Os fenícios eram um antigo povo que vivia no norte da Palestina, entre o Mar Mediterrâneo e as atuais regiões do Líbano, Síria e Israel. Eram muito famosos, principalmente, por praticarem o comércio.
Citados em algumas histórias bíblicas, ficaram conhecidos também por terem intimidado os romanos em um momento histórico, quando estes últimos eram soberanos.
Eram grandes navegadores e conquistaram espaço no comércio antigo por desbravarem o mar. Além disso, foram eles que acharam a púrpura, cor valiosa no mundo antigo. O pigmento é encontrado em conchas marinhas de moluscos, que soltam um líquido que varia entre roxo, lilás e violeta.
Os fenícios também foram responsáveis pela criação de um alfabeto. As letras que existem hoje na maioria dos países foram desenvolvidas por eles e aperfeiçoadas pelos gregos.
Uma curiosidade é que esse povo não se autointitulava “fenícios”. Essa nomenclatura foi dada pelos gregos. Eles se denominavam entre si como cananeus.
Confira um resumo pequeno sobre esse povo:
Sociedade dos fenícios
Outro aspecto curioso do povo fenício era a forma como eles tratavam os comerciantes. Enquanto os outros povos não respeitavam os seus parceiros comerciais e eram mal vistos, os comerciantes fenícios tinham boa fama e eram respeitados.
A população fenícia era dividida em castas, ou seja, grupos sociais fechados em hierarquias.
A ordem era: sacerdotes, aristocratas, comerciantes, homens livres e escravos.
Governo
Os fenícios possuíam cidades-estados e colônias, cada uma delas com seus próprios governantes, leis e comércios.
Ao todo existiam 25 cidades, sendo as mais conhecidas: Sidon, Biblos e Tiro.
Já as colônias eram as regiões conquistadas. Após dominarem esses territórios, os fenícios transformavam o local como parte do seu governo. Eles conquistaram a Sardenha, no Mediterrâneo, além das Ilhas da Sicília, e fundaram Cartago, que fica no norte da África.
Um rei controlava todas as cidades com a ajuda de negociantes, que eram chamados de plutocratas.
Cidades-estados e colônias
Pode-se dizer que a Fenícia (atual Líbano) era um conjunto de várias cidades. Algumas tinham uma monarquia própria e outras eram regidas por anciões.
Veja mais sobre as três principais cidades fenícias:
- Biblos: famosa pela fabricação de livros, tinha boa relação comercial com Chipre e Egito. Esses lugares vendiam papiros que eram a matéria-prima dos livros;
- Sidon: cidade de grande importância para o mundo antigo porque após o declínio dos egípcios se tornou um centro de comércio na região;
- Tiro: era uma cidade próxima ao Mediterrâneo, local mais importante da Fenícia.
- Cartago: era uma colônia e região de grande importância para a Fenícia. Contribuiu para elevação do comércio fenício a um melhor patamar. Através de Cartago navegadores puderam entrar na Inglaterra para conseguir estanho, que também era muito comercializado. Cartago deixou de ser Fenício quando o governo perdeu as Guerras Púnicas para os romanos. A região passou a ser uma província romana.
Religião
Os fenícios tinham uma religião politeísta. Eles acreditavam em muitos deuses com características humanas (antropomórficos). Nisso eles eram iguais aos gregos: seus deuses se pareciam com pessoas comuns, tinham uma vida de humano, mas com poderes e imortalidade.
Igualmente aos celtas, cada grupo tinha um modo de ver os deuses. Como os fenícios tinham muitas cidades e colônias, cada região adorava deuses com nomes diferentes e funções iguais.
Um dos deuses mais conhecidos era Baal. Citado na Bíblia na história de “Baal e o profeta Elias”, ele era o deus mais poderoso na cultura fenícia.
O culto a Baal era feito com a queima de incenso, sacrifício de crianças, danças no altar e cortes no corpo para o sangue jorrar.
Cada ato era feito para que Baal agisse em compaixão com o adorador. Ele era considerado o deus do universo, semelhante a Zeus, na cultura grega.
Comércio: cedro, púrpura e embarcações
Os fenícios dominavam o comércio e os transportes marítimos. A localização perto do mar dificultava o cultivo e a agricultura.
Esse povo precisava de um modo de sustento, um jeito de girar a economia dentro e fora da população. Isso impulsionou o domínio fenício no comércio e nos mares.
As palavras que representam os fenícios eram: comércio, navegação (embarcação), púrpura e cedro.
O comércio era a principal atividade econômica, realizado e expandido através dos mares. Dentre os principais produtos que levaram à ascensão dos comerciantes estão o cedro e a púrpura.
Inicialmente, as mercadorias eram vendidas apenas para os gregos. Os fenícios vendiam madeiras e escravos, além da púrpura que coloria as roupas dos mais ricos na Grécia antiga.
Cedro
Os territórios fenícios tinham montanhas e longas florestas repletas de cedro. A madeira era valiosa porque podia ser usada nas construções da época.
Atingindo cerca de 40 metros de altura, e com vida útil de até dois mil anos, o cedro era encontrado na estrutura dos palacetes e templos do mundo antigo.
Púrpura
Os fenícios perceberam que um certo molusco expelia um líquido colorido quando ficava nas margens do mar. Dali aprenderam a manejar a cor e passaram a vender o que chamaram de púrpura.
A cor púrpura era tão valiosa que na Roma Antiga só o imperador podia usar. É a cor que simbolizava nobreza, portanto, não era qualquer camada da sociedade que podia ter.
Além da cultura de que só ricos tinham acesso, o valor era alto, e nem todos podiam comprar.
O comerciante que vendia a púrpura conseguia acumular muitas riquezas, já que as transações incluíam grandes quantias.
Navegações
Por volta do ano 600 a.C., os fenícios fizeram a primeira viagem de circunavegação ao redor da África. Eles viajaram pela costa africana saindo do Mar Vermelho, passando pelo sul da África e retornando pelo Mar Mediterrâneo no Egito.
Como explicado acima, as terras fenícias eram improdutivas, e não havia como sobreviver da agricultura e da criação de animais. Assim, o comércio marítimo e a navegação foram as únicas alternativas para esse povo prosperar. E assim fizeram: lideraram por anos esse ramo.
O alfabeto
Como lidavam com muitos povos, o comércio fenício era de grandes proporções. Isso gerou uma necessidade de melhorar o alcance da comunicação. Assim, criaram o alfabeto para melhorar o controle das atividades econômicas.
O alfabeto fenício possuía 22 letras, somente consoantes. Era uma alternativa mais simples do que a escrita cuneiforme e hieroglífica que existia até então.
Os gregos descobriram esse modo de escrita e o usaram de base. O alfabeto atual (o latino, que é o usado no Brasil) foi baseado na ideia fenícia e adaptado posteriormente pelos gregos.