O processo que resultou na formação dos Estados Unidos
A colonização inglesa na América do Norte
Porém, em 1607, um outro grupo se aventurou no território novamente, eram as Companhias de Comércio, criadas com o objetivo de explorar as colônias e aumentar os lucros comerciais. Uma delas, a , voltou à América para recuperar a colônia da Virgínia e iniciar a colonização inglesa.
Na Virgínia havia produção de tabaco, um produto que dava muitos lucros no mercado europeu. Ao perceber o sucesso dessa colônia, os ingleses passaram a investir em outras regiões. Nesse período nasceram as colônias da Geórgia, Carolina do Norte e do Sul, Maryland e Delaware, todas com potencial agrícola.
À medida que as colônias iam surgindo, desenvolviam suas próprias características, que se diferiam quanto ao tipo de povoamento e a economia. A região Sul era composta pela colônia de exploração. Nesse sistema, o lucro obtido através da exportação dos produtos agrícolas era o grande objetivo dos colonos e para que eles pudessem garantir que a produção chegasse à Europa em grande escala, se utilizavam da mão de obra escrava. Esse foi o mesmo tipo de colonização utilizado pela coroa portuguesa no Brasil.
Já na parte norte ficava a colônia de povoamento. Diferente do que acontecia no Sul, o objetivo desse tipo de colônia era o de realmente fazer dela um lugar para viver. O povoamento aconteceu no Norte por conta de dois elementos importantes, o primeiro refere-se ao fato de que a maioria das pessoas que foram naquela direção eram refugiados.
Nesse período a Igreja Católica passou a perseguir os cristãos protestantes. Com medo de sucumbir à intolerância religiosa, fugiram para a América do Norte em busca de novas possibilidades. Foram os puritanos que fundaram a cidade de Plymouth em 1620. Em segundo lugar, o clima no norte não era tão propício à agricultura, por isso não atraía os latifundiários.
Daí dá para perceber que a colonização inglesa foi muito diferente da colonização portuguesa, por exemplo. A primeira resultou no desenvolvimento e autonomia das colônias, já a segunda, que só se preocupava em explorar e garantir o lucro, tornou as colônias cada vez mais dependentes da metrópole.
A organização das Treze colônias britânicas
O Novo Mundo ou a Nova Inglaterra era formada por pessoas de todos os lugares. Além de ingleses, suíços, escoceses, irlandeses e alemães fundaram comunidades inteiras. Eram grupos de imigrantes que fugiam da perseguição da Igreja Católica e também aqueles que estavam com problemas econômicos e precisavam se reinventar.
As comunidades foram se estabelecendo na costa leste do litoral, à medida que as colônias eram formadas, iam conquistando sua independência. Como elas ficavam muito distantes geograficamente, não havia a possibilidade de uma unidade política, por isso, as colônias britânicas foram divididas em colônias do norte, do centro e do sul.
Os colonos do norte não se preocupavam só em se reestabelecer, mas em possibilitar meios de continuar a viver nas colônias, investindo para o seu desenvolvimento. Foram os imigrantes protestantes que insistiam na valorização dos estudos, por exemplo. Graças ao esforço coletivo do grupo, a primeira universidade norte-americana, Harvard, foi fundada em Massachusetts em 1636.
Outras religiões foram surgindo ao longo do tempo e também buscavam se estabelecer. A Pensilvânia, por exemplo, surgiu como uma colônia Quaker, um movimento religioso que havia se rebelado contra a política inglesa e pregava uma renovação do cristianismo. Isto porque, na época, a Inglaterra estava sendo influenciada pelo Anglicanismo.
Ao passo que iam se desenvolvendo, eram estabelecidas novas organizações políticas. As colônias passaram a ter conselhos, assembleias e até governadores, estabelecendo um comando inglês em detrimento da população nativa. É importante salientar que o desenvolvimento da economia durante a colonização inglesa, se deu de formas diferenciadas, principalmente por conta da geografia de cada região.
A Nova Inglaterra, como eram chamadas as colônias ao norte, tinham um clima parecido com o da Europa e, por isso, o interesse comercial naquela região era muito baixo. Dessa forma, as colônias do norte desenvolveram um sistema pensando em abastecer o mercado interno, geralmente, baseado na agricultura familiar ou trabalho assalariado.
Por ter um clima tropical, as colônias do sul atraíam a atenção dos comerciantes de toda a Europa. A região desenvolveu a monocultura de tabaco, que era produzida em sua maioria pela exploração da mão de obra de africanos trazidos pelo tráfico negreiro.
A longo prazo, pode-se dizer que as colônias do norte acabaram se desenvolvendo mais, pois a sua preocupação com o povoamento e desenvolvimento da região, as tornaram mais autônomas. Ao sul, existia uma total dependência da Inglaterra, que fornecia grande parte dos materiais que eram utilizados no cotidiano, por isso, seu processo foi mais tardio.
Além das colônias do norte e sul, havia as colônias centrais. No início, elas estavam sob o domínio dos holandeses, mas depois passaram para o controle inglês. As colônias do centro tinham uma economia agrícola que era formada basicamente por trabalhadores de pequenas propriedades. Assim, as regiões formadas devido ao processo de colonização inglesa ficaram divididas em:
Colônias do Norte: Massachusetts, Nova Hampshire, Rhode Island e Connecticut.
Colônias do Centro: Nova Iorque, Pensilvânia, Nova Jersey e Delaware.
Colônias do Sul: Maryland, Virginia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.