É denominada de economia planificada o sistema no qual a atividade econômica do país é planejada por especialistas e controlada pelo Estado. Em outras palavras, é o modelo de economia proposto pelo Socialismo que tem como base o princípio da igualdade.
Nesse sistema econômico a produção e distribuição de matérias-primas é feita a partir do estabelecimento de metas que indicam o quê, quanto, como e quando devem ser enviadas para as unidades de produção.
À vista disso, os meios de produção pertencem a essa autoridade maior que decide sobre o investimento e o consumo de todo o Produto Interno Bruto (PIB) através de uma política centralizada.
O objetivo desse método é suprir as necessidades do mercado para que não haja escassez ou excesso de algum produto e também garantir os direitos básicos da população.
Caracterização da economia planificada
A economia planificada, também conhecida como economia centralizada ou economia centralmente planejada, é caracterizada pela estatização de todos os meios de produção do país, ou seja, o Estado é quem possui o controle de empresas essenciais como indústrias, bancos, empresas de transportes e de infraestrutura, etc.
Os pontos principais da economia planejada se baseiam em objetivos que incluem:
- Produção ordenada;
- A concorrência empresarial é inexistente;
- Hegemonia de empresas estatais;
- Contrária ao padrão de economia de mercado;
- Empresas com pouca inovação, já que não há dinâmica de concorrência entre elas.
A lei da oferta e da procura não se aplica à economia planificada, pois apenas as autoridades governamentais controlam as questões financeiras, fazendo com que a produção seja ao nível de saída.
No entanto, se por algum imprevisto o país sofrer com a falta de produção de determinada mercadoria, esta não aumentará de preço na intenção de equilibrar a ausência. Assim como, em demasiada produção, a mercadoria também não sofrerá interferência no preço.
A despeito disso, o governo se previne e se prepara estrategicamente para tais imprevistos não acontecerem, pois é a lógica desse tipo de economia. Os investimentos em recursos fundamentais para o consumo são pensados de forma que cada empresa alcance metas de produção já definidas.
Alguns países comunistas, a exemplo de Cuba e Coreia do Norte, defendem e utilizam a economia planificada em maior ou menor grau.
Quando governada pelo líder comunista Stalin, a antiga União Soviética conseguiu elaborar um plano eficiente de metas de produção nos setores de energia e indústria. A planificação econômica tinha uma duração de cinco anos, sendo chamada de “planos quinquenais”.
O processo implementado obteve resultados na produção de aço e maquinaria para indústrias, porém não foi suficiente para mudar o padrão de vida dos soviéticos e nem gerar riquezas significativas, pois o foco era concentrar esforços em recursos considerados importantes para o Estado e não para a população.
Como consequência desse planejamento econômico que dispõe de emprego estável sem foco no lucro, o qual desestimula o trabalhador na busca de produtividade e inovação, esse sistema acabou por fracassar em alguns países. A credibilidade diminuiu com o aumento da burocratização e da corrupção.
Diferenças da economia de mercado
Diferentemente da economia de mercado, a economia planificada não inclui no seus negócios o mercado de capitais, ou seja, compra e venda de ações em bolsas de valores.
O sistema de economia de mercado é totalmente inverso ao da economia planificada e é o método mais utilizado por países capitalistas.
Outra questão é a estratégia da oferta e demanda utilizada pelo capitalismo e ignorada pelo socialismo e comunismo.
O mercado de trabalho também é diferente, pois o governo calcula o número de trabalhadores juntamente com a oferta de empregos. Desse modo o trabalhador não fica desempregado ou recebe um tipo de pagamento enquanto espera a nova colocação no mercado.
A combinação desses dois sistemas em um país confere a estratégias de economia mista. Dessa maneira são utilizados critérios de avaliação que vão identificar a produção ideal em determinada circunstância.
Breve processo de economia planificada no Brasil
No Brasil foi desenvolvido um plano de economia parecido com a economia planificada, cujo objetivo era direcionar o país ao crescimento financeiro durante um período de tempo. Esse processo ocorrido entre os anos de 1964 a 1985 foi chamado Plano Nacional de Desenvolvimento, o qual foi dividido e executado em quatro PNDs.
Os Planos Nacionais de Desenvolvimento, que tinham duração de cinco anos cada um, foram formulados para evitar crises econômicas, visando colocar o país entre as nações desenvolvidas.
Para isso, foi necessário a participação do empresariado brasileiro e do suporte de empresas estatais como a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e do Banco do Brasil, além de recursos de outros órgãos financeiros da União.