O Ciclo do Pau-Brasil foi um período histórico da nação brasileira que aconteceu no decorrer da fase pré-colonial, entre os anos de 1500 e 1530. Essa época ficou marcada pela exploração da árvore chamada de Pau-Brasil, que existia em grande quantidade na região litorânea.
Por causa do alto nível de exploração, essa importante riqueza natural chegou a ser ameaçada de extinção
. Atualmente, a espécie é protegida, para não correr mais o risco de extinção.
As Fases do Ciclo do Pau-Brasil
O ciclo do Pau-Brasil ocorreu na época do Descobrimento do Brasil no ano de 1500, o maior interesse dos portugueses por cerca de quase meio século foi a exploração da madeira Pau-Brasil. Essa árvore era localizada com muita facilidade, o que favorecia a exploração e por causa disso, ela ficou em extinção.
A exploração do Pau-Brasil foi a primeira atividade econômica do Brasil. A árvore era chamada de “ibirapitanga” pelos índios tupis. Na Europa moderna, era considerada uma riqueza em ascensão.
Há estimativas de que, na época do Descobrimento do Brasil, havia cerca de 70 milhões de paus-brasis, em uma faixa de aproximadamente 18 km do litoral do estado do Rio Grande do Norte, na região Nordeste até a Guanabara – Rio de Janeiro, na região Sudeste. A maioria dessas árvores foram arrancadas e levadas para a Europa.
Desde o começo do século XVI, a Coroa Portuguesa lucrava com valores alto para explorar essa matéria prima. A extração da madeira do Pau-Brasil aconteceu através de três expedições, que foram realizadas nos anos de 1502, 1503 e 1504
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O Ano de 1500
No ano de 1500 quando iniciou o ciclo do Pau-Brasil, a madeira do Pau-Brasil se tornou bastante conhecida por causa da possibilidade de tingir os tecidos com ela. Essa madeira era comercializada desde o século IX, pelos árabes, que denominaram a árvore de “Pau de Tinta”.
Somente a partir do século XV, foi que os portugueses passaram a comercializar a distinta madeira. A matéria prima era encaminhada para os países da Europa, principalmente, região onde ter a tintura vermelha nos tecidos era indício de prestígio social.
O Ano de 1502
No ano de 1502, na continuidade do ciclo do Pau-Brasil, a extração da madeira Pau-Brasil foi arrendada para os negociantes de Lisboa, capital de Portugal. Assim, eles conseguiram ter o direito de explorar o Pau-Brasil e de escravizar os índios.
Naquele período, a Coroa Portuguesa obtinha porcentagens bem caras sobre o valor total arrendado e por consequência, os negociantes continuavam a exploração do litoral, que cada vez ficava mais forte. Dessa forma, eles iam construindo e abastecendo a fortaleza.
Os Anos de 1503 e 1504
Durante o ciclo do Pau-Brasil, no ano de 1503, a segunda expedição realizada para reconhecimento das novas terras, voltou para Portugal.
O explorador, mercador e navegador italiano Américo Vespúcio (1454 – 1512) enviou um relatório para o rei de Portugal, Dom Manuel, onde informou sobre a grande quantidade da riqueza natural encontrada e sobre a disponibilidade para exploração.
No decorrer da viagem de volta para Portugal, o rei Dom Manuel ainda recebeu, muita madeira Pau-Brasil para comercialização. Toda a Mata Atlântica e o litoral do Brasil, foram as regiões mais exploradas e por causa da grande quantidade de árvores nas áreas costeiras, a exploração era muito fácil. Os índios foram escravizados e obrigados a cortar essas árvores
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A terceira expedição aconteceu entre os anos de 1503 e 1504, que ficou marcada pela construção de uma fortaleza no porto, local conhecido atualmente como Cabo Frio, litoral do estado do Rio de Janeiro.
A partir dessa fortaleza ocorria o carregamento da matéria prima para os navios europeus. Esse carregamento era denominado de resgate. Depois de um tempo, apareceram outras zonas de resgate no estado de Pernambuco e na Baía de Todos os Santos.
Depois da Terceira Expedição
A partir do ano de 1504, o ciclo do Pau-Brasil continuava em alta, os franceses realizaram um acordo com os indígenas para explorar o Pau-Brasil, assim como fizeram os portugueses. Os índios fizeram um acordo com os franceses, que aparentemente era bem mais vantajoso do que o antigo acordo com os portugueses.
Os exploradores da França mandavam regularmente, muitos navios cheios de madeira para a Europa. Com isso, Dom João III mandou algumas expedições de guarda-costas para a colônia, com objetivo de apreender e afundar os navios dos franceses e assim conseguir impedir que a carga fosse mandada para os países da Europa.
Pelo fato do litoral do Brasil ser enorme, os portugueses tiveram que povoar a colônia. No ano de 1530, teve início o processo de colonização, com a liderança do nobre, militar e administrador colonial português Martim Afonso de Souza (1490 – 1564).
Martim Afonso de Souza deixou três colonos no estado da Bahia e partiu em busca de conquistar e colonizar outros territórios. Ele fundou muitas vilas e no retorno para o estado de Pernambuco, apreendeu dois navios carregados de Pau-Brasil, matando toda a tripulação.
No ano de 1587, de acordo com o agricultor, historiador e empresário português Gabriel Soares de Souza (1540 – 1591), havia grande quantidade dessa riqueza natural, desde o litoral do estado do Rio de Janeiro até o estado do Rio Grande do Norte, mas no estado de Pernambuco existia uma madeira de maior qualidade, denominada de “Pau de Pernambuco”. De lá saíram os maiores carregamentos.
O Fim do Ciclo do Pau-Brasil
No ano de 1660, o Pau-Brasil não era mais o principal produto importado do país, os lucros com essa matéria prima também não eram tão bons, já que as despesas eram muito grandes. O ciclo da cana de açúcar ganhou mais espaço e se tornou a nova atividade econômica.
Em 1832, surgiram informações de que foram descobertos alguns corantes artificiais e a partir desse fato, a comercialização da madeira Pau-Brasil para a tintura, reduziu ainda mais. Depois disso, no ano de 1875, Dom Pedro II aboliu o imposto especial que vinha sendo cobrado na exportação do Pau-Brasil.
Alguns anos mais tarde, um artesão francês descobriu que a densidade da madeira Pau-Brasil dá um perfeito timbre. Atualmente, várias orquestras sinfônicas usam somente a madeira de Pau-Brasil em seus violinos e violoncelos, sendo que a preferência é do Pau de Pernambuco, por ser madeira de uma qualidade ainda melhor.