Resumo de Educação Artística - Arte Gótica

A arte gótica surgiu na Europa, mais precisamente na França, ainda na Idade Média, entre os séculos XII e XIV. O movimento tem início em um período de mudanças na sociedade, principalmente nos contextos socais, políticos e religiosos.

A arquitetura gótica teve maior destaque, tendo como principais expoentes as catedrais das igrejas católicas, por isso, pode ser chamado também de artes das catedrais. Apesar da arte gótica surgir em um período de mudanças na sociedade, ela não se distancia da influência religiosa.

O estilo não ficou restrito a arquitetura. A arte gótica pode ser vista em esculturas, pinturas, e em outras artes visuais. O movimento, que começou na Ilha de França, se espalhou por outros países da Europa.

Uma das características da estética gótica era o uso do arco quebrado, ou formato ogival, nas construções das catedrais. Diferente do que era feito no estilo românico, que utilizava os arcos de volta perfeita.

O termo que nomeou o movimento foi dado por Giorgio Vasari de forma pejorativa. Ele relacionou as artes da época a povos bárbaros, mais precisamente os godos. O nome nasce então no Renascimento, período posterior ao gótico.

Surgimento da arte gótica

A arte gótica deu seus primeiros passos a partir do incômodo de um abade francês chamado Surger. Em períodos de festas a sua igreja ficava superlotada, no qual, segundo o mesmo, as pessoas não podiam nem mover os pés.

Surger teve então a ideia de ampliar a igreja a para abrigar mais fiéis. Então, durante a reforma, que aconteceu entre 1137 e 1144, ele pensou em  expandir os espaços, tirando as paredes grandes e pesadas, características da arte românica, tonando o espaço mais livre para circulação.

Ele ainda quis que o ambiente interno da igreja fosse mais iluminado, substituindo as pequenas janelas do estilo anterior pelos grandes vitrais. A igreja ficava na próspera Ile-de-France, ou Ilha de França, região com um tipo de rocha resistente e de fácil manuseio.

Ao final da reforma, a Basílica de Saint Denis era, então, o primeiro modelo arquitetônico do estilo que ficaria conhecido como gótico. O modelo começa a se espalhar por outros países e em determinados lugares as características originais são modificadas. 

Embora a Basílica de Saint Denis tenha sido considerada a primeira estrutura da arte gótica, a Catedral de St. Patrick, Catedral de Dublin ou ainda Igreja de Cristo, na Irlanda, construída entre 1028 e 1030,  já apresentava uma estrutura gótica. Por isso, alguns classificam essa construção como do período pre-gótico.

O gótico nas artes visuais

O período gótico teve início na arquitetura, mas não ficou limitado a essa área. Mais tarde, a arte gótica foi vista em esculturas, pinturas, ilustrações, vitrais e até em artefatos religiosas, como cálices, tocheiros, relicários, cruzes, e vários outros objetos.

Nesse período, as esculturas passam a funcionar como elementos independentes e são colocadas em locais distribuídos pelas construções. Uma das fortes características é suavidade e afastamento das colunas, além do ganho de cores e movimento. 

Diferentemente do que era feito com as antigas imagens, que eram  estáticas e sem cores fortes, as góticas começaram a diversificar seus temas, deixando um pouco de lado as histórias da crucificação de Jesus Cristo, juízo  final ou sobre condenações e pecados.

As obras fazendo referências a Virgem Maria  ganham espaço. Ela aparece como advogada da humanidade e Cristo representado com mais compaixão e proximidade com o homem. Com o aumento das devoções, passam a surgir também esculturas portáteis.

Já as pinturas da arte gótica seguem, em geral, a estética das esculturas. A religiosidade ainda predomina, principalmente em cenas de Cristo, Maria e santos em situações simples do cotidianas ou em momentos grandiosos.

Uma das grandes novidades nas pinturas do período gótico foi a aplicação de tinta a óleo. Apesar de ser uma técnica antiga, a tinta passa a ter maior qualidade, possibilitando melhores pinturas, com melhores tonalidades e realidades.

Outro grande exemplo é o uso dos vitrais. A prática já era recorrente antes do surgimento do estilo, mas se encaixou nas ideias de luminosidade das igrejas propostas por Surger.

Períodos da arte gótica

A arte gótica pode ser dividia em períodos que vão de acordo com as construções, modelos, estruturas e locais por onde se expande.

Gótico Primitivo

O primeiro período é chamado de Gótico Primitivo e vai de 1130, ano que marca a construção da Basílica de Saint-Denis, até 1200. A construção dessa basílica serve de inspiração para outras no estilo, fazendo com que o movimento comece a se expandir.

É construída então, entre 1135 e 1140, a primeira catedral com a influência da arte gótica: a Catedral de Sens. Em seguida, outras obras arquitetônicas são erguidas com influências do movimento. Até que em 1160 uma das mais famosas catedrais é construída.

A Catedral de Notre-Dame de Paris ou Catedral de Nossa Senhora de Paris, em português, é uma das mais famosas obras com características da arte gótica. O local  inspirou obras literárias, como o famoso livro “O Corcunda de Notre-Dame”, do escritor Victor Hugo.

Em abril de 2019, um grande incêndio atingiu a catedral. Vários danos foram causados a estrutura, incluindo o teto, a rosácea e o pináculo.

Gótico Clássico

Entre os anos de 1190 e 1240 floresceu na arte gótica o chamado gótico clássico, período conhecido pelo surgimento das estátuas de gárgulas nas construções. A função das gárgulas era escoar as águas dos telhados. Eram basicamente bicas, mas tinham ainda o papel decorativo.

Nesse momento são erguidos a Catedral de Chartres, a Catedral de Bourges, a Catedral de Reims, entre outras. Essas novas obras passam a ter janelas maiores, naves e paredes mais altas e, em algumas, arcobotantes - estrutura que serve de apoio para paredes e colunas, o que permitiu uma expansão dos espaços. 

Gótico Rayonnant

Entre 1240 e 1370 o uso dos vitrais ficou mais em evidência. Além de permitir maior luminosidade aos ambientes, dava mais beleza. O estilo, que foi chamado de Gótico Rayonnant, que quer dizer radiante, pode ser observado nas rosáceas norte e sul da Catedral de Notre-Dame de Paris.

No entanto, o maior exemplo do período é a Capela de Sainte-Chapelle, em Paris. A capela está anexada ao Palais de la Cité, que já foi, entre outras coisas, residência real dos reis da França entre os séculos VI e XIV, sede do tesouro francês e o tribunal onde a rainha Maria Antonieta foi detida e julgada.

A capela passou por várias reconstruções e hoje é um dos maiores símbolos  da arte gótica. No período Rayonnant, as colunas e paredes foram diminuídas para dar lugar a enormes vitrais. A estrutura foi toda refeita para suportar o novo peso e permitir o uso dos vitrais.

Gótico Flamboyant

As construções com influência da arte gótica ficavam cada vez maiores e bonitas. Entre os anos de 1350 e 1450 surge o período Gótico Flamboyant, que significa flamejante. 

Nesse período, as abóbadas ficaram maiores e com mais cruzarias, deixando os espaços internos com aspecto de maiores. O grande marco foi o surgimento da arc en accolade, ou arco de cinta, que consistia em uma janela decorada com um arco, além de pináculos, que são os pontos mais altos das construções, feitos de pedra e esculturas florais.

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