O circo é o lugar onde acontecem expressões artísticas que fazem parte da cultura popular. As artes circenses são feitas por artistas como malabaristas, palhaços e ilusionistas.
A forma de arte é composta por diferentes técnicas, distribuídas em produções que partem da música até o lúdico.
Existem referências circenses desde a Antiguidade. Na China, equilibristas e contorcionistas faziam apresentações para as autoridades da monarquia. Enquanto isso, na Roma Antiga, o Circus Maximus era o local onde ocorriam as atrações organizadas pelo poder imperial, a exemplo das corridas de carruagens.
História do circo
Apesar do longo histórico, o picadeiro e as suas atrações apenas ganharam forma moderna no século XVIII, na Inglaterra.
O primeiro artista que esquematizou a ideia do circo como espetáculo de diversidade artística foi o inglês Philip Astley (1742-1814), em 1768. Nesse ano, em Londres, ele fez o Anfiteatro Real das Artes, espaço onde apresentou acrobacias com cavalos.
As apresentações, feitas para um elevado público pagante, garantiu lucros financeiros e fez Astley realizar parcerias com outros artistas. Com isso, foram acrescentados números variados, a exemplo de acrobacias e malabarismos.
A arte circense da equipe de Astley foi um sucesso, fato que fez o inglês levar o seu espetáculo para Paris, cidade na qual permaneceu até a Revolução Francesa, momento em que precisou deixar a França por causa das incertezas politicas e econômicas.
Apesar do desfecho no solo francês, a ação de Astley abriu o caminho para o circo itinerante. Como resultado, em 1818, o modelo circense inglês saiu do continente europeu e passou a ser praticado em todo o mundo.
No século XIX, o equilibrista britânico Thomas Taplin Cooke (1782-1836) atravessou o oceano Atlântico e desembarcou em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Na bagagem, trouxe artistas que formaram uma companhia circense que se espalhou por todo o país americano.
A influência de artistas europeus não foi realidade vivida apenas pelos estadunidenses. Em outro ponto da América, a expressão artística do picadeiro alcançou a terra do pau-brasil.
História no Brasil
A arte do circo no Brasil surgiu no século XIX. Ela foi trazida por famílias europeias que realizavam apresentações teatrais. Além desses grupos, os ciganos europeus executavam números lúdicos com animais, principalmente ursos e cavalos.
No território brasileiro, as apresentações tinham características mais teatrais, com danças, malabarismos. Uma apresentação era conectada com a outra, aspecto que fez o público acompanhar toda uma história.
Até os anos 60, o circo foi uma das únicas atrações que chegou em todos os municípios brasileiros.
Contexto atual
Atualmente, o circo contemporâneo brasileiro é formado por grupos como:
- Intrépida Trupe;
- Acrobáticos Fratelli;
- Parlapatões, Patifes e Paspalhões;
- Nau de Ícaros;
- O Circo Mínimo;
- Circo Escola Picadeiro;
- Linhas Aéreas;
- Teatro de Anônimo.
Esses grupos passaram pelas mudanças administrativas do picadeiro moderno brasileiro, criando uma nova categoria de circense, o chamado novo circo.
Nesse modelo, as companhias não têm picadeiro, lona, arquibancada. Elas se apresentam em locais como teatros e casas de espetáculo. As apresentações são feitas com inovações na linguagem, a exemplo da grande incorporação de técnicas de dança, teatro e música.
Antes de seguir, é importante mencionar que o maior exemplo desse novo formato circense é o Cirque du Soleil, companhia canadense fundada em 1984.
De volta pra o Brasil, à margem das grandes transformações dos picadeiros modernos, existem os pequenos circos. Sem consideráveis modernizações, fazem apresentações em pequenas cidades do interior e bairros da periferia.
Os espetáculos são simples e não têm equipamentos sofisticados. De forma um pouco saudosista, esses picadeiros sobrevivem ao tempo e preservam algumas características tradicionais do fazer artístico.
Características da arte circense
Uma característica importante dos circos é a capacidade de se instalar em diferentes lugares, promovendo apresentações nos mais diversos ambientes. Entretanto, cabe pontuar que há aqueles que ficam fixos em determinado local.
Outro aspecto relevante é o fato de ser uma arte popular, condição que possibilita a sua prática com poucos objetos ou elementos artísticos. Esse é o caso de atividades malabares com bolinhas.
A diversidade de artistas é ponto fundamental do circo, pois as apresentações são feitas com:
- Palhaços;
- Malabaristas;
- Equilibristas;
- Trapezistas;
- Mágicos.
Nesse contexto, o palhaço é o personagem mais popular. A questão está ligada com a função do artista de atuar com humor e a constante interação verbal com o público.
Curiosidades do circo
A arte circense é tão antiga que não pode ser datada de forma precisa. Diante de tamanho passado cultural e histórico, apresenta curiosidades como:
- O nome “circus” significa “lugar onde competições acontecem”;
- O Circus Maximus foi inaugurado no século VI a.C e tinha capacidade para 150 mil pessoas;
- O cinema como entretenimento nasceu da necessidade de trazer emoção e tecnologia para o circo;
- No Brasil, é proibido o uso de animais nos circos em 12 unidades federativas e em algumas cidades;
- Ainda sobre o Brasil, os filhos de profissionais circenses têm direito a frequentar as escolas da região onde o espetáculo está em cartaz;
- O público procura na arte circense um valor simbólico que pode ter significados estéticos, morais, espirituais.
Outra curiosidade sobre a expressão artística circense é que ela pode ser dividida em três principais ramificações. A primeira é a tradicional, aquela que reforça o olhar romântico do picadeiro. Ela é feita por famílias que há várias gerações vivem sob a lona.
A segunda é a arte do novo circo, atrelado com as mencionadas inovações de linguagem. E, por fim, as expressões dos artistas de rua, sem lona e com muito improviso.
Para finalizar, é necessário lembrar que o Dia do Circo é comemorado em 27 de março. A data foi escolhida em homenagem ao palhaço brasileiro Piolin (1897-1973), um dos maiores representantes da arte no país. Ele nasceu nesse dia, na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo.
Piolin foi mundialmente reconhecido pela criatividade cômica e habilidade como ginasta e equilibrista. No Brasil, também conquistou o reconhecimento dos intelectuais que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922.