Resumo de Educação Física - Basquete em Cadeira de Rodas

O basquete em cadeira de rodas é um esporte praticado por pessoas que tem algum tipo de deficiência permanente nos membros inferiores. A modalidade surgiu em meados do século XX durante a Segunda Guerra Mundial, sendo praticado como uma forma de reabilitar soldados feridos na guerra.

Desde então, o basquete em cadeira de rodas esteve presente em todas as edições de Jogos Paraolímpicos já realizados no mundo e é considerado uma excelente maneira de estimular a inclusão social dentro do esporte.

Com o passar dos anos, não só os homens continuaram praticando o basquete em cadeira de rodas, bem como as mulheres passaram a disputar a modalidade.

Antes de conhecer as regras, as características, e a maneira como essa variação do esporte se desenvolveu no Brasil, é importante saber como surgiu o basquete tradicional no mundo.

Basquete

O basquete ou basquetebol é um dos esportes mais populares do mundo. O objetivo é lançar a bola em um cesto fixo localizado nas extremidades da quadra onde ele é praticado. A disputa ocorre entre duas equipes de 5 jogadores cada.

Surgiu em 1891, na cidade de Massachusetts, Estados Unidos. A ideia foi de um professor de Educação Física, James Naismith (1861-1940), integrante da Associação Cristã de Moços de Springfield.

A ideia começou como uma alternativa ao inverno da região, já que as outras atividades, na maioria das vezes, eram praticadas ao ar livre como o futebol e o beisebol, por exemplo.

Logo quando o basquete começou a ser praticado, a bola usada era semelhante à de futebol e o cesto era improvisado com um saco de armazenar pêssegos. Somente alguns anos depois tiveram a ideia de fazer um furo no fundo.

No entanto, os ajustes dos materiais foram feitos ao longo dos anos. A bola foi desenvolvida no modelo que é conhecido até os dias de hoje e as primeiras cestas sem fundo foram fabricadas em cilindros de madeira com bordas de metal. Ambas adaptações foram realizadas no ano de 1892.

Como funciona o basquete em cadeira de rodas?

Os basquete em cadeira de rodas é bastante semelhante ao basquete tradicional no que tange as regras. A quadra tem as mesmas medidas olímpicas, sendo de 28 m x 15 m, e a altura das tabelas tem 3,05 metros de distância do chão.

No entanto, existem algumas adaptações. A principal delas é que no basquete em cadeira de rodas os jogadores são avaliados de acordo com os padrões de Classificação Funcional da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF).

O órgão analisa o desempenho e a limitação de cada jogador. Assim, eles avaliam a capacidade funcional do tronco, das mãos, membros inferiores e superiores. O resultado encontrado é apontado em forma de números que podem variar de 1 a 4,5.

A primeira classificação identifica os atletas que não conseguem controlar o tronco, já a última classifica os jogadores que, na cadeira, não sentem tanta dificuldade de locomoção. Assim, quanto maior a dificuldade do atleta menor a classe. Porém, a soma desses números na equipe de cinco pessoas não pode ultrapassar 14.

Diferente do basquete tradicional, no basquete em cadeira de rodas ao invés de dois passos o jogador só pode dar dois toques na cadeira sem que a bola continue “quicando” ou então deve ser passada para o colega de time.

Cadeira de rodas

Para garantir a segurança e competitividade dos atletas, a cadeira de rodas precisa atender alguns requisitos. Entre eles:

  • A cadeira pode ter 3 ou 4 rodas, sendo duas rodas grandes na parte traseira e uma ou duas na parte frontal;
  • Os pneus traseiros devem ter o diâmetro máximo de 66 cm e deve haver um suporte para as mãos em cada roda traseira;
  • Quando as rodas dianteiras estiverem direcionadas para frente, a altura máxima do assento não pode ultrapassar 53cm do chão e o apoio para os pés não pode ter mais que 11cm a partir do chão. Porém, os apoios devem ser apropriados para evitar danos à superfície da quadra;
  • Ao jogador é permitido usar uma almofada de material flexível no assento da cadeira. Nesses casos, ela deverá ter as mesmas dimensões do assento e não pode ter mais de 10cm de espessura. Os jogadores de classe 3.5, 4.0 e 4.5 a espessura deverá ser de no máximo 5 cm;
  • Os jogadores têm liberdade para usar faixas e suportes que ajude a fixação na cadeira ou permita prender as pernas juntas. Além disso, aparelhos ortopédicos e protéticos também são permitidos;
  • No cartão de classificação dos jogadores deve conter as informações sobre o uso de próteses, além de indicar todas as adaptações feitas na cadeira do jogador;
  • Por fim, antes de iniciar a partida, os árbitros devem checar as cadeiras dos atletas, pois é proibido o uso de pneus pretos, aparelhos de direção e freios.

Jogadores de destaque

Atualmente, Patrick Anderson é considerado o melhor jogador de basquete em cadeiras de rodas no mundo, além de ser um dos melhores que já passou pela modalidade.

O atleta canadense é reconhecido pelos seus talentos dentro e fora da quadra, o que lhe garantiu fama internacional como modelo e embaixador do esporte. Confira algumas das habilidades de Anderson em quadra:

No Brasil, o destaque vai para o jogador Leandro de Miranda. O atleta foi eleito o melhor jogador de basquete em cadeira de rodas no ano de 2014, conquistou duas medalhas de bronze no Parapan, tricampeonato sul-americano e diversos títulos nacionais.

Esporte no Brasil

No Brasil, o basquete em cadeira de rodas tem um forte influência na história do movimento paraolímpico. Ele começou a ser praticado em 1958, no Clube do Otimismo, Rio de Janeiro. A iniciativa foi do atleta paraolímpico Robson Sampaio de Almeida e do seu técnico Aldo Miccolis. 

A seleção masculina estreou no Jogos de Heidelberg em 1972, já a feminina estreou em Atlanta no ano de 1996. Até então, as melhores colocações do país nessa modalidade foram o quinto lugar, no masculino, e o sétimo, no feminino, obtidas no Rio 2016.

Além disso, a seleção feminina conquistou a medalha de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto no ano de 2015 e de Guadalajara em 2011.

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