Descrição é uma forma de detalhar características sobre algo ou alguém. A descrição pode ser expressa em uma conversa, texto ou imagem. Descrever é retratar a partir de um ponto de vista.
A descrição pode ser feita através da enumeração de detalhes e da relação de informações, dados e características de forma objetiva, o mais próximo da realidade possível. Além disso, pode conter traços da personalidade de alguém, comportamentos, expressão de sentimentos, que diz respeito à descrição subjetiva.
Geralmente a descrição é caracterizada pela presença dos verbos de ligação, substantivos e adjetivos. Esses verbos não buscam expor ações, mas revelar o sujeito através das características que se deseja mencionar no relato.
Descrição oral, textual e de imagem
A descrição oral é feita a todo instante. É muito comum em conversas, por exemplo. Acontecem, principalmente, para situar o interlocutor (quem recebe as informações).
São muitas as possibilidades de descrever pessoas ou coisas sob o ponto de vista pessoal. Observe o exemplo abaixo:
— Vamos nos encontrar amanhã às 13 horas no restaurante Oliva, que fica no terceiro piso do shopping novo da cidade. Ele fica ao lado do Mc Donalds. Acha uma boa ideia?
— Claro. Achei uma ótima ideia. Como identificarei você quando chegar?
— Tenho cabelos loiros, uso óculos e sou magra. Vou usar um vestido florido, sapato alto e estarei de cabelos amarrados. Estarei segurando uma pasta na cor rosa.
A descrição textual é fundamental para criamos uma imagem mental das características traçadas pelo autor. Confira o exemplo:
- Esta é Maria. Ela trabalha no banco há mais de 10 anos. Seu armário é ao lado do meu. Ela costuma ir para o banco de carro e chega sempre 15 minutos antes. Tem uma lanchonete que ela come toda tarde. Ao finalizar o expediente, vai para academia e depois para casa.
A descrição visual está representado na imagem parada. A foto, em si, é uma descrição. Ali pode estar descrito uma paisagem, uma família reunida, amigos, etc.
Tipos de Descrição
Existe mais de uma forma para descrever algo. A descrição é feita conforme as próprias impressões. Dessa forma, há dois tipos dessa categoria: descrição objetiva e descrição subjetiva.
Descrição objetiva
Também chamada de descrição denotativa, consiste na explicação literal que expõe as características concretas de algo ou alguém, focadas mais no aspecto físico, por exemplo. Apresenta detalhes como forma, tamanho, peso, cor, espessura, volume, etc.
Não expõe sentimentos, é um detalhamento exato e preciso do objeto ou ser que traz uma maior aproximação da realidade. Esse tipo de descrição não admite duplo sentido, além de possuir linguagem clara e direta.
Exemplos de descrição objetiva
- A praia do Porto da Barra, em Salvador, não tem onda e é muito boa para nadar. A areia é bem branca e as pessoas ao redor ouvem som e comem enquanto tomam sol. Ao sair da praia, fomos comer o melhor acarajé da cidade, chamado de Dinha, no bairro do rio vermelho.
- Maria tem 1,59 de altura, tem os cabelos pretos, lisos e usa óculos. É branca, tem os olhos claros e é magra.
- Os hospitais públicos do Brasil não possuem agulhas suficientes, nem luvas para o manuseio dos profissionais. Muitos pacientes dormem nas filas, levam seus filhos, comida, água, agasalho, para conseguir atendimento médico.
A descrição objetiva também está presente nos textos narrativos da literatura. Observe este exemplo:
“(…) Rita havia parado em meio do pátio. Cercavam-na, homens, mulheres e crianças; todos queriam novas dela. Não vinha em trajo de domingo; trazia casaquinho branco; uma saia que lhe deixava ver o pé sem meia num chinelo de polimento com enfeites de marroquim de diversas cores. No seu farto cabelo crespo e reluzente, puxado sobre a nuca, havia um molho de manjericão e um pedaço de baunilha espetado por um gancho. E toda ela respirava o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aromáticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril baiano, respondia para a direita e para a esquerda, pondo a mostra um fio de dentes claros e brilhantes que enriqueciam sua fisionomia com realce fascinador (…)”. AZEVEDO, ALUÍSIO. O Cortiço. Ed. São Paulo. 1975.
“A cômoda era velha, de madeira escura com manchas provocadas pelo longo tempo de uso. As três gavetas possuem puxadores de ferro em forma de conchas, nas duas laterais há ornamentos semelhantes àqueles de esculturas barrocas, os pés são redondos e ornamentados.” (Fonte: Site tudo sobre redação).
Descrição subjetiva
Também chamada de descrição conotativa, traz uma sentido mais figurado. Nesse tipo de descrição, o contexto é fundamental para que a conotação desejada fique clara.
Diferente da descrição objetiva, na subjetiva há a expressão dos sentimentos ou um estado de espírito, transmite uma visão pessoal do objeto que se expressa. É muito comum o uso de adjetivos. Além disso, é muito utilizado linguagem com recursos da metáfora, uma linguagem não direta, que acaba tornando os detalhes mais interessantes.
Ficou com alguma dúvida?
Exemplos de descrição subjetiva
“Dona Cômoda tem três gavetas. E um ar confortável de senhora rica. Nas gavetas guarda coisas de outros tempos, só para si. Foi sempre assim, dona Cômoda: gorda, fechada, egoísta.” (Fonte: site tudo sobre redação)
Observe que a cômoda foi descrita de duas maneiras distintas. Na primeira houve uma definição fiel do objeto, já a segunda expõe o ponto de vista do autor, descrito conforme ele o vê, principalmente com o uso de adjetivos.
Assim como na descrição objetiva, a descrição subjetiva também muito vista nos textos literários, nos quais os autores líricos traçam os perfis dos personagens segundo suas próprias imaginações. Veja abaixo:
“(…) Quis insistir que nada, mas não achei língua. Todo eu era olhos e coração, um coração que desta vez ia sair, com certeza, pela boca fora. Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula. Calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos (…)”. Dom Casmurro, Machado de Assis
A descrição subjetiva muito presente nos textos literários vai além do simples retrato como demonstra o texto de “Dom Casmurro“. Ele fornece ao leitor uma visão pessoal ou uma interpretação por parte do autor relacionado àquilo que descreve. O que é descrito é interpretado de acordo com a sensibilidade do observador.