Resumo de Português - Derivação Parassintética

Processo de formação de palavras

A derivação parassintética também conhecida como parassíntese é o nome que se dá a um dos processos de formação de palavras. A construção de um termo através da derivação parassintética ocorre com a junção simultânea de um prefixo e um sufixo a um adjetivo ou substantivo para a formação de um verbo.
Para tornar esse conceito claro, veja abaixo exemplos de palavras formadas por derivação parassintética:
Abençoar – (prefixo a + substantivo bênção + sufixo ar)
Da mesma forma temos os termos:
Amaldiçoar – (prefixo a + substantivo maldição + sufixo ar)
Ajoelhar – (prefixo a + substantivo joelho + sufixo ar)

Composição das Palavras

A formação de palavras pode acontecer através de dois processos básicos: o de derivação e o de composição. Neste artigo, vamos focar na formação por derivação, mais especificamente a derivação parassintética. 
Mas, para não deixar dúvidas, a diferença entre os dois modos é que na derivação a palavra é formada a partir de um radical, e na composição sempre haverá mais de um radical.
Derivação
A formação por derivação é o processo utilizado para se obter uma palavra nova, que recebe o nome de derivada. Ela é originada a partir de uma palavra já existente ou primitiva. Observe com os exemplos abaixo:
  • Primitiva   

  • Flor 
Chuva      
  • Derivadas

    Floral, floricultura, florescer, flora
    Chuva , chuveiro, chuvisco, chuvinha
Observa-se que as palavras “flor” e “chuva” não se formam por meio de outras, mas originam palavras, sendo necessário acrescentar um sufixo ou prefixo. Por isso, elas são consideradas primitivas e as que se originaram delas, derivadas.

Derivação Parassintética

Podemos chamar de derivação parassintética o processo de formação que ocorre quando a palavra derivada resulta da junção simultânea de prefixo e sufixo à palavra primitiva.
Veja, por exemplo, o advérbio “tarde”. Essa é uma palavra inicial. Do radical “tard”, forma-se o verbo entardecer. Isso ocorre por meio da junção simultânea do prefixo “en” e do sufixo “ecer”.
Deixando bem claro que se fosse somente utilizado o prefixo, não daria certo, já que resultaria na palavra “entarde”. Da mesma forma, se fosse usado somente o sufixo, também daria errado, pois a palavra formada seria “tardecer”.
Para que o conceito fique fixo, observe outros exemplos:
Anoitecer – (prefixo a + radical noit + sufixo ecer) – As palavras “anoite” e “noitecer” não existem, significa que os afixos não podem se separar.
Amanhecer – (prefixo a + radical manh + sufixo ecer) As palavras “amanha” e “manhecer” não existem, pois os afixos não se separam.
Muitas pessoas acabam confundindo a derivação parassintética com a derivação prefixal e sufixal. Isso porque nesses processos a formação de palavras se dá pela união de um prefixo e de um sufixo a uma palavra ou radical, dando origem uma palavra derivada.
Mas é preciso destacar que a derivação parassintética se diferencia das demais porque nela, o prefixo e o sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, ambos os afixos não podem ser separados, mas usados ao mesmo tempo. Observe abaixo como as derivações prefixal e sufixal são diferentes da parassíntese.
  • Derivação prefixal ou prefixação – ocorre quando acrescentamos um prefixo à palavra primitiva, que muda o seu significado:
Ver - Rever

No exemplo acima, a palavra primitiva “ver” recebe o prefixo “re”, originando na derivada “rever”. Observe que a palavra “ver” significa “enxergar”, já o termo “rever” refere-se ao ato de ver novamente.
  • Derivação sufixal ou sufixação - ocorre quando acrescentamos um sufixo à palavra primitiva, que pode mudar o seu significado ou classe gramatical:
Conjugar – Conjugação
Ao acrescentar o sufixo “ção”, a palavra “conjugar” que era um verbo, passa a ser “conjugação” um substantivo.
A derivação sufixal está dividida em três formas: nominal, verbal e adverbial.
Nominal - ocorre quando ela forma substantivos e adjetivos:
Boi – boiada
Real – realista

Verbal – ocorre quando há formação de verbos:
Final - finalizar

Adverbial – ocorre quando há formação de advérbios de modo.
Silenciosa - Silenciosamente

Deu para perceber que na derivação prefixal e sufixal o acréscimo não ocorre de forma simultânea, certo? Lembre-se sempre que nesse tipo de formação de palavras, a presença de apenas um dos afixos é suficiente para formar uma nova palavra, diferente do que ocorre na derivação parassintética.
Perceba a diferença decompondo as palavras:
“Deslealdade”
Sem prefixo – lealdade
Sem sufixo - desleal
Veja que a formação ocorre mesmo com a retirada de um ou outro. Observe outro exemplo:
“Infelizmente”
Sem o prefixo – Felizmente
Sem o sufixo – Infeliz
Sempre que estiver com dúvidas para identificar se a palavra se formou por derivação parassintética, prefixação ou sufixação, basta retirar um dos afixos. Se a palavra que sobrou existe na língua portuguesa sua formação ocorreu por meio de derivação prefixal ou sufixal, caso isso não ocorra, é porque a palavra se formou através de derivação parassintética, como nos exemplos abaixo:
“Enriquecer”
Sem o prefixo – riquecer
Sem o sufixo - enrique
Nenhum desses termos existe na língua portuguesa.

Outros processos de formação de palavras por derivação

Além da derivação parassintética, prefixal e sufixal, existem outros tipos de derivação, como derivação regressiva e a derivação imprópria.
Derivação regressiva – diferente das citadas acima, a derivação regressiva não ocorre por meio de acréscimo, mas por meio de supressão. É preciso reduzir a palavra primitiva para formar a palavra derivada.
A forma mais comum de derivação regressiva acontece na construção de substantivos a partir de verbos, pelo remoção do “r” final dos verbos. São exemplos de substantivos formados por derivação regressiva:
Ataque – do verbo atacar;
Amparo – do verbo amparar;
Atraso – do verbo atrasar.
Derivação imprópria – também conhecida por conversão ou mudança de classe, a derivação imprópria ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é usada como se fizesse parte de outra, ou seja, a formação de uma nova palavra se dá pela mudança da função gramatical. Observe como a palavra “andar” significa coisas diferentes nas duas frases:
“Vamos andar na orla hoje?”
“Não gosto do seu jeito de andar.”
Agora com a palavra “cabeça”
“Estou com dor de cabeça.”
“Cristo é o cabeça da Igreja.”

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