Resumo de Educação Artística - História do Cinema Brasileiro

Conheça os principais períodos pelos quais passou a sétima arte em território nacional 

A história do cinema brasileiro tem início com a primeira exibição de filmes no país, fato que aconteceu em julho de 1896 na cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião, foram exibidas diversas produções que retratavam o cotidiano das cidades europeias. É a partir desse evento que o cinema nacional começa a ganhar vida, construir sua estética e identidade. 
Ao longo da história do cinema brasileiro as produções se tornaram, cada vez mais, engajadas com as questões específicas da realidade brasileira. Desse modo, o contexto social, econômico, cultural e político nacional não só passou a interferir nas temáticas abordadas nos filmes, como também tiveram implicações na própria estrutura cinematográfica. 
Essas implicações possibilitam que a história do cinema brasileiro seja dividida em períodos, como o domínio de Hollywood, o Cinema Novo, a Retomada e a Pós-Retomada. Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais acerca dos fatores que produziram transformações na produção cinematográfica brasileira e as características de cada um dos períodos históricos 

Os períodos da história do cinema brasileiro 


Depois da exibição dos filmes europeus no Rio de Janeiro, outro marco importante para a história do cinema brasileiro foram as gravações feitas pelos irmãos Paschial Affonso e Segreto. No dia 19 de julho de 1898, os italianos fizeram os primeiros registros de imagens em solo brasileiro, mais precisamente na Baía de Guanabara. Por conta disso, essa data é celebrada como Dia do Cinema Brasileiro.  
A partir desse momento inicia-se a estruturação do cinema nacional. Nesse período, a maior parte das produções exibidas no país eram provenientes da Europa e os filmes produzidos aqui eram, majoritariamente, documentais. É somente a partir de 1908, com o curta metragem “Os Estranguladores”, de Francisco Marzullo e Antônio Leal, que a produção ficcional passa a ter destaque no país. 
O domínio de Hollywood 
Depois da Primeira Guerra Mundial, tem início um período de crise na história do cinema brasileiro. Isso aconteceu devido à diminuição no número de filmes europeus exibidos no país, o que deixou uma lacuna que seria ocupada pelas produções hollywoodianas, que deixaram de ser taxadas no Brasil. 

Entre o período compreendido entre os anos de 1930 e 1940 acontece um forte investimento na divulgação dos filmes norte-americanos no país. Essas produções não só ganham espaço em território nacional, como também passam a determinar a estrutura narrativa com que o público vai se acostumar: narrativa linear, com início, meio e fim, e final feliz.

Com isso, a Cinédia, primeiro grande estúdio criado no país, passa a investir em narrativas que se assemelham ao que já fora difundido pela indústria norte-americana. Porém, o mercado nacional ainda se mantém retraído em relação às produções estrangeiras.


As chanchadas 
A partir da década de 1940, tem início outro momento importante da história do cinema brasileiro: o desenvolvimento das chanchadas como gênero fílmico. O termo designa os filmes produzidos com baixo orçamento e que misturam humor e musicalidade. Essas produções marcam um momento de retomada da identidade nacional no cinema. 
A produção dos filmes do gênero foi impulsionada pela criação da Atlântida Cinematográfica no ano de 1941. A produtora tinha poucos recursos, mas investiu em uma formula simples, barata e que poderia ser produzida em larga escala. As chanchadas caíram no gosto popular, mas começaram a entrar em declínio em virtude dos movimentos revolucionários que passaram a tomar conta cinema nacional. 



Cinema Novo

Influenciado pelas vanguardas europeias, o Cinema Novo surge com a proposta de desvencilhar a produção nacional da estética hollywoodiana. O movimento é impulsionado por nomes como Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha. Esse último foi o criado da expressão “estética da fome”, que designa o tipo de cinema que ele deseja produzir.

As produções desse período da história do cinema brasileiro dão ênfase a temas populares e são imbuídas de caráter social e político. Com isso, os cineastas não somente pretendiam romper com a estrutura de imitação norte-americana, como também abandonar a alienação produzida pelo riso da pornochanchada. O Cinema Novo é essencialmente realista. 
A ditadura militar 
Durante o período da ditadura militar no Brasil, dois aspectos marcam a história do cinema brasileiro. O primeiro foi a criação da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), que pretendia manter o controle ideológico da produção nacional através do financiamento dos filmes que estivessem em acordo com as exigências do governo. Desse modo, dificultava-se a produção de qualquer pensamento crítico sobre o regime militar na sétima arte.

Outro marco importante para o cinema produzido nesse período é o movimento udigrúdi. Os produtores que compõem esse movimento criaram a “estética do lixo”, como proposta de rejeição das estruturas já existentes e busca de uma produção de caráter experimental. O nome udigrúdi é uma brincadeira com o termo , usado para denominar a produção e os artistas da contracultura. 
Os anos 80 
Os anos 80 configuraram mais um momento de crise para a produção cinematográfica nacional. Dessa vez, o cenário foi produzido pela crise econômica enfrentada pelo país no período pós-ditadura e pela popularização do videocassete. Nesse período, nem os produtores tinham dinheiro para realizar filmes, nem o público para ir aos cinemas. A Embrafilme se constitui nesse período como principal financiadora da indústria cinematográfica. 
A situação se agrava quando o presidente Fernando Collor é eleito. Em defesa da austeridade, ele encerra as atividades da Embrafilme, extingue o Ministério da Cultura, o Concine, a Fundação do Cinema Brasileiro e acaba com as leis que promoviam incentivo à produção nacional. 
A retomada 
A história do cinema brasileiro começa a mudar com o de Collor. Nesse contexto, tem destaque a promulgação da Lei do Audiovisual no ano de 1993. Ela cria mecanismos para que haja incentivo à produção do cinema brasileiro. O primeiro filme viabilizado por essa norma foi “Carlota Joaquina, Princeza do Brazil” (1994), de Carla Camurati. 
Entre os anos de 1992 e 2003, a produção nacional ganha destaque em premiações importantes, como o Oscar. Entre eles estão “O Quatrilho” (1995), de Fábio Barreto, “O Que é Isso, Companheiro?” (1997), de Bruno Barreto, e “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles. A retomada é marcada por filmes que abordam questões sociais brasileiras. Nesse período, também tem destaque a criação e expansão da Globo Filmes
A pós-retomada 
Esse é o período vivenciado atualmente pelo cinema. Ele se inicia a partir de 2003 e é marcado por filmes de grande repercussão nacional e internacional, entre eles, “Tropa de Elite” (2007), de José Padilha e “Aquarius” (2016), Kleber Mendonça Filho. Na pós-retomada as comédias também começam a despontar entre os destaques do cinema nacional.

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