Resumo de História - Feudalismo

O feudalismo foi um novo meio de produção predominante na Europa Ocidental durante a Idade Média. O sistema envolveu um conjunto de práticas sociais, econômicas, políticas e culturais no momento em que a Europa passava por grandes transformações após a crise do Império Romano.

Ele teria surgido como resultado da fusão de dois elementos de organização social: de um o lado o colonato, derivado dos costumes romanos, onde os camponeses produziam para os donos de terra em troca de proteção, ou seja, livramento de impostos;e do outro, um elemento que se manteve firme durante todo o feudalismo: o comitatus.

A influência herdada dos povos bárbaros consistia na relação de lealdade entre os guerreiros e chefes tribais, servindo de base para o estabelecimento das relações entre os membros da nobreza.

Características do feudalismo

Com a crise do Império Romano, a economia sofreu uma redução nas atividades comerciais, o que levou a um processo de ruralização das populações.

Somado a isso, as moedas perderam espaço de circulação e a produção agrícola ganhou caráter subsistente. Ou seja, os agricultores produziam em busca do próprio sustento.

Divisão da sociedade feudal

No feudalismo, a sociedade era dividida em três elementos sociais: o clero, a nobreza e os servos. Dentro do sistema não havia mobilidade social, pois as classes sociais eram denominadas estanques. Por esse motivo, passar de uma classe para a outra era algo muito difícil.

A nobreza, constituída pelos senhores feudais, consistia na classe mais alta do feudalismo. Ela era a dona das grandes proprie dades agrícolas, e exercia poder absoluto sobre o clero e nobreza.

A classe era responsável pela aplicação de leis, concessão de privilégios e administração da justiça. Os nobres eram divididos em suseranos e vassalos, sendo o primeiro grupo detentor de mais poder em relação ao segundo.

O clero tinha como principal componente a Igreja Católica. O cristianismo, principal sistema ideológico do período, influenciou os comportamentos, a cultura e os ideais do homem medieval, o que deixou a instituição ainda mais poderosa durante o feudalismo.

As igrejas e as abadias eram proprietárias de um grande número de terras e servos. Assim, elas realizam a exploração do trabalho camponês da mesma maneira que os demais senhores feudais.

Os servos formavam a classe mais populosa do sistema feudal. Eles viviam presos a terra, obrigados a prestarem serviços pesados, além de pagarem uma grande quantidade de tributos aos senhores feudais.

Assim como eles, existiam outros trabalhadores, os escravos e os vilões, que eram trabalhadores livres, porém ligados a um senhor, ou seja, eles também eram obrigados a prestar serviços e a pagar tributos. Confira alguns dos principais impostos que eles pagavam:

  • Dízimo: 10% da produção devia ser paga à igreja;
  • Capitação: imposto pago por cada membro da família;
  • Banalidade: pagamento que possibilitava a utilização de bens do feudo, a exemplo de moinhos, fornos, estradas, etc.;
  • Talha: parte da produção deveria ser entregue ao senhor feudal.

Os ministeriais formavam outro grupo de trabalhadores pertencentes a propriedade feudal. Diferente dos outros, eles podiam ascender socialmente, chegando, inclusive, a condição de membros da pequena nobreza.

Por outro lado, a vida dos servos era difícil em todos os sentidos. A classe, bem como os senhores feudais não eram alfabetizados, portanto, não sabiam ler e nem escrever. A única classe social que tinha acesso ao estudo era o clero.

Relação de suserania entre os nobres

Quando um nobre cedia algum tipo de bem para o outro, o autor da doação era denominado de suserano (dono da terra).

Já o beneficiado chamava-se vassalo. No caso de doações, eles deveriam retribuir fazendo um juramento ao suserano se comprometendo, inclusive, a fazer parte do seu exército caso fosse convocado.

A doação não consistia necessariamente na doação de terras, e sim no uso de alguns equipamentos agrícolas, isenção de impostos, dentre outros.

Política

No sistema feudal, embora o rei tivesse poder absoluto, os nobres tinham muitos privilégios. Eles eram responsáveis pela construção de castelos fortificados, dentro e ao redor da comunidade feudal, e também pela formação de exércitos particulares.

Além disso, era concedido aos nobres imunidades, como isenção jurídica e fiscal.

Economia

Na época do feudalismo, a economia era autossuficiente, isto é, não precisava recorrer a outros produtores, pois a quantidade que eles produziam bastava para eles. A produção que se excedia era tomada pelos senhores feudais.

Por conta disso, a economia era destinada a uma produção de consumo local e não de trocas comerciais, mas quando os feudos precisavam fazer alguma troca faziam isso através de produtos e não de moedas.

A aquisição de terras durante o feudalismo acontecia através das seguintes formas: concessão do rei ou de um grande senhor feudal, casamento e guerras. A primeira era uma maneira de compensar os serviços de um nobre ou de um cavaleiro destacado para assim conseguir a vassalagem desta família.

Quando não aconteciam através da cedência dos reis ou senhores feudais, era comum que ela acontecesse por meio de guerras. Um dos motivos que provocavam esses confrontos era o fato de algumas pessoas já serem proprietárias de terra e quererem expandir seus territórios.

Outro fator que levava às guerras era o fim da relação existente entre servos e senhores feudais, pois uma terra concedida pelo rei ao servo, normalmente, acontecia por causa de uma guerra.

E por fim, o casamento era outra estratégia adotada pelos reis, pois casando os seus filhos eles conseguiriam manter o domínio das terras nas mãos da mesma família.

Queda do feudalismo

No início do século XXI, o feudalismo passou por grandes transformações com o período denominado Baixa Idade Média, na qual as relações de produção passaram a se inspirar no trabalho livre assalariado.

O crescimento da população foi uma dos grandes causadores da mudança no sistema de produção feudal. Para atender a demanda e na tentativa de enriquecer com a comercialização, alguns senhores aumentaram a opressão contra os servos.

O excesso praticado contra os servos fez com que muitos deles fugissem ou se organizassem em violentas revoltas camponesas.

Isso resultou na mudança do comportamento dos senhores feudais, que passaram a promover o arrendamento de terras, expulsaram ou venderam a liberdade de seus servos e começaram a contratar trabalhadores assalariados.

Essas atitudes, portanto, deram início ao que futuramente seria chamado de capitalismo.