Resumo de Português - Derivação Imprópria

O que é, como ocorre e como o assunto cai no Enem

A derivação imprópria ou conversão refere-se ao processo de formação de uma nova palavra a partir da mudança de classe gramatical. Por se tratar de alterações semânticas, a Língua Portuguesa utiliza a expressão “imprópria” para especificar esse novo termo. 
De forma objetiva podemos dizer que a derivação imprópria ocorre quando utilizamos uma mesma palavra em diferentes contextos, pois elas passam a apresentar outros significados.
Preste atenção nas frases a seguir:
  • João é o aluno mais alto da turma. 
"Alto" nesse contexto assume o papel de adjetivo, pois atribui uma característica ao sujeito.
  • A professora falava muito alto durante as aulas. 
Já nessa frase, a palavra "alto" é classificada como advérbio, pois modificou o sentido do verbo “falava”. Acompanhada do termo “muito”, expressou a ideia de intensidade.
Há muitas possibilidades de formação de palavras a partir da mudança de classe gramatical. Com certeza no seu dia a dia você deve utilizar a derivação imprópria sem nem ao menos perceber. Continue a leitura e saiba mais sobre a formação das palavras.    

Processo de formação das palavras

Na Língua Portuguesa as palavras podem ser classificadas da seguinte maneira:
Palavras primitivas – são palavras que possuem radicais utilizados como base para formação de outras palavras. Exemplo: pedra, flor, casa.
Palavras derivadas – como o nome sugere, são aquelas que surgem a partir dos radicais de outras palavras, como as primitivas. Exemplo: pedreito, floricultura, casebre.
Palavras simples – são aquelas palavras que apresentam em sua formação apenas um único radical. Exemplo: azeite, cavalo, gato, etc.
Palavras compostas - diferente das palavras simples, as compostas são aquelas que possuem mais de um radical para sua formação. Podem ou não ter o emprego do hífen. Exemplo: couve-flor, planalto, palavra-chave, minissaia, retrovisor, etc.
Em relação ao seu processo de formação elas podem ocorrer por:
Composição – junção de dois ou mais radicais para a criação de uma nova palavra. Ela pode ocorrer por aglutinação ou justaposição.
Aglutinação – quando os elementos que formam o termo composto se une ao radical ou pelo menos um deles perde sua integridade sonora ou gráfica: planalto (plano + alto), aguardente (água + ardente), boquiaberto (boca + aberta).
Justaposição  – quando os elementos que formam o termo composto são escritos lado a lado: guarda-roupa, girassol, surdo-mudo, guarda-chuva.
Derivação – esse é o processo de formação das palavras o qual temos como foco de estudo. Trata-se da criação do termo a partir do acréscimo de sufixos ou prefixos ao seu radical. Seguindo essas características temos os tipos de derivação que são: prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria, a qual damos ênfase nesse artigo.

Sobre a derivação imprópria

Agora que já sabe como ocorre a formação das palavras e entende a origem da derivação imprópria, é importante compreender que as mudanças de classes gramaticais ocorridas nesse processo são diversas.
Os adjetivos podem tornar-se advérbios; os verbos podem assumir posições de substantivos; os substantivos podem ser classificados como adjetivos, além de muitos outros exemplos. Confira na prática:
  • Nosso jantar foi maravilhoso. (substantivo)
  • Vamos jantar na casa da Rosa? (verbo)
  • O olhar do garoto foi arrebatador. (substantivo)
  • Ao olhar os preços dos vestidos, resolvemos ir à outra loja. (verbo)
  • Mariana é a cabeça da turma. (adjetivo)
  • Minha cabeça está doendo desde ontem. (substantivo)
Sendo assim, é preciso levar em consideração no momento do estudo a função que a palavra exerce no contexto em que está inserido. Reconhecer essas classes gramaticais é importante para responder corretamente as questões de prova voltadas à derivação imprópria.
No ENEM e em provas de processos seletivos podem surgir enunciados em que a banca solicite ao candidato para identificar palavras resultantes da derivação imprópria. A análise pode ocorrer nas frases dispostas em alternativas, em trechos retirados de textos da própria prova de Língua Portuguesa ou ainda em diálogos formados em tirinhas, por exemplo.

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