A Expansão Marítima Europeia foi um período de grandes navegações ocorridas entre os séculos XV e XVIII, que contribuíram para a acumulação de riquezas e a superação da crise econômica dos países europeus.
A Expansão Marítima Europeia ocorreu com os países que tinham monarquias nacionais estabelecidas. Isso porque as grandes navegações necessitaram de muito investimento financeiro e de uma figura central articuladora – o Rei.
Os reis absolutos direcionavam parte dos impostos dos seus reinos e os recursos da burguesia para o empreendimento da expansão marítima europeia
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Um dos principais interesses da Europa eram as trocas comerciais sem o pagamento de impostos. Por isso, foi um momento histórico que deu início a Revolução Comercial.
As grandes navegações possibilitaram a expansão das atividades do comércio em várias regiões do mundo, como: Europa, Ásia, África e América.
As novas culturas, os grupos éticos, os tipos de doenças, tipos de animais e tipos de plantações que foram descobertos pelos navegadores europeus no novo mundo caracterizaram um significativo evento mundial da ecologia, agricultura e da história cultural e política da humanidade.
As grandes navegações ainda ocasionaram o surgimento da colonização e das relações comerciais entre a metrópole e a colônia. Foi em razão desse tipo de relação comercial exploratória que formatou-se países com economias desenvolvidas e subdesenvolvidas
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Fatores desencadeantes da expansão marítima europeia
O principal fator para o desencadeamento da expansão marítima europeia foi a formação do Estado Nacional.
Entretanto, outras questões também foram importantes para alavancar esse empreendimento comercial de navegação. Destacam-se:
- avanços técnicos náuticos;
- poder político centralizado;
- rompimento do monopólio comercial árabe-italiano no mercado oriental;
- necessidade de explorar minas de ouros e pratas para superar a crise econômica do século XIV;
- propagação da fé cristã em vários territórios.
Escola de Sagres: o pioneirismo náutico de Portugal
Antes das grandes navegações perpassava no imaginário dos europeus ideias tenebrosas acerca dos mares e oceanos. Assim, acreditavam na existência de monstros tenebrosos nas profundezas dos mares.
Imaginavam também a possibilidade da terra ser quadrada e situada em zonas tórridas. Essas concepções imaginárias iniciais dos europeus eram fruto da falta de conhecimento em navegações.
Outro fator que também corroborou para a disseminação de ideias infundadas sobre os mares, foram as teorias teocêntricas da Igreja Católica durante a Idade Média. Toda e qualquer ideia, crença e livros contrários eram censurados pelo clero.
O Renascimento urbano e comercial possibilitou novo entendimento do universo humano, espiritual, e natural.
A Escola de Sagres foi um local de estudos marítimos inaugurados pelo infante português D. Henrique, na vila portuguesa de Sagres, em meados do séc. XIV, que alavancou a expansão marítima europeia com o desenvolvimento técnico náutico.
Além de superar a mentalidade arcaica, os navegadores passaram a manusear os instrumentos náuticos com precisão.
As inovações tecnológicas da Escola de Sagres permitiram aos europeus conhecer e aperfeiçoar o uso de ferramentas importantes para as navegações
. Entre elas: a bússola, o astrolábio e os mapas.
Foi muito importante ainda, para o aprimoramento da expansão marítima europeia, o desenvolvimento de embarcações mais econômicas e velozes. Pois facilitavam o trajeto do leme em alto mar.
As caravelas equipadas com velas de formato de triângulo foi um tipo dessas embarcações aprimoradas.
Expansão marítima portuguesa
O país pioneiro na expansão marítima europeia foi Portugal. A razão desse pioneirismo não foi aleatório, o país português tinha fortes fatores para desbravar os oceanos.
A localização geográfica, a paz política, uma burguesia mercantil estabelecida e o poder central político favoreceram para que os portugueses tornassem grandes navegadores.
A expansão marítima portuguesa inicialmente conquistou o território da costa da África e os arquipélagos
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Nas primeiras navegações foram utilizadas embarcações de pequeno e médio porte, como veleiros de vários tipos, traineira, canoa e o barinel. O barinel era um tipo de barco equipado com um leme central que comportava até trinta homens.
Posteriormente, os portugueses aprimoraram os conhecimentos náuticos e geográficos, e passaram a utilizar caravelas e naus. Dessa forma, a expansão marítima portuguesa chegou em territórios mais longes e com mais segurança de toda tripulação.
Expansão marítima espanhola
A formação do Estado Nacional Espanhol ocorreu por conta do casamento de Isabel de Castela com o Fernando de Aragão em 1469. A junção de dois reinos cristão unificaram o território espanhol e garantiram a vitória na Guerra de Reconquista em 1492.
Depois da guerra, ainda no mesmo ano, o navegador italiano Cristóvão Colombo se colocou à disposição do reino espanhol para os serviços da expansão marítima espanhola.
Cristóvão Colombo atravessou o mar em agosto de 1492 com três embarcações em direção ao oeste: as caravelas Nina e Pinta, e com a nau Santa Maria
. O objetivo do navegador era desembarcar no oriente, mas o destino final foi no continente americano.
Rotas das especiarias
A economia mercantil impulsionou os europeus irem em busca de novas mercadorias para serem comercializadas no continente. Pois, havia mais importação do que exportação de especiarias.
A oferta das especiarias dos europeus eram de madeira, pedras, cobre, ferro, estanho, chumbo, lã, linho, frutas, trigo, peixe e carne. Já os países orientais dispunham-se de açúcar, ouro, cânfora, sândalo, porcelanas, pedras preciosas, cravo, canela, pimenta, noz-moscada, gengibre, unguentos, óleos aromáticos, drogas medicinais e perfumes.
Eram os comerciantes árabes, através de caravanas, que levavam produtos até a Europa passando por cidades da Itália como Gênova e Veneza.
Havia um obstáculo a ser vencido pelos europeus, uma vez que as rotas comerciais terrestres estavam interrompidas e o Mar Mediterrâneo era comercialmente monopolizado pelos árabes-italianos.
As especiarias consumidas e comercializadas para a Europa viam da Ásia. E para chegar até esse continente era preciso cruzar o continente africano ou viajar muitas distâncias até chegar a Índia.
Os indianos eram quem mais usavam as especiarias, principalmente na preparação de alimentos.
Entre as mais famosas estão o gengibre, a pimenta-do-reino, o cravo-da-índia, o açafrão, o cúrcuma e o cardamomo.