O Barão do Rio Branco foi uma figura de imensa importância para a história do Brasil. Atuou como advogado, jornalista, professor, diplomata e político
em cargos de relevância, relacionando-se com o exterior inclusive na época do Brasil Império. Esteve presente durante os governos de quatro presidentes brasileiros e contribuiu para a população como historiador.
No Brasil e ao redor do mundo, esteve ligado a leis abolicionistas, a obras escritas e publicadas em jornais e periódicos e em pesquisas como jornalista.
Envolveu-se na política sendo diplomata, promotor público, cônsul, ministro e deputado. Também ocupou a cadeira de número 34 na Academia Brasileira de Letras.
Biografia do Barão do Rio Branco
José Maria da Silva Paranhos Júnior, popularmente conhecido como Barão do Rio Branco, era filho do Visconde do Rio Branco, estadista ligado ao ministério de relações exteriores.
Nascido em 20 de abril de 1845, o Barão do Rio Branco iniciou sua vida acadêmica na faculdade de Direito quando tinha 17 anos em São Paulo, porém optou por finalizar o curso em Recife.
Em meio aos estudos de Direito, também atuou nas letras e literatura, escrevendo biografias e desenhando ilustrações. Depois disso, se interessou e acabou por se envolver com pesquisas históricas.
Após a graduação, o Barão do Rio Branco viajou para a Europa, onde conheceu as principais capitais e se encantou com documentos históricos
presentes nas bibliotecas europeias, principalmente em Portugal.
Na volta ao Brasil, tornou-se professor de geografia e história em um colégio e virou membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Sua primeira nomeação política ocorreu em 1868, quando foi indicado para ser promotor público em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro.
Nessa época, era comum a parceria com seu pai, o Visconde de Rio Branco, em viagens diplomáticas para o Paraguai e região do Rio da Prata, visto que o pai ocupava o cargo de ministro dos Estrangeiros.
Após vivência como promotor público, tornou-se deputado eleito do Mato Grosso, que na época não era estado e sim uma província. Nessa mesma época, identificou-se com questões de destaque no Parlamento, como a Guerra do Paraguai e as leis abolicionistas.
O Barão do Rio Branco foi um dos responsáveis, inclusive, pela Lei do Ventre Livre, que livrava da escravidão os filhos de escravas. Conhecido por ser multitarefas, no mesmo ano em que esteve envolvido com política e vida jurídica lançou o jornal “A Nação”.
Tentou durante muitos anos começar sua carreira diplomática, inspirado pelo pai. Na década de 1870 foi enfim nomeado como cônsul geral do Brasil na Inglaterra, na cidade de Liverpool.
Durante 25 anos se dividiu entre Inglaterra e Paris, onde moravam sua mulher Marie Stevens, uma atriz belga, e seus filhos, no total cinco.
Morreu de insuficiência renal aos 66 anos. Seu corpo está enterrado no Rio de Janeiro ao lado do pai, no Cemitério do Caju.
Título de Barão e contribuições para o Brasil
Em 1888, conquistou o título de Barão do Rio Branco pelo imperador Dom Pedro II, de quem já fazia parte do conselho privado alguns anos antes. Esse título chegou no fim da fase imperialista do Brasil.
Depois da Proclamação da República, em 1889, continuou a utilizar seu título, pois era defensor voraz da monarquia e queria honrar a memória de seu falecido pai.
Sua contribuição ao Brasil foi extensa no tocante às fronteiras e quesitos diplomáticos e internacionais. O Barão do Rio Branco foi o responsável pela incorporação de novecentos mil quilômetros quadrados ao Brasil.
No Amapá, conseguiu definir a fronteira no rio Oiapoque, depois de vencer a França na disputa de fronteiras sobre esse território e a Guiana Francesa. O primeiro sucesso ocorreu no ano de 1900.
Em litígio contrário à Argentina, conquistou mais uma vitória quando conseguiu anexar os territórios do Paraná e Santa Catarina ao Brasil.
Nessa fase, mesmo vencedor, era acusado de ser imperialista de forma negativa.
O ex-presidente Rodrigues Alves, depois de testemunhar os primeiros sucessos diplomáticos do Barão, o concedeu o mais alto cargo diplomático do Brasil
em 1902. Desta vez, o problema que o então diplomata precisava solucionar era ainda mais complexo. Na época, o Brasil se encontrava em disputa territorial com a Bolívia nas terras do Acre.
O país não tinha exatamente interesse no Acre, porém as terras já estavam ocupadas quase que inteiramente por colonos brasileiros que protestavam e reivindicavam as propriedades.
O Barão do Rio Branco acabou vencendo por meio de concessões econômicas e territoriais e o Acre foi finalmente incorporado ao Brasil, constatando assim sua vitória mais memorável na carreira.
Um pouco mais tarde, precisou resolver questões com o Peru, que também reivindicava parte das terras acrianas, porém venceu mais uma vez.
Curiosidades
- A capital Rio Branco, no Acre, ganhou este nome pela vitória do Barão na disputa territorial com Bolívia e Peru entre 1903 e 1909.
- O Barão do Rio Branco fazia sugestões a outros ministros, como por exemplo nas guerras. Ele foi o responsável pela ideia de mandar
tropas militares brasileiras para a Alemanha
em busca de treinamentos mais técnicos e avançados. - Era entusiasta do abolicionismo. Foi um dos precursores do fim da escravidão no Brasil.
- Era sugerido e indicado para ocupar o cargo da Presidência do Brasil, porém nunca aceitava pois acreditava que uma candidatura precisaria ser unânime nacionalmente.
- Partiu dele a ideia de convidar um engenheiro que construísse um teleférico para facilitar a mobilidade até o morro da Urca no Rio de Janeiro,
o que resultou no conhecido bondinho do Pão de Açúcar
. - Foi sucessor de João Emanuel Pereira da Silva na ocupação da cadeira de número 34 da Academia Brasileira de Letras.
- O Instituto Rio Branco,
famoso por formar diplomatas
, leva esse nome em sua homenagem. - É considerado como o patrono da diplomacia do Brasil, pois foi o responsável por relações internacionais que permitiram a anexação de territórios que hoje compõem o país.