As Cruzadas foram guerras militares cristãs que aconteceram na Europa Ocidental. O objetivo maior era tornar a Palestina e Jerusalém território dos cristãos novamente. Aconteceram entre os séculos XI e XIII, período da Idade Média, na Europa.
Normalmente reconhecem-se nove Cruzadas, mas as guerras formaram um período histórico fechado de 200 anos. Foram diversos conflitos na busca da expansão da Europa.
Contexto histórico-geográfico
A Igreja Católica era a principal instituição da era medieval. Desde a ascensão cristã na Roma Antiga, a Igreja se tornou parte do governo sendo o mais alto posto da sociedade antiga até o final da Idade Média.
Os cristãos foram perseguidos por pregarem a Jesus Cristo e viveram muitos anos de sofrimento, até que a Igreja Católica foi institucionalizada durante o império de Constantino.
O catolicismo passou a ser a religião de Roma e mesmo depois da queda desse império a religião manteve-se predominante naquela região.
Após ser formada como instituição a Igreja enriqueceu e a corrupção esteve instaurada nas diversas camadas do clero. Muitos líderes da Igreja deixaram seus postos para usufruir da própria riqueza.
Esse mesmo período de apogeu da Igreja Católica foi a época do feudalismo. A população dentro dos feudos cresceu desordenadamente. Ao mesmo tempo em que bispos e arcebispos enricaram o povo que não sabia como gerir as necessidades básicas.
Conforme a população cresceu, as terras mais ricas passaram a ser invadidas e saqueadas. A Igreja não considerava matar outros cristãos e buscaram uma forma de dar uma ocupação para os ladrões.
Por outro lado, na parte Oriental do mundo, os muçulmanos expandiam seus territórios. Conforme os nãos cristãos ocupavam terras os europeus ficavam mais restritos a região que estavam.
Cruzadas: uma solução para todos
A Igreja Católica percebeu que convocar europeus das diversas camadas sociais aliviaria o crescimento populacional e ajudaria na expansão europeia.
Pessoas ricas e pobres foram convocadas e cada grupo tinha um objetivo individual. Já a Igreja possuía o maior alvo que era a conquista da Palestina e Jerusalém. Acompanhe no quadro abaixo os respectivos interesses:
Grupos/camada social | Interesses |
Igreja | Expansão europeia, ocupação aos marginais da época e acúmulo de riquezas. |
Políticos e ricos | Ganho de novas terras e mais riqueza. |
Comerciantes (burgueses) | Novas terras para novos negócios. |
Camponeses, escravos (pobres) | Ganho de terra e começar uma fortuna. |
Todos | Salvação, além da possibilidade de acúmulo de riqueza, já que era uma ordenança da Igreja. |
As nove Cruzadas e mais uma
Oficialmente as Cruzadas foram nove, mas a primeira que aconteceu não é considerada oficial, apesar de ter uma importância destacável.
Em ordem cronológica confira os demais conflitos:
- Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
- Primeira Cruzada (1096-1099)
- Segunda Cruzada (1147-1149)
- Terceira Cruzada (1189-1192)
- Quarta Cruzada (1202-1204)
- Quinta Cruzada (1217-1221)
- Sexta Cruzada (1228-1229)
- Sétima Cruzada (1248-1254)
- Oitava Cruzada (1270)
- Nona Cruzada (1271-1272)
A Cruza dos Mendigos
A Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096), como ficou conhecida, tem como principal característica a falta de investimento. Todos que guerrearam nesse primeiro movimento foram impulsionados pela fé. Isso porque independente da morte seriam vitoriosos, pois iriam para o céu já que a ordem dos conflitos foi da Igreja.
Enquanto os nobres se planejavam para os conflitos, diversos homens, mulheres e crianças, liderados por Pedro, o eremita, deram inicio aos conflitos.
A principal característica desse primeiro movimento foi a falta de investimento. Todos que guerrearam nesse momento foram impulsionados pela fé, porque independente da morte seriam vitoriosos, pois iriam para o céu. Afinal, a ordem dos conflitos veio da Igreja.
Primeira Cruzada
A primeira Cruzada foi proclamada pelo papa Urbano II e tinha como primeiro objetivo reconquistar a cidade de Jerusalém. A cidade já havia sido dos cristãos até ser tomada pelos muçulmanos em 1076.
Durante essa fase um dos homens de frente da guerra não avançou junto com o povo e auxiliado por uma minoria conquistou a cidade de Edessa. O homem era o Balduíno.
Dessa maneira foi feita a primeira conquista da primeira Cruzada.
Os homens seguiram, conquistaram a cidade de Antioquia e mais tarde Jerusalém.
Segunda Cruzada
Tempos depois dos primeiros conflitos de reconquista a cidade de Edessa foi novamente tomada pelos muçulmanos e o rei Luís VII organizou o povo mais uma vez para a guerra.
Porém esse novo conflito foi um fracasso: além de não conseguirem reconquistar a cidade, enfraqueceu a recém-retomada de Jerusalém.
Em 1187 os muçulmanos liderados por Saladino conseguiram invadir a cidade e reconquistaram a região. O líder muçulmano estabeleceu um acordo com os cristãos que permitiria o acesso deles à cidade para suas peregrinações, mas o território permaneceria muçulmano.
Terceira Cruzada
Essa é conhecida como a Cruzada dos Reis, muito maior que a segunda fase dos conflitos. Foi convocada pelo papa Gregório VIII, que chamou três reis para a linha de frente de batalha: Frederico I Barba-Ruiva, Felipe Augusto e Ricardo I.
Dos três reis o que conseguiu ir além às batalhas foi Ricardo I. Esse Rei conseguiu conquistar três regiões próximas a Jerusalém: Chipre, Acre e Jafa.
Depois que Jerusalém foi conquistada por Saladino, a dificuldade dos cristãos em retomar às terras era grande.
Então a estratégia de Ricardo I foi, depois de conquistar regiões próximas, ofertar prisioneiros muçulmanos em troca de Jerusalém. Eram 2700 homens que ele jurou matar, caso Saladino não cedesse a cidade santa.
Ricardo I era conhecido como Coração de Leão e se tornou notável depois de cumprir sua promessa de matar os muçulmanos, caso Saladino não lhe entregasse a cidade.
Assim, a terceira Cruzada acabou sem a conquista principal e com a desistência dos cristãos de voltar para Jerusalém.
Quarta Cruzada
A quarta fase de guerras tem novos objetivos. Os cristãos não tinham mais tanto desejo em retomar Jerusalém.
Essa Cruzada foi rápida e feita pelos comerciantes. Eles tinham como objetivo expandir as terras tomando territórios que tinham mais sucesso no comércio.
Os comerciantes de Veneza e Gênova, atuais cidades da Itália, decidiram invadir a cidade de Constantinopla que naquele período possuía um comércio forte.
Essa foi uma Cruzada de sucesso. Veneza e Gênova tomaram Constantinopla e conseguiram abrir os portos do Mar Mediterrâneo, dando um novo fluxo de mercado ao comércio da região.
As outras Cruzadas oficiais
Após as quatro fases de conflitos notáveis, ainda aconteceram cerca de 5 Cruzadas oficiais, fora as não oficiais paralelas aos movimentos regidos por reis e a Igreja.
A quinta Cruzada foi pregada pelo papa Inocêncio III e liderada por André II, tinha como objetivo tomar o Egito.
Foi um longo período de batalhas, mas não conseguiram o objetivo. Seus líderes tiveram momentos vitoriosos, mas os muçulmanos permaneceram no território e venceram a disputa.
A sexta Cruzada foi uma nova tentativa de lutar por Jerusalém, além de outros objetivos, mas também não teve sucesso.
A sétima Cruzada começou no Egito, liderada pelo rei francês Luís IX. Teve tentativas de luta por Jerusalém e Palestina, mas os cristãos perderam mais uma vez a disputa pelos dois territórios.
Os conflitos da oitava Cruzada eram mais distantes da Europa, apesar de partir desse continente. O Rei Luís IX tinha interesses na África. E a Nona e última Cruzada foi um desdobramento da anterior.