O calendário maia era relacionado à religiosidade e servia também para agricultura, porém não funcionavam separadamente. Os dois calendários entravam em sincronia a cada 52 anos solares, matematicamente, pelo planeta Vênus. Para os maias isso significava o recomeço, uma nova Era.
Calendário Maia
O calendário mais importante para os maias continha um período de 260 dias que estava presente em todas as sociedades mesoamericanas e, provavelmente é o calendário mais antigo.
A versão maia desse calendário é conhecida como tzolkin e é ajustado com outro calendário de 365 dias, o haab, formando um ciclo sincronizado que dura 52 haabs o qual denominam de roda calendárica.
Existia também ciclos menores de treze e de vinte dias que eram importantes para os ciclos tzolkin e haab. Outra forma de calendário era utilizada para registros de longos períodos de tempo além de identificar quando um evento ocorreu com relação a outros.
Esse era conhecido como calendário de contagem longa, que é embasado na quantidade de dias corridos desde um ponto inicial mítico.
Com relação entre a contagem longa e os calendários ocidentais, o ponto inicial data em 11 de agosto de 3114 a.C, no calendário gregoriano proléptico, ou 6 de setembro no calendário juliano.
A contagem longa poderia ser estendida para mencionar datas no futuro ou passado, pois compreendia a utilização de um sistema de notação posicional na qual cada posição significava um múltiplo maior do número de dias.
O sistema numérico do calendário maia era vigesimal com base numérica 20, pois cada unidade representava 20 vezes a unidade na posição que procedia. Porém, havia uma exceção no valor de segunda ordem que representava 18 x 20, totalizando 360 dias, que o torna aproximado ao ano solar que constam 20 x 20, totalizando 400 dias.
No entanto, os ciclos de contagem longa eram isentos do ano solar. Algumas inscrições da contagem longa maia são auxiliadas com uma série lunar fornecendo informações sobre as fases e as posições da lua num ciclo semianual de lunações.
Outro ciclo de Vênus também era mantido já que registrava ascensões heliacais de Vênus. Eventos desse ciclo eram vistos como perniciosos e não auspiciosos. Haviam também calendários que foram mal compreendidos como um de contagem de 819 dias que aparece em algumas inscrições.
A maioria das inscrições do calendário maia da contagem longa se limitam em registrar somente os cinco primeiros coeficientes, que eram adequados para expressar uma data histórica ou atual. Ainda assim existem inscrições que apontavam sequências maiores indicando que os maias percebiam uma concepção linear do tempo.
Calendário religioso
No calendário maia, o tzolkin é o nome empregado para o Ciclo Sagrado Maia ou calendário de 260 dias. O termo tzolkin significa contagem dos dias e esse calendário corresponde a vinte nomes de dias com treze números do ciclo trezena para fornecer 260 dias. É utilizado para definir eventos religiosos e cerimoniais para divinação.
Cada dia é numerado de 1 a 13 e depois começa novamente em 1. A cada dia um nome é dado com uma lista de vinte nomes de dias.
Existem muitas teorias para a origem do tzolkin no calendário maia, porém em uma delas acredita-se que esse calendário vem de operações matemáticas com base nos números 13 e 20, números importantes para os maias.
Esses dois números quando multiplicados dão 260. Uma outra teoria é de que esse período de 260 dias é a duração da gravidez humana e é o período próximo do primeiro período menstrual e o nascimento. Há uma hipótese de que as parteiras desenvolveram esse calendário para prever o nascimento dos bebês.
Outra teoria seria uma junção da astronomia, geografia e paleontologia. Acredita-se que o almanaque sagrado pode ter sido iniciado em 13 de agosto de 1359 a.C, em Izapa.
Calendário Haab
Era o calendário maia com dezoito meses de vinte dias em cada mês, mais um período de cinco dias que eram os dias sem nome que ocorriam no final do ano e chamavam de wayeb. Era um calendário solar e os nomes dos meses do haab são conhecidos hoje por nomes maias iucateque da era colonial.
Os nomes desses períodos de vinte dias variavam em cada região, e eram refletidas na linguagem. Os dias eram identificados por um número do dia e seguido pelo mês. O haab é considerado impreciso porque o ano tinha exatamente 365 dias ignorando o excedente de um quarto de dia no ano tropical.
Ou seja, as estações se moviam em respeito ao calendário por um quarto de dia a cada ano, assim os meses do calendário com as estações em particular não corresponderiam às estações após alguns séculos.
Os chamados wayeb que são os cinco dias sem nome do final do calendário, eram tratados como dias perigosos, porque acreditavam que os portais entre o submundo e o reino mortal se dissolviam. Então, os maias tinham rituais nesse período como evitar sair das casas, lavar ou pentear os cabelos.
Curiosidades sobre o calendário maia
- Nem o haab e nem o tzolkin numeram os anos;
- Os dois calendários, tzolkin e haab, eram baseados em 260 e 365 dias;
- O ciclo completo se repete a cada 52 anos Haab;
- Esse período de 52 anos era conhecido como um ciclo de calendário e que ao final gerava uma tensão que os maias acreditavam dar má sorte;
- Existiram muitos rumores sobre o fim do mundo no ano de 2012, mas que na verdade foi uma má interpretação das escrituras que após estudos sobre esse período ficou acertado que os maias acreditavam que seria o fim de um período, que na verdade era um ciclo de repetição já que o calendário maia inicia no ano 3114 a.C e muda de ciclo a cada 394 anos. O solstício de 21 de dezembro de 2012 marcou o final de um desses ciclos.