Registros históricos apontam que os assírios instituíram o militarismo. O exército mais antigo do mundo, teria sido implantado lá. Isso porque a Assur era a cidade mais importante do Norte da Mesopotâmia, e ficava localizada próxima ao Rio Tigre e às montanhas, o que a tornava vulnerável à ataques invasores.
O militarismo então era o traço mais marcante dos assírios. A base militar contava com formações fixas de carro de apoio, cavalaria, infantaria, sapadores e ainda armamentos com lanças.
Além de ficarem marcados historicamente pela organização militar, os assírios também foram responsáveis por construções grandiosas de edifícios imponentes.
Seguindo um modelo babilônico, o zigurate foi a principal forma de arquitetura religiosa assírica. Utilizava-se tijolos vitrificados policromáticos, o que marcou o período nesse sentido.
Economia e sociedade
A base da economia entre os assírios era a caça e a criação de ovelhas. Além disso, a região em que habitavam era rica em alguns recursos naturais, entre eles a madeira, o cobre e o ferro. A sociedade se estruturava basicamente entre reis, servos, escravos e guerrilheiros.
A maior parte da população eram servos, que viviam presos nas terras que cultivavam e podiam ser vendidos pelos senhores que governavam as vilas. O sistema de impostos já funcionava naquela época e a religião era um dos elementos que caminhavam com a economia.
O rei era figura soberana entre os assírios e detinha o poder sobre a economia, política, e militar. A religião se misturava com a política, e o rei acreditava ter contato direto com o divino, sendo submetido a rituais diversos como o jejum, que chegava a durar mais de dois dias.
Os assírios eram politeístas e relacionavam elementos e manifestações da natureza aos deuses. Por causa disso, quando haviam fatores naturais como raios, alguma praga ou eclipse solar, era sinal de que o governo do rei não ia bem. Em especial, quando ocorria esse tipo de eclipse, o rei estava condenado à morte.
Além disso, os assírios usaram a religião para matar em nome de Deus. Expandir território era considerado por eles uma tarefa divina que precisava ser cumprida. O terror e a forma truculenta de agir eram motivos de se vangloriar por “estar cumprindo um propósito dos deuses”.
Os assírios e seus reinados
As maiores conquistas dos assírios aconteceram durante os impérios dos reis Senaqueribe 740-681 a.C e Assurbanipal 687-627 a.C.
Senaqueribe transferiu a capital para Nínive. Já Assurbanipal coordenou os militares para invadirem o Egito, e fundou a maior biblioteca do período, em Nínive.
Assurbanipal era um rei sanguinário, considerado o mais cruel da antiguidade. Depois de promover uma guerra civil, planejou vingança contra os rebeldes. Alguns historiadores afirmam que ele mandou esquartejar os corpos dos inimigos e alimentou animais com os restos de matéria.
A crueldade de Assurbanipal ia tão longe que ele se tornou maior inimigo político do próprio irmão e matou ele com as próprias mãos.
A biblioteca fundada pelo rei ficava dentro do palácio, e de lá foram retirados diversos inscritos sobre o povo mesopotâmio, em duas línguas: o sumério e o acádio.
Era comum o uso da escrita em tábuas de argila ou pedra. Entre as escrituras que caracterizavam os assírios estavam:
- Crônicas
- Cartas reais
- Decretos
- Textos religiosos
- Tratados matemáticos
- Leis
Estratégias utilizadas para dominar
Para manter o controle dos povos que eram dominados em combates e escravizados, os assírios utilizavam de táticas consideradas terroristas. Ao mesmo tempo que dominava os adversários, os assírios nutriam o ódio dessas pessoas, o que desencadeava diversas rebeliões prejudicando o sistema.
Entre as estratégias utilizadas pelos assírios estava a de separação. Os reis distribuíam esse povo por locais diferentes. Uns passavam a cuidar das terras, outros trabalhavam na caça, outros buscavam matérias primas, em localidades diferentes. Isso impedia o contato entre os capturados, diminuindo o risco de rebelião.
Além disso, o controle era imposto também através do terror. Aqueles considerados traidores ou que fizessem algo que desagradasse ao rei, eram esfolados vivos e tinham a pele arrancada e exposta em territórios dominados.
Além disso, o método de mutilação também era aplicado. Os resistentes tinham partes do corpo arrancadas, como dedos, orelha, olhos, além da prática do empilhamento, que consistia em introduzir uma estaca de madeira perfurante nos corpos dos inimigos.
Fim do império
Durante o auge do exército assírio, este chegou a reunir 150 mil guerreiros. Uma média de 40 mil guerreiros eram mobilizados para os combates.
Na retaguarda, conhecidos por Zuk Shepe, esses guerrilheiros não usavam armamento, apenas escudo para se defenderem de possíveis ataques. Além do escudo feito de couro e bronze, eles usavam apenas capacete de ferro.
Na linha de frente estavam os kisir sharutti, guerreiros mais preparados. Usavam armaduras com lâminas de bronze, além de lanças e outros armamentos de combate.
No auge do império dos assírios surgiu a infantaria. Esses soldados usavam calçados de couro, e um disco de bronze, com função similar à de um colete a prova de balas. Ao invés de proteger contra tiros, esse disco impedia que lanças fossem enfiadas na região do peitoral e abdômen.
Durante anos de dominação da civilização mesopotâmica, os assírios se depararam com a resistência dos babilônicos, do sul da Mesopotâmia. Eles eram formados pelas tribos dos caldeus e elamitas, que também tinham poderoso exército, mas não suficiente para derrotar os assírios.
Abrindo caminhos para que outras guerras fossem expandidas, o povo do medo-persas se aliou aos babilônicos e conseguiram destruir Nínive.