O complemento verbal é um dos assuntos da Língua Portuguesa estudado dentro da sintaxe. Ele é um dos termos integrantes da oração e está relacionado a transitividade verbal.
A transitividade verbal refere-se a relação entre os verbos e seus complementos. O verbo pode ser transitivo, quando necessita de um complemento para ter o sentido completo; e intransitivo, quando não é preciso complemento, pois apresenta sentido completo.
Exemplos:
- Ontem, minha avó caiu.
- Meu cachorro morreu.
Quais são os complementos verbais?
Complemento verbal é a palavra/nome que completa o sentido de um verbo transitivo. Geralmente, estão localizados no final da sentença.
A presença do complemento verbal em uma oração é fundamental para o significado dela, pois a sua ausência pode comprometer a compreensão de toda a frase.
Vale ressaltar que quando se fala de complemento verbal refere-se diretamente ao objeto quanto a transitividade do verbo. Ou seja, complemento verbal é a mesma coisa que objeto.
Os complementos verbais são:
- Objeto direto
- Objeto direto preposicionado
- Objeto indireto
- Objeto direto e indireto
- Objetos pleonásticos
Exemplos:
- Aviões podem voar porque possuem asas. (Asas é o objeto direto do verbo possuir.)
- Gosto de escrever. (De escrever é o objeto indireto do verbo gostar.)
- Neguei tudo aos impostores. (Tudo é objeto direto e aos impostores é objeto indireto do verbo negar.)
Objeto direto
Objeto direto é o complemento verbal que completa o sentido do verbo sem o uso de preposições.
Exemplos:
- Filipe Oliveira ama chocolate. (Felipe ama o que? A resposta é chocolate, que é o objeto direto da oração.)
- Juliana vendia geladinho. (Juliana vendia o que? A resposta é geladinho, que é o objeto direto da oração.)
- Ruan Hortênsia ama Joãozinho. (Ruan ama quem? A resposta é Joãozinho, que é o objeto direto da oração.)
- Nós odiamos Bolsonaro. (Nós odiamos quem? A resposta é Bolsonaro, que é o objeto direto da oração.)
Observação: se o verbo é transitivo direto, ele vai sempre apresentar um objeto direto, que pode ser substantivos, palavras substantivas ou pronomes.
Objeto direto preposicionado
O objeto direto preposicionado é aquele que vem acompanhado de preposição.
Nesse caso, a preposição é usada para enfatizar a ideia do objeto e a sua retirada não irá interferir no sentido do verbo.
Exemplos:
- Carlos amava a Deus. (O “a” é uma preposição, mas enfatiza o objeto direto “Deus”.)
- Juliana vendia o geladinho. (A preposição “o” enfatiza o objeto direto “geladinho”.)
Objeto indireto
O objeto indireto é aquele complemento verbal em que se inicia com preposição.
Isso quer dizer que a preposição é necessária para que o sentido seja completo.
Exemplos:
- Janaína e Jorge obedeceram aos pais. (Janaína e Jorge obedeceram a quem? A resposta é aos pais, que é o objeto indireto da oração.)
- Os meninos precisam de atenção. (Os meninos precisavam de que? A resposta é de atenção, que é o objeto indireto da oração.)
Observação: perceba que em ambos os exemplos há as preposições “aos” e “de”, e se elas forem retiradas, a sentença perderá o seu sentido.
ATENÇÃO: é importante ressaltar que não só porque a frase tem uma preposição ela possui um verbo transitivo indireto com objeto indireto. Lembre-se que o objeto direto preposicionado também tem preposição.
A diferença é que no objeto indireto, o uso da preposição é indispensável, sem ela a frase não tem sentido. Já no objeto direto, a preposição é opcional, com o intuito de dar ênfase.
Objeto direto e indireto
Também chamado verbo bitransitivo é quando o verbo pede mais de um complemento. Ou seja, é verbo transitivo direto e indireto.
O verbo bitransitivo apresenta dois tipos de complementos verbais: o objeto direto e o objeto indireto (objeto direto + objeto indireto)
.
Exemplos:
- Deram dinheiro ao estudante. (Quem dá, dá alguma coisa a alguém. Dessa forma, “dinheiro” é o objeto direto e “ao estudante” é o objeto indireto.)
- Ofereceram comida ao mendigo. (Quem oferece, oferece alguma coisa a alguém. Assim, “comida” é o objeto direto e “ao mendigo” é o objeto indireto.)
Objetos pleonásticos
Os objetos pleonásticos podem ser identificados nas frases em que os objetos diretos ou indiretos aparecem duas vezes na oração. Ou seja, é um recurso usado com o objetivo de chamar a atenção
.
Essa repetição pode ocorrer com objetos diretos e os objetos indiretos.
Exemplos:
- A vida, o vento a levou. (A vida é objeto direto. O “a” de “a levou” é objeto direto pleonástico.)
- Ao indiscreto, não lhe confio nada. (Ao indiscreto é objeto indireto. O “lhe” de “não lhe confio” é objeto indireto pleonástico.)
Complemento verbal e complemento nominal
Assim como o complemento verbal, o complemento nominal também é um termo integrante da oração.
Contudo, como o nome já revela, o complemento nominal é usado para completar o sentido de um nome. Isto é, substantivos, adjetivos ou advérbio.
O complemento nominal assume a função de esclarecer ou explicar o sentido de um nome. Além disso, é sempre acompanhado de uma preposição.
Exemplos:
- Tenho esperança de que eles compareçam. (“De que eles compareçam” é o complemento nominal.)
- Receio que ele chegue à conclusão de que eu já sabia. (“De que eu já sabia” é o complemento nominal.)
Complemento nominal e objeto indireto
Tanto o objeto indireto quanto o complemento nominal são acompanhados de preposições. A diferença é que o objeto direto completa um verbo e o nominal completa um nome.
Exemplos:
- Esteja atento ao celular. (Complemento nominal: “ao celular”.)
- Os meninos têm medo do escuro. (Complemento nominal: “do escuro”.)
- Já dei o presente ao meu irmão. (Objeto indireto, “ao meu irmão”.)
- Já falo com você. (Objeto indireto “com você”.)