercida, elas irão caracterizar a maneira na qual os que exercem o poder se relacionam com os membros da sociedade.
Surgimento das formas de governo
Em sua obra intitulada “política”, Aristóteles, considerado o fundador da ciência política, adotou uma classificação baseada em dois critérios:
- Dividindo as formas de governo em puras e impuras, de acordo com a qualidade da autoridade exercida;
- Dividindo de acordo com a concentração do poder exercido. Se está na mão de um só, de vários homens ou de todo o povo.
Combinando esses dois critérios, ele apresentou três regimes políticos: Monarquia, Oligarquia e a Democracia. Além disso, pontuou seis formas de governo: Realeza, Aristocracia, Regime Constitucional, Tirania, Oligarquia e Demagogia
. Vale ressaltar que, para Aristóteles, as três últimas formas são deturpações das outras.
O que é aristocracia?
A palavra aristocracia é derivada de dois termos gregos: kratos (domínio, comando) e áristoi (aqueles que se destacam, os notáveis). Em suma, a palavra pode ser traduzida como “o governo dos melhores”
.
Aristocracia é uma forma de organização política na qual os privilégios são destinados apenas para uma classe da sociedade.
Esses benefícios eram direcionados à nobreza, passando de geração em geração, ou por meio de concessões. Com isso, o sistema acabava sendo mantido para apenas um grupo, por tempo indeterminado.
Para Aristóteles, o poder deveria ser exercido por pessoas capacitadas, sem distinções, e a escolha desse representante deveria ser baseada em suas aptidões, conhecimentos e bagagem intelectual, e jamais pela condição financeira. Já Platão acreditava que a aristocracia era a representação da união entre a sabedoria e a virtude.
O conceito da aristocracia surgiu na Antiguidade Clássica representando, juntamente com a monarquia e a democracia, uma das três formas de governo.
Durante muitos anos, grandes filósofos, como Platão, Heródoto, Cícero e o próprio Aristóteles, tentaram dar um direcionamento para quem e como deveria ser um governo. Esse questionamento gerou diversos debates na época e continua servindo como base de diversas análises atuais. Foi através desses debates que surgiu a tipificação clássica das três formas básicas de governo.
Para os filósofos gregos, na aristocracia o poder deveria estar nas mãos dos cidadãos que fossem dotados de uma boa formação moral, capazes de interpretar os interesses do povo.
Com um conhecimento sobre a ética, esse grupo estaria imune às possibilidades de corrupção que visavam privilegiar interesses apenas dos mais ricos.
Platão acreditava que essa era a melhor forma de governo, pois os cidadãos preparados intelectualmente poderiam exercer o poder de forma que atendesse a todos, sem distinção.
Para Aristóteles, nenhum dos três regimes políticos era melhor que o outro, pois todos poderiam impedir a injustiça. Segundo ele, a oligarquia era a forma corrupta da aristocracia, que acontece quando uma classe escolhida para governar passa a pensar unicamente nos próprios benefícios, sem buscar o bem comum.
Na Idade Média, o termo aristocracia ganhou um novo significado, que é o mesmo utilizado atualmente, quando se refere, de forma genérica, às classes sociais mais ricas.
Aristóteles
Nascido na cidade Estagira, na Grécia, Aristóteles foi um pensador grego considerado um dos inventores da filosofia ocidental
.
Acredita-se que o interesse dele por biologia e fisiologia surgiu por causa da atuação profissional do seu pai, Nicômaco, que era médico do rei macedônio Amintas III.
Desde muito jovem, Aristóteles sempre foi admirado pelos comportamentos e inteligência. Com visão inovadora, começou a produzir obras e pensar questões que divergiam das análises feitas pelo seu mestre, o filósofo Platão.
Foi nessa época que surgiu a obra filosófica aristotélica. Para Platão, havia dois mundos distintos: o concreto que é capturado pelos sentidos e está em constante mutação, e o mundo abstrato, que se trata das ideias, imutável e que só é possível ser acessado através do intelecto.
Diferente de Platão, Aristóteles defendia a existência de apenas um mundo, e é nele que é possível encontrar as questões filosóficas.
Ao longo da vida, desenvolveu estudos para diversas áreas como acerca da física e metafísica, das leis da poesia e do drama, da retórica, da ética, da lógica, da biologia e da zoologia.
Obras de Aristóteles
Atualmente, acredita-se que há 22 textos deixados por Aristóteles. Em sua maioria, são textos bastante extensos, que foram divididos em livros.
Mesmo com o passar dos anos, as obras do filósofo continuam sendo utilizadas como base de estudos para a formação dos novos cientistas.
As obras podem ser dividas em:
- Lógica: “Sobre a Interpretação“, “Categorias“, “Analíticos“, “Tópicos“, “Elencos Sofísticos” e os 14 livros da “Metafísica”, que Aristóteles denominava “Prima Filosofia”. O conjunto dessas obras é conhecido pelo nome de “Organon“;
- Filosofia da Natureza: “Sobre o Céu“, “Sobre os Meteoros“, oito livros de “Lições de Física” e outros tratados de história e vida dos animais;
- Filosofia Prática: “Ética a Nicômano“, “Ética a Eudemo“, “Política“, “Constituição Ateniense” e outras constituições;
- Poéticas: “Retórica” e “Poética“.
Citações
“O homem é, por natureza, um animal político.”
“O homem é um animal de linguagem.”
“O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito na medida em que avança.”
“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa tudo o que diz.”