A arte urbana ou street art engloba todos os tipos de artes que são encontradas expostas nas ruas. Elas são apresentadas em forma de pinturas, esculturas, instalações e intervenções artísticas, em geral, encontradas nos centros urbanos, distinguindo-se das atitudes de vandalismo.
Esse tipo de arte, geralmente, descreve o trabalho de pessoas que desenvolvem um estilo de expressão artística mediante o uso de diferentes técnicas alternativas como pôsteres, adesivos, moldes, murais, spray e outros.
A escolha do espaço público para a demonstração da arte urbana tem como objetivo causar impacto nos espectadores, além de transmitir uma mensagem subversiva e anarquista que critica a sociedade com ironia.
Origem da arte urbana
Alguns estudos sobre a arte urbana apontam que ela teria surgido em Nova Iorque, nos Estados Unidos, durante a década de 70, com caráter dinâmico e temporário.
Contudo, alguns estudiosos afirmam que a arte urbana remonta de períodos mais antigos, visto que na Idade Média os gregos e romanos já transmitiam mensagens pelas ruas da cidade, declamando poemas nas festas dos palácios.
As festas medievais, inclusive, contavam com apresentações teatrais, além das “estátuas vivas”, exemplo de arte possível de se encontrar nas esquinas das grandes cidades.
Embora as pinturas sejam as mais lembradas quando o assunto é street art, músicos, poetas e atores também fazem parte dessa forma de expressão. Na Grécia Antiga, por exemplo, os cantores apresentavam lendas e tradições por meio de versos nas ruas.
Desenvolvimento no Brasil
No Brasil, os primeiros sinais de arte de rua começaram a surgir a partir da década de 70, mais precisamente com as obras de grafite, que eram feitas nas paredes da cidade de São Paulo.
Coincidentemente ou não, tais pinturas surgiram em uma época conturbada da história, com os adventos da Ditadura Militar no Brasil. No início, não havia preocupação estética com as letras, bastava apenas que elas fossem legíveis.
Apesar da arte urbana, nesse período, ser vista como uma arte marginalizada, ela alcançou posição de destaque e alguns artistas conseguiram ser reconhecidos em outros locais do mundo.
Além disso, muitas dessas manifestações surgiram como alternativas de comunicação, denúncia e até mesmo como fonte de renda para pessoas que viviam em situações de risco nas periferias do país.
Propósito
A principal proposição da arte urbana é sair dos lugares ditos consagrados, ou seja, destinados à exposição e apresentações artísticas como teatros, cinemas, bibliotecas e museus, e propor maior visibilidade a arte cotidiana, espalhada nas ruas.
Para os apreciadores, a arte de rua não precisa de tempo, espaço, movimento cultural ou de reconhecimento para acontecer, ela só precisa da rua. E é dessa maneira que ela acontece, nos locais menos esperados: nos guetos, nos lixões, debaixo de pontes, em paredes estragadas e em lugares abandonados.
A arte urbana comunica lutas, denúncias e protestos relacionados a questões sociais e políticas ou manifestações poéticas ao mesmo tempo em que cumpre um propósito estético de intervenção urbana. Os principais exemplos são as pinturas e o grafite.
Tipos de arte urbana
- Apresentações: são apresentações individuais ou em grupos feitas na rua, podendo ser de caráter teatral, musical ou circense, a exemplo dos malabaristas, palhaços, entre outros;
- Instalações: é qualquer exemplo de objeto ou material distinto usado com o objetivo de provocar uma mudança no cenário já existente. Atualmente, são encontrados inúmeros tipos de instalações artísticas como exemplos de arte de rua;
- Grafite: sem dúvidas, a manifestação mais conhecida pelas pessoas como arte de rua. Os grafites são desenhos estilizados, na maioria das vezes, feitos com sprays nas paredes de edifícios, túneis, ruas. A arte, no entanto, se expandiu e atualmente existem diversas técnicas de grafite, como os trabalhos em 3D, que chama bastante atenção;
- Estêncil: bastante similar ao grafite, esse tipo de técnica usa o papel recortado como molde e o spray para fixar as ilustrações e desenhos nas ruas, postes e paredes;
- Autocolantes e Colagem: também chamada de “sticker art” (arte em adesivo), esse tipo de arte utiliza a aplicação de adesivos;
- Poemas: qualquer tipo de manifestação literária que surge no ambiente urbano, seja nos bancos, paredes, postes, ônibus, etc.;
- Cartazes: é um tipo de intervenção urbana bastante comum, onde são fixados cartazes pela cidade, sejam em postes, praças, edifícios, feitos manualmente ou impressos;
- Estátuas Vivas: as estátuas são um exemplo de arte urbana bastante inusitado. Encontradas nas grandes cidades como forma de entretenimento turístico, as estátuas vivas realizam um importante trabalho com o corpo. A ideia central é que o artista consiga permanecer estático durante muito tempo, realizando pequenos movimentos. Normalmente eles se apresentam pintados e caracterizados.
Durante muito tempo, grande parte das manifestações artísticas de rua eram realizadas sem a autorização prévia do responsável pelo espaço, levando em consideração desde muros residenciais e empresariais a ocupação de praças.
Por conta disso, a arte ganhou fama de marginal, fazendo muitos artistas serem indesejados e considerados criminosos até os dias atuais, mesmo quando se expressam em locais públicos.
Ainda assim, o caráter conceitual e crítico da arte urbana é o que mais atrai os jovens para essa cultura mantendo, inclusive, seu crescimento. O grafite, graças ao seu caráter estético, é o que mais atrai artistas ao movimento de arte urbana.
Outro tipo de arte urbana que pode ser citado é a dança. A dança de rua é formada por vários estilos. O hip hop é o estilo de dança de rua mais conhecido. Ele é formado por quatro elementos artísticos diferentes: DJ, MC e grafite, além da dança.
A grande característica do hip hop é a improvisação, que acontece com mistura de linguagens entre encenação teatral e mímica, além da dança.
Apesar de “street” significar “rua”, não quer dizer que todos os estilos de dança urbana surgiram exatamente nas ruas. Significa apenas que veio do povo da cidade ou que não é acadêmico (clássico). Um exemplo disso é o street wear, que significa “moda da rua”: ela está lá, mas não é feita lá.