Resumo de Educação Artística - Arte Românica

A arte românica é um estilo artístico surgido na Europa ainda durante a Idade Média, mais precisamente entre os séculos XI e XIII. O estilo foi influente na pintura, na arquitetura e na escultura.

O estilo foi o primeiro a conseguir se expandir para várias regiões após um longo período em que as artes eram diferentes em cada lugar. Isso aconteceu em virtude do cristianismo e, por isso, a arte românica é vista principalmente nas igrejas católicas.

Além da arquitetura desses locais, as esculturas e pinturas que a compunham também continham os elementos do movimento.

Apesar do termo arte românica ter sido utilizado a partir do século XI, a arte em si já era produzida em alguns locais sem ainda ter esse nome. Apenas em 1820 o termo passou a ser utilizado para definir o estilo.

Essa nomenclatura faz referência às influências culturais do Império Romano. Mesmo já não possuindo tanto prestígio e poder, os romanos dominaram por muito tempo quase todos os países da Europa.

O surgimento da arte românica

A Europa se recuperava do período de dominação dos povos bárbaros, que acabou conhecido como Idade Média. Nesse tempo, a arte acontecia de diferentes formas e com diferentes influências em cada região.

Como ocorreu um crescimento religioso entre os povos europeus, as artes se inspiram na época chamada paleocristã, no qual as pinturas, arquiteturas e esculturas eram feitas por cristãos ou sob seus patrocínios.

As cruzadas, com o objetivo de libertar a Terra Santa, passam por um crescente. Aumentam também o número de peregrinações. O cristianismo passa então a valorizar os aspectos espirituais e os princípios religiosos.

Nesse momento surge o teocentrismo, ou seja, Deus como centro do universo. A palavra deriva do grego theos, que significa Deus, e kentron, que quer dizer centro. Por isso, a igreja era vista como representante do próprio Deus na terra.

Com o crescimento do seu poder, a igreja começa a se expandir. As artes que aconteciam de diferentes formas em cada região passam a ter uma estética unificada, seguindo os moldes das construções católicas.

 Grandes catedrais, mosteiros e castelos com esse tipo de arquitetura são construídos e as igrejas menores começam a servir de abrigo para peregrinos que por ali passavam.

Apesar de utilizar elementos romanos e germânicos, a arte românica tinha ainda influências armênias, islâmicas e bizantinas. Porém, ela criou novos elementos que foram importantes para caracterização do estilo.

Apesar da concepção já ter sido utilizada em algumas construções, o termo “arte românica” foi empregado pelo arqueólogo Arcisse de Caumont por volta de 1820. A intenção era representar dois aspectos principais daquela época.

Primeiro o “romanço“, nome dado a formação de línguas derivadas do italiano, espanhol, francês e outras. Junto a isso a representação das artes feitas, cujas influências descendiam de vários povos e culturas anteriores.

Características

Apesar de ter inspiração na arte paleocristã, a arte românica trouxe novos elementos que caracterizaram o período. Dentre os destaques, as construções eram maiores e mais decoradas.

Vale ressaltar que a arte românica foi o primeiro estilo em muitos anos a ter características em várias construções pela Europa. Tendo maior força nas igrejas católicas, ficou conhecida pelas grandes construções.

Essas construções fizeram com que os métodos da arquitetura fossem remodelados e novos materiais passassem a ser utilizados. As pedras passam a ser incluídas nas construções, para maior sustentabilidade as obras, além de serem usadas nas artes decorativas.

As abóbadas ganharam destaque nas obras românicas. Além dos modelos em forma de arco, cuja finalidade era cobrir espaços ligando colunas, muros e pilares, surgem novos formatos usados pelas igrejas. Um deles é a abóbada de berço, que era construída em formato de arco de volta perfeita.

Já a abóbada de aresta era formada pelo local de encontro entre duas abóbadas de berço, o que resultava em quatro unhas. Recebe o nome de “nervuras” as partes das divisórias desse encontro. Os pesos das obras eram apoiados em pilares e contrafortes.

As grandes construções com pesadas pedras tinham a intenção de representar a "fortaleza de Deus". Assim, as obras tinham paredes grossas, fachadas lisas e poucas janelas, o que tornava os ambientes escuros.

Igrejas de peregrinação

As igrejas de peregrinação são um dos marcos na arquitetura românica. Essas obras eram levantadas nos caminhos para os locais santos, como Jerusalém, Compostela e Roma. Elas serviam de apoio e local de descanso para os peregrinos que faziam esses trajetos.

Além disso, as construções abrigavam relíquias religiosas. Objetos que, segundo contavam, pertenciam a Jesus Cristo e Maria, além de outros santos católicos. Os cravos usados para a crucificação de Jesus Cristo, sua coroa de espinhos e até os cabelos que supostamente tinham sido de Maria poderiam ser vistos. 

As igrejas seguiam o desenho da cruz latina, possuíam algumas entradas, 3 ou 5 eram os números mais comuns, e ficaram conhecidas pelo deambulatório – parte que circunda a área central da construção. Essas características são mais encontradas em obras religiosas.

Esculturas

As esculturas da arte românica eram construídas atreladas as obras arquitetônicas. Após um longo período em que esse tipo de arte não era visto, voltou  a ser utilizado e a ter características mais realistas do que os modelos anteriores.

As imagens eram entalhadas nas próprias construções. Os tamanhos acompanham o mesmo das obras onde eram inseridas. Elas não pretendiam representar fielmente a imagem humana ou objetos. Nesse período, o real, muitas vezes, se misturava com o imaginário.

Surgiram também as representações de imagens e cenas bíblicas. A intenção desses trabalhos era transmitir as mensagens do livro sagrado para os fiéis que não eram alfabetizados. As primeiras obras surgem nas igrejas de peregrinação.

Pintura

As pinturas da arte românica não teve tanto destaque como as outras áreas. Os principais trabalhos foram feitos em murais, tapeçarias, mosaicos, afrescos, retábulos e iluminuras.

As pinturas dentro das igrejas tinham a função de transmitir as mensagens da bíblia. Ou seja, de forma geral, as obras seguiam os ensinamentos do cristianismo.

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