A Educação Física Inclusiva baseia-se no conceito de “educação física para todos”, uma vez que, seu principal objetivo é garantir o desenvolvimento afetivo, cognitivo e psicomotor não só dos estudantes com deficiência, mas de toda a classe estudantil.
De acordo com Rosilene Diehl (2008), a Educação Física Inclusiva e o esporte adaptado visam garantir às pessoas com deficiência uma melhor qualidade de vida, pois auxiliam no desenvolvimento das habilidades motoras básicas e contribuem para autoestima.
Existem duas modalidades de educação física voltada para estudantes com deficiência: a Educação Física Adaptada, onde o estudante com deficiência pratica atividades físicas separado dos colegas e a Educação Física Inclusiva, onde todos os estudantes participam da mesma atividade.
Histórico da Educação Física Inclusiva no Brasil
Os esportes voltados para pessoas com deficiência surgiram após a Primeira Guerra Mundial como um tratamento médico para soldados que adquiriram sequelas permanentes.
A prática teve bons resultados e ao final da Segunda Guerra Mundial foram criados os jogos do Stoke Mandeville Hospital, na Inglaterra, também com soldados em reabilitação. Tais jogos mais tarde culminaram nas Paraolimpíadas, realizada em 1960, na cidade de Roma.
No Brasil, o esporte adaptado chegou por volta de 1950 e gradativamente, em passos curtos, ingressou no ambiente escolar. Inicialmente, os estudantes com deficiência não participavam das aulas de educação física, sendo muitas vezes dispensados da disciplina.
Deste modo, a Educação Física Inclusiva surge no Brasil propõe equiparação de oportunidades e respeito às diferenças. Professores, funcionários e colegas de classe, antes de tudo, precisam ser conscientizados para então acolherem os estudantes com deficiência.
Legislações
No Brasil, não existem legislações nem políticas públicas específicas para a Educação Física Inclusiva. Contudo, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são iniciativas governamentais, principalmente a primeira, com foco nas pessoas com deficiência.
Tais iniciativas que buscam assegurar e promover condições igualitárias a esse público no âmbito social e educacional. Em relação a disciplina educação física, ela visa despertar nos estudantes o interesse pelas atividades e exercícios corporais, além desenvolver convivências harmoniosas.
A LBI, em seu capítulo IV – Do direito à educação diz que:
Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar. (Art. 28, parágrafo XV).
Já a PCN, voltada para disciplina da educação física afirma que:
O princípio da inclusão do aluno é o eixo fundamental que norteia a concepção e a ação pedagógica da Educação Física escolar, considerando todos os aspectos ou elementos, seja na sistematização de conteúdos e objetivos, seja no processo de ensino e aprendizagem, para evitar a exclusão ou alienação na relação com a cultura corporal de movimento. (PCN, 1998)
Exemplos de atividades físicas inclusivas
Minitênis
O objetivo dessa atividade é fazer a bola cruzar a rede, assim como no esporte tradicional, mas sem regras rígidas.
O tamanho da quadra também é adaptada aos estudantes, para isso, são feitas demarcações no chão com giz de lousa.
Deve-se abusar da criatividade para confecção dos equipamentos. Um papelão espesso pode dar origem às raquetes, folhas de ofício amassadas podem se transformar em bola e as telas de janela contra insetos podem fazer ser da rede, como suporte de tubos de PVC presos em pneus.
Pegue o balão
Esse é um jogo de competição, que deve ser praticado em uma quadra coberta e podem participar cadeirantes ou não. Todos os estudantes deverão ficar sentados e amarrar um balão na cintura, os cadeirantes estarão com os balões amarrados atrás da cadeira.
Cada jogador deve tentar estourar o balão do colega, ao mesmo tempo que precisa proteger o seu. Vence aquele que ficar com o balão ileso enquanto os dos outros colegas estiverem estourados.
Voleibol sentado
O voleibol é uma das atividades da educação física inclusiva mais praticada nas escolas, além de ser um esporte paraolímpico desde 1993.
O esporte é formado por duas equipes, cada uma com seis atletas, o objetivo dos times é passar a bola sobre a rede e fazê-la tocar no chão na parte adversária.
Caranguejobol
Deverão ser formadas duas equipes com a mesma quantidade de estudantes. Cada equipe tomará metade da quadra com objetivo defender seu gol e tentar fazer gol na equipe adversária.
Os participantes só poderão se movimentar pela quadra sentados ou suspendendo o quadril, com o apoio apenas das mãos e dos pés – utilizados para o chute. Após um gol, o jogo é reiniciado pela equipe que levou o gol. Ao final do tempo determinado, vence a equipe que mais pontuar.
Adivinhe pelo tato
Nessa atividade, os estudantes deverão ser divididos em dois ou três grupos e cada participante, com os olhos vendados, terá a oportunidade de sentir diversos objetos (lápis, frutas, livro, brinquedos, etc.) que serão dados pelo professor. Vence o grupo que acertar a maior quantidade de objetos.
Chegar à meta
Essa é uma atividade competitiva, que deve ser praticada em quadra coberta e com número ilimitado de praticidades.
A turma deverá ser dividida em dois times, com a mesma quantidade de estudantes, identificados por coletes com a cor correspondente da equipe.
Cada equipe ocupará um lado da quadra, com objetivo de atravessá-la e tocar no balão que está pendurado no gol. Se o estudante que está indo em direção ao balão for tocado no campo adversário, ele terá que ficar parado até que alguém do seu time o toque para que possa voltar ao jogo.