Resumo de História - Confederação do Equador

Movimento revolucionário ocorrido no Nordeste 


A Confederação do Equador foi um movimento político ocorrido no período do Brasil Império. Os envolvidos nesse evento se contrapunham à Constituição promulgada pelo imperador D. Pedro I e às medidas autoritárias que ele vinha tomando durante o seu governo. O movimento concentrou-se na região Nordeste e teve a província de Pernambuco à frente da insurreição. 
O nome de Confederação do Equador se deu em virtude da proximidade da região onde o movimento revolucionário aconteceu com a linha do equador. Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais acerca dos fatores que desembocaram nesta mobilização, os agentes envolvidos e suas consequências. Continue a leitura e se prepare para responder às possíveis questões sobre o tema cobradas no Enem. 

O contexto histórico 


A Confederação do Equador aconteceu logo depois da promulgação da Constituição de 1824. O movimento foi influenciado pelos anseios liberais deixados pela Revolução Pernambucana, ocorrida em 1817, e pelo Movimento Constitucionalista de 1821. Ambas mobilizações sugiram como reflexo da insatisfação com o domínio português. 
Embora em 1822 tenha havido a declaração de Independência do Brasil, a Constituição promulgada pelo imperador ainda centralizava o poder nas mãos de Portugal (não nos esqueçamos que o próprio D. Pedro I era português). E mesmo antes da Constituição de 1824, os portugueses ainda detinham muito poder de decisão nas províncias da região Nordeste. 
Especificamente em Pernambuco, havia uma divisão com relação ao apoio à interferência portuguesa no território nacional. Essa cisão estava relacionada com a cultura agrária de cada região. De um lado, haviam os donos de engenho de cana-de-açúcar da região sul que apoiavam o domínio português. Essa configuração favorecia a venda de seus produtos no exterior e os mantinham protegidos dos ideais liberais que prejudicariam seus negócios, em especial a abolição da escravatura no Brasil. 
Do outro lado, haviam os produtores ligados ao cultivo do algodão, que possuíam uma postura mais liberal. Eles ansiavam para que as províncias tivessem maior liberdade e independência política, e flertavam com as mudanças tecnológicas promovidas pela Revolução Industrial, pois favoreciam a modernização do país e o desenvolvimento da indústria têxtil. 


Como se deu a Confederação do Equador? 

O contexto político apresentado anteriormente evidencia o clima conflituoso existente no Brasil Império. Mas dois eventos, em especial, funcionaram como estopim para a Confederação do Equador. O primeiro foi a promulgação da Carta Magna de 1824. O documento promulgado por D. Pedro I frustrou os anseios de liberdade presente na declaração da Independência do Brasil e mantinha o país preso a um governo português. Além disso, a constituição tinha sido promulgada depois da dissolução abrupta da assembleia constituinte que havia sido convocada para elaborar o documento. 
O segundo evento foi a deposição do governo da província de Pernambuco. Manuel Carvalho Pais de Andrade tinha sido eleito por membros da Igreja, da agricultura e do comércio, mas D. Pedro tirou Pais de Andrade do poder e determinou que Francisco Pais Barreto deveria assumir o governo. Esse fato gerou uma forte onda de descontentamento entre os pernambucanos contra a imposição do governante. 
Em represália, D Pedro I determinou que o porto de Recife fosse bloqueado. Por outro lado, Pais de Andrade convocou a população a integrar o movimento revolucionário em andamento na província. Em pouco tempo, os revolucionários receberam apoio de outros estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba. Organizado sob a chefia de Pais Andrade, o movimento que ficou conhecido como Confederação do Equador tentou uma nova constituição que seria mais liberal e republicana. 
Outras medidas tomadas pela Confederação do Equador foram a determinação do fim do tráfico negreiro e a instituição do recrutamento militar para os indivíduos subordinados ao novo governo. Com isso, seria formado um exército para combater as forças imperiais. Além disso, os envolvidos na Confederação desejavam criar um governo que fosse controlado pelos indivíduos pertencentes às camadas populares e decretar o fim da escravidão
Com se é de imaginar, essas medidas conflitavam com os interesses dos membros das elites agrárias que integravam a Confederação do Equador. E eles se desvincularam do movimento. Essa cisão resultou em enfraquecimento e criou o cenário ideal para o sucesso das medidas tomadas pelo imperador no combate ao movimento revolucionário. 
Com o dinheiro obtido por meio de empréstimos com a Inglaterra, o imperador D. Pedro I montou um exército e contratou um mercenário britânico que reprimiram duramente os revoltosos. Além disso, eles contaram com o auxílio dos dissidentes da Confederação do Equador, que formaram milícias que ajudaram a dar fim ao movimento. 
Ao final do entrave, Pais de Andrade conseguiu refúgio na Inglaterra, mas vários outros líderes do movimento foram mortos por fuzilamento ou na forca. E a província de Pernambuco perdeu parte do seu território para a Bahia.