A arquitetura romana surgiu a partir da forte influência de outras duas arquiteturas: a grega e a etrusca. Importante legado da civilização romana para o mundo ocidental, ela se diferenciou das demais por apresentar características próprias.
A arquitetura romana privilegiou obras utilitárias com a construção de aquedutos, termas romanas, pontes, mercados. Além disso, se destacou na construção de templos, palácios, pórticos, tribunais, mosteiros e igrejas.
Com monumentos caracterizados pela solidez, a arquitetura romana utilizou o emprego do arco, bem como, a abóbada ou teto curvo. Os romanos também construíram catacumbas, fontes, obeliscos, pontes e templos.
As construções da Roma Antiga atravessaram gerações, chegando até os dias atuais. Muitos edifícios do estilo romano se propagaram por toda a Europa e, em comparação com outras civilizações, seus monumentos e edificações foram bem mais notáveis e numerosos.
Origem da arquitetura romana
A sociedade se constituiu em constante expansão, mantendo contato com outros povos e culturas, o que fez com que sua cultura se tornasse bastante diversificada. A cultura romana recebeu influências de outras regiões, e incorporou características dos locais com os quais estabelecia relações.
Seguindo essa linha, a arquitetura romana foi influenciada principalmente pela arquitetura grega e etrusca. Herdou duas características principais da Grécia, que foram as ordens dórica e jônica.
O estilo dórico estava presente nas colunas externas dos templos romanos, já o jônico, era mais presente nas colunas da parte interna. Além disso, a ordem coríntia – um jônico mais trabalhado e formas rebuscadas – também serviu de inspiração.
O dórico predominou nas colônias gregas e no sul da península Itálica (a Magna Grécia), enquanto o jônico se fez presente em maior quantidade na costa oeste da Ásia Menor e nas ilhas do mar Egeu. Entretanto, os dois estilos coexistiram em alguns locais.
A arquitetura romana também adotou características dos etruscos, povos que viviam no norte da Itália. Deles, os romanos herdaram uso do arco e da abóbada. Além disso, aprenderam sobre construções, fortificações, sistemas de drenagem e aquedutos.
Características da arquitetura romana
Caracterizada pelo luxo e grandiosidade, a arquitetura romana é uma arte essencialmente urbana que sofreu grande influência das culturas grega e etrusca.
Diferente de outras civilizações da Antiguidade que tinha o caráter essencialmente religioso, a arquitetura romana foi marcada pelo sentido utilitário e a sensação de grandeza, manifestados em uma variedade de edifícios e soluções arquitetônicas.
Apesar da influência de outras culturas, os romanos aperfeiçoaram instrumentos de desenho e cálculo herdados dos grego e incrementaram o uso dos arcos, dos etruscos, combinando arcadas e colunatas, estenderam o uso de coberturas abobadadas e inventaram a cúpula.
A arquitetura romana também se diversificou no que diz respeito aos materiais utilizados na construção, passando a usar tijolos, blocos de pedra e concreto, obtidos da mistura de cal e pedra vulcânica.
As principais características da arquitetura romana são:
- Foco em projeto sólido e resistente ao tempo, dando preferência a construções utilitárias, deixando a decoração em segundo plano;
- Uso de novos materiais de construção, como o cimento, que possibilitava determinadas junções sólidas;
- Volta do uso do mármore nas construções;
- Uso de um novo tipo de abóbada, em berço e de aresta;
- Utilização de arcos conferindo um toque de arte às construções;
- Construção de basílicas;
- Paredes largas com aberturas estreitas que serviam como janelas.
A arquitetura romana possuía um efeito mais prático do que as construções gregas, por exemplo. Ela foi utilizada pelos romanos para construir estradas, criar um sistema de fornecimento de água através de aquedutos, disponibilizar banhos e lavatórios públicos, bem com, para construir blocos de apartamento que chegavam a ter oito andares.
Com o uso do concreto as possibilidades arquitetônicas se ampliaram, aumentando o número de edificações sem a necessidade do uso de colunas. Sendo utilizadas apenas como elemento de decoração e não mais de sustentação.
Tipos de arquitetura romana
Com traços formais capazes de ser reconhecidos em qualquer lugar, a arquitetura romana desenvolveu diferentes tipos de construções. Por toda extensão do Império Romano conjuntos arquitetônicos foram erguidos, revelando técnica e sofisticação.
Os templos
Apesar de existir templos romanos com planta circular, a maioria deles se sustentavam sobre um patamar elevado, com uma escadaria na fachada principal e muros da nave prolongados do interior até as colunas exteriores.
O templo mais conhecido da arquitetura romana é o Panteão. Erguido a mando de Agripa, sua planta é circular, com um pórtico octostilo, e a cobertura é uma cúpula sustentada por estrutura de oito pilares e arcos de descarga.
O Panteão foi construído entre os anos 115 e 127 e encontra-se em perfeito estado de conservação. O templo é uma das estruturas romanas antigas melhor preservada que permaneceu em uso por toda a sua história.
Edifícios para espetáculos públicos
Uma das construções mais importantes da arquitetura romana foram os edifícios para espetáculos públicos. Uma adaptação do teatro grego, o teatro romano se diferenciava pelas arquibancadas e orquestra semicirculares.
O anfiteatro era um edifício de planta oval que contava com arquibancadas e arenas, onde aconteciam os espetáculos e as luta de gladiadores. Já os circos eram dedicados às corridas de cavalos. Eles possuíam forma elíptica, com um eixo central, chamado spina.
O momento romano mais famoso dessa categoria é o Coliseu. O anfiteatro possui três pisos cobertos por abóbadas de berço e abóbadas de aresta.
Na parte externa, as galerias são abertas com arcos formados por seções de colunas encostadas na fachada, em que se superpõem as ordens.
Obras públicas e comemorativas
Os romanos desenvolveram um progresso técnico urbano com a criação de calcadas, pontes e aquedutos. Considerados exemplos grande obra de engenharia desenvolvida pelos romanos, os aqueduto serviram para fazer o abastecimento de água das populações que habitavam as cidades da região.
Aproveitando os triunfos militares, eles ergueram diversas obras públicas e comemorativas como explicita intenção propagandista de mostrar o seu poder.
As obras mais relevantes dessa natureza são as colunas e os arcos e um e três vãos. Um exemplo desses monumentos é a Coluna de Trajano e os arcos de Sétimo Severo e Constantino, em Roma, que apresentam decoração em relevo.
Construções para uso público
As principais construções para o uso público foram as termas e as basílicas. As basílicas eram construções que tinham cobertura e estrutura complexas. Criadas originalmente com função civil, mais tarde o seu esquema construtivo foi aproveitado para o ritual cristão.
As termas romanas eram locais utilizados para banhos públicos. As termas eram um dos principais elementos do conjunto arquitetônico romano tanto pela beleza monumental, quanto pela importância social de ser um centro de reuniões.
As grandes termas eram compostas por espaço quadrado com lugar para exercícios desportivos, leitura e conversação, além do local para o banho que possuía piscina fria, piscina quente, salas de descanso e salas para troca de roupa. Uma das maiores termas era a Caracalla ou Diocleciano, em Roma.
Palácios e residências privadas
Os palácios e residências privados também compunha a arquitetura romana. Os conjuntos palaciano eram compostos por dependências múltiplas e amplos espaços abobadados. Um dos principais palácios construído pelos imperadores romanos foi o Domus Aurea de Nero.
Outro tipo de edificação luxuosa da arquitetura romana foi a residência suburbana. Nela, eram dispostas várias estâncias para o ócio, o culto e a meditação. A vila suburbana foi uma moda aristocrática adotada pelas classes abastadas do Império Romano. Uma das principais residência suburbana é a Vila Adriana, em Tivoli.