Resumo de Biologia - Hereditariedade

Hereditariedade e diversidade da vida

Hereditariedade é a estrutura biológica responsável pela transmissão das características dos seres vivos de uma geração para outra. Para que esse processo ocorra é necessário o pleno funcionamento dos genes – parte do DNA que contém as informações transmissíveis.

Determinadas características hereditárias podem continuar inativas durante gerações, o que não significa a sua eliminação, apenas o esquecimento de um ou diversos genes para o certo perfil.  Entretanto, isso não impede que o portador do gene adormecido o transmita para seus descendentes.

Nos seres humanos, por exemplo, pais com olhos azuis conseguem ter filhos com olhos castanhos, legado dos avós ou algum antepassado.

Por outro lado, as informações gênicas podem desaparecer em função dos fatores ambientais e climáticos, resultado do processo de seleção natural.

Tipos de Hereditariedade

Existem duas formas de hereditariedade: a específica e a individual

Hereditariedade específica: transmissão de componentes genéticos que delimitam fatores em comuns para um determinado grupo. Todos os seres da espécie humana, por exemplo, terão determinadas propriedades em comum.

Hereditariedade individual: conjunto de componentes genéticos que tornam certas características singulares, tornando um organismo totalmente diferente do outro. Isso contribui com a múltipla diversidade entre indivíduos da mesma categoria.

Genes e Hereditariedade

O gene é composto por uma sequência de nucleotídeos dentro do cromossomo, sendo o principal meio de transmissão da hereditariedade. Como também é formado por trechos de DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico), são capazes de codificar cadeias polipeptídicas – junção de aminoácidos para produção de proteínas.

O complexo de genes presente nos indivíduos é chamado de genoma. Cada homem apresenta somente um genoma, formado por aproximadamente 25 mil genes. 

Divisão dos genes

Os genes atuam em algumas categorias genéticas e seus segmentos reúnem as diferenças e semelhanças de uma mesma característica. Eles podem ser dominantes (seres homozigotos AA e heterozigotos Aa) e recessivos (apenas os homozigotos aa).

Genes dominantes: são aqueles que determinam uma propriedade hereditária mesmo quando aparecem em pequenas quantidades dentro do conjunto de genes (genótipo).

Inúmeras características dos seres humanos são resultados dos arranjos dos genes dominantes, como cabelos escuros, lábios grossos, calvície, capacidade de enrolar a língua, queixo com covas e dedo mindinho curvado. 

Genes recessivos: são aqueles que apenas aparecem quando estão em dose dupla, pois são inativas com a presença de um dominante. Isso ocorre porque a proteína elaborada pelo gene recessivo é defeituosa e às vezes não funciona.

Olhos azuis, cabelos loiros e ruivos, lábios finos, canhoto, nariz reto, queixo sem cova e tipo sanguíneo negativo são exemplos de características dos genes recessivos.

Teorias da Hereditariedade

Os primeiros estudos sobre os princípios da hereditariedade foram feitos por Gregor Mendel, tanto que ele é considerado o pai da Genética. 

Antes mesmo da descoberta dos cromossomos, Mendel já fazia experiências com cruzamentos de ervilhas, descobrindo a importância dos genes dominantes e recessivos na construção das características humanas baseadas em uma ancestralidade.

Os resultados das experiências deram bases para duas leis: a da segregação (Primeira Lei de Mendel) e a da segregação independente (Segunda Lei de Mendel).

Primeira Lei de Mendel

Essa lei observa que cada característica dos seres é delimitada por fatores que se dividem na formação dos gametas, células responsáveis pela reprodução sexuada. Esses fatores descritos por Mendel são, atualmente, os chamados genes.

Ele chegou a essa conclusão quando constatou que plantas da mesma categoria (plantas com semente), mas com propriedades diferentes (coloração amarela ou verde), sempre geravam outras com as mesmas características.

Ao cruzar plantas com sementes amarelas com as de sementes verdes, obteve todas as sementes de cor amarela. Esses descendentes – nomeados por geração F¹ – eram híbridos, pois tinham origens diferentes.

Com todos os descendentes amarelos, Mendel realizou uma autofecundação (F²). A nova linhagem deu origem a 3 sementes amarelas e 1 verde. Com isso, percebeu que a coloração das sementes determinava se o gene era dominante (amarelas) ou recessivo (verde). 

Além disso, determinou:

  • Os pais transmitem apenas um gene para cada característica dos seus filhos.
  • Os seres são únicos e possuem um par de genes para cada característica.

Segunda Lei de Mendel

A Lei da Segregação Independente foi baseada na análise de mais propriedades hereditárias nas plantas.

Ao cruzar plantas de sementes amarelas e lisas com as de sementes verdes e rugosas, obteve apenas sementes amarelas e lisas, pois a cor amarela é dominante sobre a verde, e a aparência lisa é dominante sobre a rugosa.

Por isso resolveu cruzar os descendentes desse primeiro teste. O novo cruzamento originou sementes heterozigotos (9 sementes amarelas e lisas; 3 amarelas e rugosas; 3 verdes e lisas e 1 verde e rugosa).

Esses experimentos foram essenciais para o entendimento de que os alelos – formas alternadas de um mesmo gene – organizam-se de forma independente no processo de formação dos gametas.