As características do Renascimento influenciaram o início do século XV, marcando a passagem da Idade Média para a Idade Moderna na Itália.
Para conhecer as características desse importante movimento é importante entender o contexto que deu origem ao Renascimento. Confira:
Renascimento
O Renascimento foi um movimento artístico, filosófico e literário que surgiu na Itália no início do século XV. Ele ficou conhecido por apresentar mudanças nas diversas áreas do conhecimento, como política, cultura, economia, filosofia, ciências, artes
, dentre outras.
Devido às mudanças que ocorreram nesse período, o Renascimento é definido, por alguns autores, como um movimento de reforma cultural, literária e científica, uma vez que ele provocou uma ruptura no padrão cultural e intelectual que imperou durante a Idade Média.
Entretanto, há autores que definem o movimento como uma continuidade da era medieval. Fato é que, mesmo diante das divergências, o Renascimento abriu espaço para outros estilos artísticos e correntes filosóficas, com o desenvolvimento de características especiais.
Características do Renascimento
Entre as principais características do Renascimento destacam-se: o humanismo, o racionalismo, o individualismo, o antropocentrismo, o cientificismo, o universalismo e a valorização da Antiguidade Clássica. Saiba o que cada uma delas significou para a era renascentista.
Humanismo
O humanismo foi um modelo de corrente intelectual e filosófica que ganhou destaque nas artes em geral. Das características do Renascimento essa foi a que mais valorizou o ser humano e as suas capacidades intelectuais.
Os humanistas utilizavam escritos de autores da Antiguidade, a exemplo de Platão, para interpretar o Cristianismo. Eles se dedicaram ao conhecimento de línguas clássicas, como o latim e o grego e, por conta disso, os diferentes dialetos deram origem às línguas nacionais.
Portanto, os humanistas eram grandes sábios e filósofos que traduziam e estudavam os textos clássicos greco-romanos.
Além disso, o conhecimento acerca do humanismo era universal e abrangente, alcançando diversas áreas do saber humano, o que, inclusive, influenciou diversos filósofos iluministas do século XVIII.
Racionalismo
Das características do Renascimento, o racionalismo foi a que valorizou a razão humana. Ela está relacionada com a expansão científica, na qual busca-se uma explicação para os fatos, com base na ciência. Para os renascentistas, a razão era a única de forma de se alcançar o conhecimento.
A característica ficou conhecida por desenvolver pensamentos divergentes em relação a cultura medieval, que era totalmente baseada na autoridade divina. Pois, diferente dos medievais, os racionalistas defendiam o saber como fruto da observação e da experiência das leis que governam o mundo.
Individualismo
O individualismo está relacionado com o conhecimento do homem acerca dele mesmo, no qual ele buscar reconhecer a sua personalidade, seus talentos, e busca satisfazer as suas próprias ambições.
Dentre as característica do Renascimento, essa coloca o homem em posição central, onde ele passa a ser regido por suas emoções e transforma-se em um ser responsável pelas suas próprias ações. Além disso, essa concepção está baseada no princípio de que o direito individual estaria acima do direito coletivo.
Antropocentrismo
Um das mais influentes características do Renascimento, o antropocentrismo coloca o homem como o centro do universo e como a mais perfeita obra divina
, completamente ao contrário do pensamento teocêntrico medieval, no qual Deus estava no centro do mundo.
Além disso, as obras renascentistas foram construídas e inspiradas no antropocentrismo, ou seja, na valorização da capacidade do homem, como defende a teoria.
Cientificismo
É uma característica intelectual que coloca a ciência em posição de superioridade com relação as demais formas de compreensão humana
(religião, metafísica, filosofia, etc.) sobre a realidade.
No entanto, para alguns defensores dessa característica, como o filósofo Mario Bunge, o historiador Michael Shermer e o filósofo Daniel Dennett, a ideia não era colocar o cientificismo como uma doutrina que defendia a aplicação da ciência em todos os níveis, mas desenvolver uma visão de que ela é o melhor caminho para conhecer o mundo e possibilitar novos desenvolvimentos tecnológicos.
Nessa fase, destacaram-se as descobertas científicas realizadas por Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Johannes Kepler, Francis Bacon, Andreas Vesalius, René Descartes, Isaac Newton e Leonardo da Vinci.
Universalismo
Das características do Renascimento, essa valorizou o desenvolvimento do conhecimento humano sobre as diversas áreas do saber. Ela foi desenvolvida durante a educação renascentista, cujo período houve uma expansão de escolas, faculdades, universidades, e a implantação de novas disciplinas
, como filosofia, língua portuguesa, literatura, entre outras.
Nessa época do Renascimento, o homem procurava sempre ser um “polímata”, isto é, um especialista em diversas áreas. Um exemplo disso foi o artista Leonardo da Vinci, que foi pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, filósofo, mecânico, inventor, músico, químico, botânico, geólogo, etc.
Antiguidade Clássica
A retomada da Antiguidade Clássica, durante o período renascentista, aconteceu com o objetivo de romper com as normas e pensamentos vigentes da Idade Média
. A Antiguidade foi de extrema importância para os estudos dos humanistas, pois valorizou a figura humana, seus pensamentos, artes e filosofia.
Um dos motivos que contribuiu para os estudos dos clássicos foi a invenção da imprensa, visto que a rápida reprodução das obras ajudava na divulgação do conhecimento.
Para os estudiosos dessa época, a artes e a filosofia, desenvolvidas durante a Grécia e a Roma Antiga, demostram maior valor estético e cultural, em comparação as que foram desenvolvidas na Idade Média.
Artistas do Movimento Renascentista
Não só as características do Renascimento foram destaque durante o movimento. Alguns artistas na área da literatura, escultura, pintura e arquitetura também tiveram seus momentos.
Nomes como Willian Shakespeare, autor de “Romeu e Julieta”; Dante Alighieri (1265-1321), autor da “A Divina Comédia”; Miguel de Cervantes, autor de “Dom Quixote”; Maquiavel, autor de “O Príncipe”; Luís de Camões, escritor de “Os Lusíadas" e Michel de Montaigne, autor de “Ensaios”, se sobressaíram na literatura
.
Enquanto isso, na pintura, escultura e arquitetura, dos principais artistas renascentistas tiveram destaque: Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Rafael Sanzio, Donatello e Sandro Botticelli.