A crise econômica no Brasil foi se agravando ao longo do tempo. Ela teve início em 2014 e segundo análises feitas por especialistas, pode demorar até quatro anos para que a economia seja estabelecida novamente.
Essa instabilidade econômica já rondava o Brasil desde 2008, quando aconteceu a crise global nos Estados Unidos.
O que já era esperado, aconteceu.
O problema norte americano atravessou o continente e desembarcou aqui, na América do Sul. A demanda internacional começou a cair e levou a nossa economia junto. A crise econômica no Brasil, tomava forma.
O país, que sempre dependeu da exportação de commodities, começaria a sentir a crise que afetava o globo. A China, que ficava com boa parte dos produtos que o Brasil exportava, também sofreu uma desaceleração econômica.
Sem ter ninguém para comprar, o preço desses produtos começou a cair, assim como a produtividade nos setores industriais.
No âmbito interno, o sistema político passava por uma de suas maiores crises. E a medida que os problemas com a corrupção eram expostos, o capital estrangeiro deixava de entrar no país.
Dificilmente os empresários, donos de multinacionais, se sentiam seguros para investir dinheiro no Brasil em meio a tantos escândalos.
O País saia de uma fase de conforto e crescimento econômico que durou pouco mais de 20 anos (1990-2012) e começava um ciclo de declínio.
Entenda a crise econômica no Brasil
O governo Lula ficou marcado por ter buscado promover melhorias para as classes populares.
Para isso foi desenvolvida uma política de barateamento de crédito, e juros subsidiados, quando o governo oferece empréstimo com a taxa de juros menor que a comum.
A China passava por uma boa fase e importava os produtos brasileiros. Não havia inflação e a economia estava estabilizada. Até o Produto Interno Bruto (PIB) apresentava uma taxa de 7,5%. Sendo assim, o governo começou a estimular o consumo.
No tempo em que a economia estava favorável, e havia um sido criado uma estrutura que ajudava as populações das classes D e E a adquirir bens de serviço, tudo corria bem.
Até que chegou o tempo das dívidas serem cobradas. A crise que atingiu o mundo em 2008, também chegou aqui.
O consumo era alto, mas a produção não. Os eletrodomésticos, os automóveis e as casas foram compradas quando a taxa de juros era mais baixa, mas ela poderia aumentar. A população que estava emergindo, pouco sabia sobre os investimentos a longo prazo.
A China que importava os produtos do Brasil, começou a adquirir menos e a dívida pública causada por todos esses exageros crescia de forma expressiva. A situação virou uma bola de neve.
Quando Dilma Rousseff assumiu a candidatura em 2010, ela deu continuidade ao projeto de Lula, juros subsidiados e crédito barato, mas a situação não se sustentou durante muito tempo. A crise econômica no Brasil era inevitável.
No segundo mandato da presidenta Dilma, as tensões se ampliaram.
A Operação Lava Jato, que investigava um sistema de corrupção da maior estatal do país, começou a divulgar os nomes de políticos e partidos envolvidos no esquema, e alguns dos que faziam parte da administração do governo estavam envolvidos.
A presidenta ainda congelou algumas tarifas públicas, mas não deu certo. As empresas repassavam o valor para a população que começou a sentir o efeito da crise.
Em uma outra tentativa, os impostos sobre os produtos industrializados (IPI) e o imposto sobre as operações de crédito, câmbio e seguros (IOF) foram aumentados, levando empresas de tecidos a mudarem para o Paraguai.
Principais efeitos da crise econômica no Brasil
A inflação é sempre um dos elementos que atingem a população de forma mais direta.
Ela determina o aumento de preços dos produtos para o chamado “consumidor amplo”, formados por quem tem famílias com renda entre um e quarenta salários mínimos, a maior parte do Brasil.
A recessão técnica, com um crescimento econômico negativo, o país gasta mais do que arrecada.
A taxa elevada de desempregos também é sentida por causa da crise econômica no Brasil. O número de desempregados no Brasil se mantém alto desde 2015. De acordo com os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua ( PNAD), e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje, mais de 12 milhões de pessoas não estão trabalhando.
A desigualdade econômica que sempre foi um problema no país, se acentuou. O Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) divulgou em pesquisa que em março de 2019, a distância entre as pessoas mais ricas e mais pobres só aumentou.
A queda de produção nas indústrias e comércio também são resultantes da crise econômica no Brasil. De acordo com as estatísticas do Cadastro Central de empresas do Brasil, em quatro anos (2014-2017), 80 mil empresas e mais de 67 mil lojas foram fechadas, assim como se perderam 411 mil postos de trabalho.
Medidas do governo
Para tentar melhorar a economia do país, algumas medidas foram estabelecidas no Governo Temer.
- Regime fiscal (teto de gastos) – Uma emenda que congela as despesas brasileiras a um limite por 20 anos.
- Reforma trabalhista – Que alterou a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT)
- Lei da terceirização – Dispõe sobre o trabalho intermitente e cria uma lei específica sobre a terceirização. Permitindo que o terceirizado atue nas atividades-meio (manutenção e limpeza) e atividades-fim (principais funções de uma empresa).
- Reforma da Previdência – Propõe mudanças das regras para a aposentadoria.