Blocos econômicos são ligações entre países a fim de desenvolver planos econômicos, políticos e socais. Os territórios estabelecem medidas que visam maior circulação de mercadorias, pessoas e, consequentemente, capital.
Eles nasceram no cenário pós Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos estava em forte expansão econômica. O primeiro, formado pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo em 1944, tinha o intuito de fortalecer as nações fragilizadas pela guerra.
Após a Benelux iniciou-se novos blocos, especialmente no final da Guerra Fria. Dessa vez o objetivo era enfrentar a competitividade criada pela globalização. No entanto, com o passar dos anos, tornaram-se uma das frentes de sua consolidação.
Distribuição dos blocos econômicos
As associações entre os membros dos blocos econômicos dependem diretamente das fases de crescimento em que os mesmos se encontram. Por isso, encaixam-se em quatro tipos:
- Área de Livre Comércio: zonas livres ou parcialmente dominadas pelas taxas alfandegárias, facilitando as transações comerciais.
- União Aduaneira: implantação de tarifas e perfis de mercado para padronizar as relações entre as nações integrantes.
- Mercado Comum: formação de políticas de livre mercado, tarifas externas e passagem de mercadorias, pessoas e capital.
- União Econômica e Monetária: o estágio mais avançado entre os blocos econômicos, pois define uma moeda única para circulação dentro dos países-membros.
Principais blocos econômicos
Em todos os continentes existem blocos econômicos que seguiram os estágios citados acima, e outros que pertencem a uma classificação específica, a exemplo do Mercosul que pratica a União Aduaneira.
Conheça a seguir quais são os blocos de maior destaque:
União Europeia
A União Europeia (EU) surgiu do Tratado de Maastricht, em 1992, e concentra 28 países. Desde o princípio, as nações criaram importantes mecanismos para a consolidação do bloco. Entre os acordos estão a implantação do euro como moeda comum, construção do Banco Central Europeu e Parlamento.
A partir de 2002 organizou-se a zona do euro – países que adotaram a moeda como forma de estabilidade econômica e, em troca, oferecem equilíbrio no seu sistema de taxas.
Para participar da União Europeia é necessário manter uma solidez política e econômica, e seguir os regimentos do Parlamento. Ainda assim, o pedido passa por sucessivas análises entre os integrantes.
O Reino Unido afirmou a saída do bloco europeu em junho de 2016. O chamado Brexit apresenta a estimativa de dois anos de finalização, pois a retirada começou no final de 2017.
NAFTA
O Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio inicialmente foi elaborado pelos Estados Unidos e Canadá, depois houve a adesão do México. O principal objetivo é derrubar as barreiras alfandegárias e leis financeiras, permitindo o acesso aos mercados dos integrantes.
Essa proposta é foco de críticas, pois o poder dos Estados Unidos diante dos demais países promove um certo domínio dentro do bloco. O então presidente americano Donald Trump, em 2018, assinou um novo tratado para aproximar ainda mais os territórios, principalmente na questão das taxas.
Mercosul
O Mercado Comum do Sul nasceu na década de 1990, através do Tratado de Assunção, que foi assinado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela está suspensa do bloco desde 2016, período em que agravaram-se as crises internas, e o Equador, Chile, Colômbia, Peru e Bolívia participam como membros associados.
As trocas comerciais e o movimento livre de pessoas são algumas das suas exigências. Muitos acreditam que é um mecanismo de defesa contra a potência americana na América do Sul.
A organização apresenta conselhos e comissões que avaliam a inserção de medidas e o gerenciamento de decisões políticas. O Mercosul possui um Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 3 trilhões de dólares, sendo o Brasil responsável por 70% deste dinheiro.
As diferenças entre os países e a instabilidade econômica e política têm motivado constantes atritos, além de dificultar a criação da moeda única.
APEC
A Cooperação Econômica Ásia-Pacífico nasceu da Conferência de Seattle, nos Estados Unidos, e é composta por nações das Américas, Oceania e Ásia.
O intuito é promover a área de livre comércio por todo o Pacífico, facilitando as transações com baixas tarifas, e a consolidação de novos mercados para matérias-primas além dos muros europeus.
As nações da APEC concentram quase a metade da população do planeta, o que significa aproximadamente 3 bilhões de pessoas. Seu PIB corresponde a 60% do mundial, movimentando bilhões em exportação e importação.
Um das dificuldades desse bloco é a disparidade entre os avanços tecnológicos dos países-membros. No entanto, a sua conjuntura reúne os maiores consumidores do mundo, a exemplo do Japão e Estados Unidos.
Estima-se que em 2020, momento que estará em plena atividade, será um dos blocos econômicos mais importantes.
ASEAN
A Associação de Nações do Sudeste Asiático, fundada em 1967, é uma organização que inclui dez países (Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja) e dois (Papua-Nova Guiné e Timor-Leste) em processo de aceitação.
Uma das particularidades desse bloco é o incentivo à paz e a busca pela solidez econômica do seus territórios. Por tais motivos, os membros comprometeram-se com a proibição de armas nucleares.
Recentemente, expandiu acordos políticos com outros países asiáticos, principalmente o Japão – um dos maiores influências do continente – e União Europeia.
Além desses, os blocos econômicos ao redor do mundo são:
- ACP: Associação de países da África, Caribe e Pacífico
- AELC: Associação Europeia de Livre Comércio
- ALADI: Associação Latino-Americana de Integração
- CAFTA-DR: Comunidade de Livre Comércio entre Estados Unidos Central e República Dominicana)
- CAN: Comunidade Andina de Nações
- CAO: Comunidade da África Oriental
- CEEAC: Comunidade Econômica dos Estados da África Central
- CEI: Comunidade dos Estados Independentes
- UAAA: União Aduaneira da África Austral
- PROSUL: Progresso e Desenvolvimento do Sul