A dengue, doença transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, é uma das enfermidades infecciosas mais conhecidas no mundo. Segundo informações do Ministério da Saúde, o primeiro caso da doença no Brasil foi registrado e documentado clinicamente em 1981, em Boa Vista/Roraima
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Ainda segundo o último levantamento do órgão, em 2017 foram registrados 252.054 casos contra 1.483.623 em 2016. Para 2019, há uma estimativa de que cerca de 500 cidades sofram com o surto da doença. No mundo, estima-se que 50 milhões de infecções por dengue ocorram por ano.
A doença faz parte do grupo dos arboviroses, que são enfermidades causadas pelos “arbovírus”. Esse grupo abrange todos os vírus transmitidos por insetos e aracnídeos.
A dengue é uma doença que aparece com mais frequência em regiões urbanas, com epidemias durante o verão. Pode ser considerada como potencialmente grave, pois evolui para a dengue hemorrágica e a síndrome de choque da dengue, identificada através de sangramentos e queda da pressão arterial.
Vale ressaltar que a doença não é transmitida de pessoa para pessoa, nem através de alimentos ou água contaminada.
Característica dos quatro sorotipos da dengue
O vírus possui quatro tipos de sorotipos: DEN-1; DEN-2; DEN-3; DEN-4. Sendo que ambos possuem os mesmos sintomas.
Porém, é preciso identificar três fatores:
- Os quatro níveis da doença podem chegar ao tipo mais grave da doença, porém com mais riscos após a segunda ou terceira infecção.
- Existe uma parcela de pessoas infectadas (20 a 50%) que têm a infecção subclínica, que significa que não possuem sintomas nem sinais da doença. Mesmo não apresentando a doença clinicamente, a pessoa se torna imune ao sorotipo pelo qual foi infectado.
- O segundo contágio da doença é predominantemente mais grave que o primeiro, independente do sorotipo.
Sintomas da dengue
A dengue pode se manifestar principalmente de três formas diferentes. Por isso, é imprescindível buscar orientação médica para não confundir os sintomas com outras doenças como gripe, resfriado, malária ou meningite
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Dengue Clássica
Ela possui um curso clínico da doença de 3 a 5 dias, seguidos pelos sintomas de febre alta (39 a 40º), acompanhada de mal-estar, náusea, fraqueza, dores no corpo, principalmente nas articulações e na parte de traz do olho, além da possibilidade de surgir exantemas, que são manchas vermelhas no corpo.
Dengue Hemorrágica
A diferença da dengue clássica para a dengue hemorrágica é que na segunda a febre diminui ou cessa a partir do terceiro ou quarto dia, passando a surgir hemorragia em virtude de sangramentos de vasos da pele e em órgãos internos.
Além disso, alguns outros sintomas aparecem como dores abdominais fortes, vômitos, pele pálida, dificuldade de respiração, entre outros.
Síndrome de Choque da Dengue
Essa é a complicação mais avançada da dengue. Identificada através da grande queda da pressão arterial, a Síndrome de Choque da Dengue pode ser acompanhada de complicações neurológicas e cardiorrespiratórias. Se não tratada de forma rápida e eficaz, pode levar a óbito. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 5% dos infectados morrem por causa da doença.
Como é feito o tratamento
Não há um método específico para o tratamento da doença, portanto é imprescindível o acompanhamento médico. Mas, algumas orientações são importantes para complementar o tratamento como tomar bastante líquido e repouso.
Sob orientação médica, alguns analgésicos e atérmicos, como Paracetamol e Dipirona, são indicados para aliviar os sintomas. Pacientes com suspeita ou diagnosticados com dengue não podem ingerir medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, pois podem causar hemorragia.
Nos casos mais graves, pode ser necessário a internação do paciente, pois a falta de tratamento adequado pode resultar em problemas mais graves no sistema respiratório, no sangue, no fígado, entre outros.
Como prevenir a dengue
Vacina
No Brasil, apenas uma vacina foi licenciada para uso. Produzida pela empresa francesa Sanofi Pasteur, através do vírus atenuado, no qual o vírus se encontra vivo porém sem a capacidade produzir a doença.
Ela é indicada para pessoas de nove a 45 anos, faixa etária que representa 70% dos casos de dengue apresentados no Brasil. A vacina é aplicada em três doses, com intervalos a cada seis meses.
Gestantes, lactantes, doença aguda ou pessoas imunossuprimidas, são contraindicadas a tomar a vacina contra a dengue, por ser uma vacina que pode causar outros tipos de doenças em pessoas com a imunidade baixa.
Pessoas que já foram infectadas pela doença tendem a ter um resultado mais eficaz com a vacina por já terem sido contagiados por um vírus anteriormente.
Evitar acúmulo de água
Para evitar a reprodução do mosquito da dengue:
- Guarde as garrafas sempre viradas para baixo;
- Encha de areia ou terra os pratinhos de vasos de planta;
- Jogue no lixo qualquer objeto que possa armazenar água;
- Mantenha bem tampados, baldes, tonéis, piscinas e caixas d’água;
- Guarde pneus ao abrigo da chuva e da água;
- Limpe as calhas dos canos;
- Não deixe a água da chuva parada sobre a laje;
- Coloque o lixo em sacos plásticos bem fechados dentro de uma lixeira tampada;
Formas de como evitar ser picado pelo mosquito
- Usar calça comprida e blusa de manga comprida em tempos de epidemia.
- Passar repelente diariamente nas áreas expostas do corpo.
- Ter telas de proteção em todas as janelas e portas da casa;
- Ascender uma vela de citronela em cada cômodo da casa, pois ela é repelente de insetos;
- Evitar os locais de epidemia da dengue.
Como denunciar os possíveis focos de dengue
As ações de combate ao mosquito da dengue são realizadas principalmente pela Secretaria Municipal de Saúde. Quando o foco for detectado, e não for possível a eliminação por conta própria, é necessário entrar em contato com o órgão responsável na cidade.
Além disso, alguns aplicativos de celular foram criados para fornecer ferramentas úteis para a eliminação dos focos do mosquito. Entre eles estão:
- Proteção contra a dengue
- Na luta contra o mosquito
- RS Contra Aedes
- AntiZika