Resumo de Educação Artística - Arte etrusca

A arte etrusca era a forma de expressão artística da civilização da Etrúria. Na antiga Itália Central, atual região da Toscana, essa organização social conseguiu o seu ápice artístico entre os séculos VIII e II a.C.

O estilo da arte etrusca tinha influência de duas etapas da Idade dos Metais, a Idade do Bronze (3.300 – 700 a.C) e a Idade do Ferro (1.200 a.C. – 1.000).

Entre as outras culturas que contribuíram para o perfil produtivo desse povo, seja por proximidade ou contato comercial, cabe destacar a civilização egípcia, a assíria, a fenícia, a grega e a oriental.

As características das obras etruscas remontam o período helenístico, mas sem abrir mão de traços de uma cultura singular. Vale ressaltar que essa cultura serviu de grande influência para a arte grega e a arte romana.

Os artistas etruscos eram artesãos com habilidades de execução de trabalhos em diferentes setores, a exemplo da produção de esculturas, peças em cerâmica, espelhos, caixas. Na confecção das peças, usavam materiais como a terracota, a pedra, o barro, o bronze.

Além dos objetos mencionados, contribuíram para a formação da arte etrusca com itens de joalharia em ouro, prata e marfim, além de um tipo de cerâmica negra chamada de Bucchero.

História da arte etrusca

Os primeiros relatos da civilização etrusca apareceram na península itálica por volta de 1.000 a.C. O povo era formado por bons mercadores e as fortunas eram frutos das explorações de jazidas de cobre, ferro e prata.

O apogeu da arte etrusca (VIII – II a.C) coincidiu com o Período Arcaico da arte grega. Como influência do período, as obras apresentavam estilos que reforçavam as ideias progressistas do universo grego.

No contexto histórico, considerando o tempo entre os século VIII e II a.C, os etruscos foram submetidos à hegemonia da nação romana. Após esse fato, o perfil artístico passou pela ruptura com o passo e  gradativa helenização da Itália.

Arquitetura

Os etruscos desenvolveram o gosto pela arquitetura de maneira rápida. Nesse âmbito, a arte etrusca era movida pela apreciação dos artistas pelo imediato, espontâneo.

Em determinadas construções, existia também a aptidão pelo efêmero, pois ocorria a aplicação organizada de materiais facilmente perecíveis, como o tijolo cru, a madeira.

A utilização de pedra de origem vulcânica, colocada nos alicerces, também reduzia o tempo de duração das edificações, em comparação com o mármore presente na região.

Os monumentos que resistiram ao tempo formam a chamada arquitetura funerária. Nesse sentido, a arte etrusca foi confeccionada em túmulos subterrâneos escavados na rocha ou em grandes fachadas de mausoléus rupestres, ordenados nas laterais das colinas.

A valorização da arte funerária parte da concepção etrusca do pós-vida. Eles acreditavam que o homem tinha uma entidade vital que permanecia viva no túmulo. Como consequência, esses locais eram feitos seguindo os modelos das suas casas.

Por acreditarem na vida após a morte, os etruscos colocavam nas sepulturas armas, jóias e objetos que consideravam necessários ao morto. Do ponto de vista da ornamentação, os sarcófagos tinham esculturas que representavam o morto da forma mais natural possível.

Nas paredes dessas estruturas, pinturas eram feitas com o objetivo de trazer sorte e felicidade na outra dimensão vital.

Entre outras informações dessa forma de arte etrusca, cabe enfatizar:

  • Nos sarcófagos, a riqueza de adornos era privilégio da classe aristocrática, restando para os membros das outras classes as sepulturas comuns, desprovidas de ornamentos;
  • Levando em conta que não existiam muitos projetos de construção de edifícios públicos, os túmulos compõem o panorama da arquitetura etrusca;
  • Desconsiderando o pódio e os alicerces, feitos de pedra, o templo etrusco era construído com materiais perecíveis, como os tijolos crus e madeira.

Escultura de arte etrusca

Assim como a arquitetura, as esculturas etruscas estão conectadas aos fins religiosos e funerários. As obras eram esculpidas com materiais como argila, pedra e bronze. O estilo escultórico desse povo valorizava o relevo.

Nesse âmbito, as principais produções da arte etrusca eram as estátuas fúnebres. No caso dos sarcófagos, a imagem do morto era esculpida na tampa. A representação do morto servia para assegurar a vida após a morte.

As terracotas, obras constituídas por argila cozida no forno, formavam o acervo de estátuas dos etruscas.

Pintura

A pintura tumular, relevante parte da arte etrusca, tinha o objetivo de recriar para o morto um ambiente que presenciou em vida. Isso justificava a presença de expressões ligadas com os diferentes momentos da vida, considerando os aspectos mais marcantes, calmos e agradáveis.

Diante do objetivo, as esculturas mantinham relevos e cores que remetiam a cenários como uma casa, um local de caça, um espaço de espetáculos. Entre as cenas da vida cotidiana, as peças representavam movimentos, pois existia a necessidade de passar para o morto a força, a potência e vitalidade colocadas na pintura.

As imagens de banquetes, geralmente acompanhados de músicos e dançarinos, eram fixadas na parede mais importante do túmulo. Isso era feito para elevar e manter para sempre a classe social do defunto.

A partir do século IV antes de Cristo, ocorreu o enfraquecimento da ideia de sobrevivência da entidade vital do morto no túmulo, surgindo o conceito da transmigração para um reino das sombras. O resultado desse momento foi a redução do caráter realista das cenas pintadas.

Com o propósito de representar o novo universo pós-vida, as pinturas passaram a ter elementos como:

  • Demônios;
  • Deuses;
  • Heróis mitológicos;
  • Viagens e banquetes feitos no inferno.

As representações eram organizadas em cenas contínuas, através de grandes pinturas tumulares.

Depois do século IV antes de Cristo, as pinturas contínuas foram substituídas por painéis com cenas separadas e grupos de figuras isoladas. O estilo artístico casou com as novas concepções sobre o mundo dos mortos, além das influências criadas pela difusão dos modelos iconográficos gregos.

Na perspectiva da arte etrusca, o novo perfil de pintura tinha como técnica o uso de uma visível e espessa linha de contorno. A técnica deu corpo e consistência para as cenas apresentadas.

Desse momento em diante, a função do contorno linear ficou presente em todas as pinturas etruscas.

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