Resumo de História - Colonização Espanhola

Descoberta e exploração do Novo Mundo

A colonização espanhola remete ao período de ocupação e controle de grande parte do continente americano, processo que começou com a chegada da expedição de Cristóvão Colombo, em 1492. Com o intuito de explorar as terras definidas pelo Tratado de Tordesilhas, a Coroa Espanhola estabeleceu uma organização social e administrativa em diversos territórios, impondo também a sua cultura, religião e idioma aos povos nativos. 
Assim como Portugal, a Espanha foi um grande pioneiro nas navegações e, com isso, pôde colonizar o que foi chamado de Novo Mundo. Entre os espaços dominados, encontram-se os países que hoje conhecemos como Paraguai, Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, México, Equador, Peru e Bolívia. 

Colonização espanhola: contexto histórico

A vinda dos espanhóis ao continente americano foi motivada pela expansão do comércio europeu, a partir do século XV. A crescente demanda por especiarias fez a Espanha lançar-se ao mar em busca de rotas para chegar às Índias, já que a passagem pelo mediterrâneo havia sido fechada pelo Império Otomano. Através dos incentivos da rainha Isabel de Castela, em uma das expedições marítimas Cristóvão Colombo – acreditando ter chegado às Bahamas – descobriu a América. 
Após essa grande conquista, fez-se necessária a ocupação do novo território, afinal era preciso conhecer e explorar todos os recursos para fortalecer a economia do país e o poder da Coroa. Vários homens investiram suas riquezas em troca da posse de terras no Novo Mundo. Para aqueles que conseguiam sobreviver as viagens até o lugar desconhecido, se estabelecer e gerar rendimentos para o reino castelhano, eram oferecidos títulos de nobreza. 
Como a Espanha era uma metrópole mercantilista – defendia a busca por metais preciosos como forma de acumulação de riquezas – as áreas sob seus domínios tornaram-se colônias de exploração. Ou seja, serviam apenas como fonte de lucro e eram totalmente dependentes das suas leis e imposições. 
A extração de minerais, a exemplo da prata e ouro, era a base da economia. Essa atividade também foi responsável pelo desenvolvimento de outras práticas nas colônias, como agricultura e pecuária. O controle político e econômico ainda possibilitou a expansão da fé católica. Enquanto a burguesia mediava a posse dos bens em nome da Coroa, a igreja – através dos seus jesuítas – disseminava o cristianismo por meio da catequização dos nativos americanos. 

Dominação da população nativa 

No momento que chegaram no continente americano, os espanhóis se depararam com civilizações que já tinham um ordenamento político e social, a exemplo dos impérios Asteca e Inca. Então, para garantir a exploração econômica e suprir os interesses da Coroa, além de elaborar uma rede administrativa, passaram a explorar a mão de obra indígena. 
A vida dos chamados povos pré-colombianos foi totalmente afetada pela colonização espanhola. Mesmo diante dos esforços da rainha Isabel de Castela em preservar a integridade dos “súditos do Novo Mundo”, muitos eram obrigados a pagar os tributos cobrados pela metrópole em forma de trabalho. O sistema de , por exemplo, ainda permitia que as terras indígenas fossem repartidas entre os espanhóis como pagamento dos impostos. 
Em troca de proteção, alimentos e para ter acesso à catequização, pregado pela religião cristã como o único meio de salvação da alma, os índios tinham que trabalhar nas minas de prata ou em plantações. Como as condições eram extremamente precárias, igualando-se à escravidão, grande parte da população nativa acabou morrendo. Outro fator que motivou o aumento da mortalidade foi a proliferação de pandemias. O contato com doenças como gripe, varíola e tuberculose provocou rapidamente um série de óbitos. 

Posteriormente, a maneira encontrada para substituir a mão de obra indígena foi a escravização dos negros africanos. Trazidos por traficantes que tinham o financiamento das grandes potências ibéricas, foram forçados a trabalhar em lavouras de cana-de-açúcar, tabaco, cacau, algodão, dentre outros cultivos. Apesar da escravidão negra não ter tido predominância em todas as terras de colonização espanhola, a violência e opressão também trouxe graves consequências para os africanos. 
Diante de todas essas situações, alguns pesquisadores acreditam que a conquista da América, especialmente no que diz respeito à colonização espanhola e portuguesa, ocasionou um dos maiores genocídios da história. 

Administração espanhola

Durante o processo de colonização espanhola foi criado um complexo sistema administrativo para viabilizar a exploração dos metais preciosos e aproveitar ao máximo a mão de obra indígena. Quando a Coroa teve certeza do potencial econômico da América, buscou logo intensificar o seu controle. Para isso, resolveu fundar duas formas de organização:
Vice-reinos: devido às extensões de terra e tamanho da população (nativos e espanhóis), eram as regiões que geravam mais riquezas. Eram governados pelos chamados vice-reis e recebiam os nomes de Vice-Reino da Nova Espanha e o Vice-Reino do Peru. 
Capitanias gerais: foram implantadas nas zonas que não aceitavam a colonização espanhola, motivo de vários conflitos com os índios, ou vulneráveis a ataques de navios piratas. Foram batizadas como Capitania Geral de Cuba, Capitania Geral de Porto Rico e Capitania Geral de Santo Domingo.
O primeiro vice-reino, o da Nova Espanha, foi estabelecido em 1535. Essas terras, conquistadas por Hernán Cortés, eram supervisionadas por um vice-rei escolhido pelo Conselho Real e Supremo das Índias – órgão subordinado à Coroa Espanhola e que auxiliava o rei no domínio civil, militar, comercial e jurídico das colônias. Quase dez anos depois foi fundado o Vice- Reino do Peru, que passou também a controlar os cabildos – conselhos formados pelos chapetones, espanhóis que faziam parte da elite colonial, e o clero. 
Além dessa divisão territorial, a colonização espanhola instaurou a Casa de Contratação, instituição que tinha a função de monitorar todas as pessoas que viviam ou eram recém-chegadas no Novo Mundo, recolher impostos e ainda fiscalizar as embarcações que saiam em destino à Espanha ou vice-versa. Sua sede era inicialmente em Sevilha e depois mudou-se para Cádiz, cidade onde os navios vindos da América desembarcavam. 

Independência da América Espanhola 

O processo de independência das colônias criadas durante a colonização espanhola aconteceu no século XIX. A insatisfação diante da dizimação dos povos nativos, apropriação das riquezas naturais por parte da Coroa Espanhola, o surgimento do Iluminismo na Europa e a independência dos Estados Unidos – a primeira das colônias – foram alguns dos acontecimentos que serviram de inspiração para o início das lutas pela emancipação. 
Com o apoio da Inglaterra, que já estava interessada em novos fornecedores de matérias-primas e expansão do seu mercado, e após diversas revoltas em todo território colonial, ocorreu finalmente a independência e o término dos vice-reinos e capitanias-gerais, dando origem a diversas nações.