O descobrimento do Brasil representa um grande marco na história do país. Esse fato aconteceu no dia 22 de abril de 1500, quando Portugal e Espanha faziam uma expedição (expansão marítima) pelo oceano Atlântico em busca de novas terras.
À primeira vista, quando as 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral desembarcaram na ilha, eles enxergaram um grande monte e resolveram, a princípio, chamar o país de Monte Pascoal.
Contexto histórico
O Brasil foi descoberto no período da expansão marítima europeia, quando Portugal e Espanha estavam em busca de territórios que pudessem oferecer matérias-primas e recursos, principalmente metais preciosos para serem comercializados na Europa.
Dessa forma, as 13 caravelas partiram do rio Tejo, em Lisboa, no dia 9 de março de 1500, com cerca de mil e quatrocentos homens. Já no dia 22 de março, os navegantes contornaram a Ilha de Cabo Verde de onde seguiram para oeste e atravessaram o oceano Atlântico.
Na história, há alguns relatos de que o descobrimento do Brasil tenha acontecido acidentalmente. Porém, a experiência dos navegadores mostra que eles não se perderiam com tanta facilidade, bem como existem documentos comprovando que o rumo tomado pelas embarcações não foi desviado por nenhuma tempestade.
Inclusive, a história também conta que um pouco antes de ocorrer o descobrimento do Brasil, no ano de 1942, Cristóvão Colombo, em uma de suas navegações pela Espanha, descobriu a América, o que fez ampliar ainda mais as expectativas dos exploradores.
Esse cenário de ambições e interesses desenvolvido entre a Espanha e Portugal fez com que assinassem em 1494 o Tratado de Tordesilhas, a fim de separar as terras e evitar guerras entre os países.
De acordo com o Tratado, Portugal ficaria com as terras recém-descobertas que estavam a leste da linha imaginária (370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde), e a Espanha com as do oeste.
A partir disso, subentende-se que os portugueses navegaram com a intenção de tomar posse das terras que, segundo o Tratado, já eram de direito de Portugal.
A outra controvérsia existente no descobrimento do Brasil é de que a chegada no país tenha acontecido no momento em que os navegantes portugueses organizavam a segunda viagem para a cidade de Calute, na Índia.
Isso porque na região existia um forte comércio e, além disso, a primeira expedição portuguesa que lá chegou, comandada por Vasco da Gama, em 1498, havia dado muito lucro para os portugueses.
Após o descobrimento do Brasil, os portugueses continuaram os planos de seguir em direção à Índia, entretanto, ainda restava uma dúvida se haviam descoberto um continente ou uma grande ilha
. Essa indecisão fez com que o nome do país fosse alterado de Monte Pascoal (primeiro nome) para Ilha de Vera Cruz.
Contudo, somente com as explorações feitas por outras expedições portuguesas, os navegadores acreditaram tratar-se realmente de um continente e resolveram chamar o país de Terra de Santa Cruz.
Ele foi chamado por esse nome durante um bom tempo até que, em 1511, os portugueses descobriram a madeira do pau-brasil e decidiram alterar o nome de Terra de Santa Cruz para Brasil.
Para ilustrar melhor de que forma o descobrimento do Brasil aconteceu e a ordem dos fatos, assista o vídeo abaixo:
O dia do descobrimento do Brasil
A viagem até a chegada ao Brasil durou cerca de um mês e meio. O primeiro sinal de terra que os navegantes avistaram foi um monte alto. Na época, eles resolveram chamar de Monte Pascoal por ser no período da páscoa, pois os portugueses eram católicos.
Dias depois, os navegantes portugueses desembarcaram em um local que deram o nome de Porto Seguro, hoje chamado de Santa Cruz Cabrália, na Bahia.
Logo após a confirmação do descobrimento do Brasil, Gaspar de Lemos, um dos navegadores mais experientes da esquadra, recebeu ordens para voltar a Portugal e entregar o relato feito por Pero Vaz de Caminha. Essa carta seria entregue ao rei Dom Manoel.
Encontro com os índios
Na carta que enviou ao rei relatando o descobrimento do Brasil, Caminha afirmava que os habitantes encontrados eram puros e bons, admirando-se, inclusive, da nudez dos indígenas e de como eles não se sentiam envergonhados diante dela.
Conforme os relatos históricos, o contato com os índios brasileiros somente aconteceu dois dias após a chegada dos portugueses ao Brasil. Ainda segundo os estudos, a população era composta pelos índios Tupinambás, Tupiniquins e alguns Aimorés. Eles chamavam o Brasil de Pindorama, que na língua deles significava “região ou país das palmeiras”.
Os navegantes levaram os índios para dentro das caravelas. No local, eles experimentaram alguns dos alimentos portugueses e se espantaram com a quantidade de animais que havia dentro dos navios.
No entanto, os colonizadores também achavam estranho o comportamento dos índios, principalmente o fato deles andarem nus e não adorarem nenhum tipo de estátua representando algum Deus
.
Isso fez com que os portugueses acreditassem que os índios não tinham religião e talvez pudessem ser convertidos facilmente ao Cristianismo. Assim, no dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil, realizada por Frei Henrique de Coimbra.
Pouco tempo depois, a relação com os povos indígenas chegou a outro nível. Ao descobrirem o pau-brasil, os portugueses exploravam da Mata atlântica quantidades significativas da madeira, cuja tinta vermelha seria comercializada na Europa.
Eles aproveitaram para estabelecer o escambo (troca de produtos), ou seja, os índios ofereciam o seu trabalho, como o corte e o carregamento das madeiras até as caravelas, enquanto recebiam dos portugueses algumas bugigangas, como apitos, espelhos e chocalhos.
Colonização
A exploração do pau-brasil e a notícia das riquezas fez com que outros países que não estavam presentes no Tratado de Tordesilhas se interessassem pela nova terra descoberta, a exemplo da França, Inglaterra e Holanda.
Somente com a decisão tomada por Martim Afonso de Souza, em 1530, na qual resolveu organizar uma expedição para ocupar novas terras, é que a coroa portuguesa passou a se interessar pela colonização do Brasil.
A iniciativa fez com que os portugueses tivessem medo de perder os territórios. A colonização, portanto, seria uma das formas de ocupar e proteger a região dos invasores que haviam ficado de fora do tratado.