Resumo de História - Índios Brasileiros

Os índios brasileiros são grandes personagens da História do Brasil, pois foram os primeiros habitantes do país, antes mesmo da própria nomeação. A população indígena habitava a zona litorânea quando os navegadores portugueses atracaram na Ilha de Vera Cruz. 

Os índios receberam esse nome, pois, ao chegarem, os portugueses e Cristóvão Colombo estavam convictos de que haviam descoberto as Índias, embora soubessem que não estavam na Ásia, mas  em um continente desconhecido.

Contudo, continuaram chamando os nativos de índios por ser mais fácil e também porque eles tinham o objetivo de dominar a cultura, a economia, a religião e a política, desenvolvendo assim uma colônia de exploração. 

No início o contato estabelecido entre os índios brasileiros e os “brancos” acontecia através do escambo, ou seja, pela troca de produtos. Em troca de roupas, comidas e ferramentas, os nativos realizavam os trabalhos impostos pelos portugueses.

Colonização dos índios brasileiros

Os índios que ocupavam a ilha, no momento da descoberta do Brasil, pertenciam ao grupo linguístico dos Tupis. Inicialmente, eles achavam os pertences disponibilizados pelos portugueses, em troca de trabalho, uma novidade e aceitavam tudo o que eles pediam.

No entanto, quando os portugueses decidiram implantar um sistema colonial, transformando o índio em escravo agrícola, privando-os de suas atividades cotidianas, a exemplo da caça e da pesca, uma guerra entre brancos e índios foi instaurada.

Os índios brasileiros foram aniquilados de maneira progressiva e a escravidão permaneceu nos lugares  em que os colonos não tinham dinheiro para comprar escravos negros. Um exemplo que retrata muito bem esse momento foi a Capitania de São Vicente (São Paulo), entre os séculos XVI e XVII.

Da capitania partiam as bandeiras que incentivavam a “caça ao índio”, causando verdadeiros extermínios. Não foram apenas esses fatores que contribuíram para o desaparecimento dos índios brasileiros, mas também as doenças trazidas pelos colonizadores.

Diante disso, a população indígena foi diminuindo e chegou a atingir um total de 150 mil no início do século XX. Somente na década de 1980 é que esses dados começaram a se inverter, o que indicava uma retomada demográfica por parte da maioria desses povos.

Segundo dados do Censo IBGE, no ano de 2010, os mais de 240 povos indígenas somavam 896.917 pessoas. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país.

Povos Indígenas

Segundo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), metade da população indígena está concentrada em 10 principais grupos, que ainda preservam suas culturas. São eles:

  • Guaranis
  • Ticunas
  • Caingangues
  • Macuxis
  • Terenas
  • Guajajaras
  • Ianomâmi
  • Xavantes
  • Pataxós e Potiguaras
  • Tupis
  • Tapuias
  • Nuruaque
  • Caraíba

Confira o resumo de algumas dessas tribos.

Guaranis

Os Guaranis formam uma população de aproximadamente 46.566 de índios brasileiros. Eles se dividem em três grupos: Caiová, Ñandeva e Mbya. Apesar das tradições em comum , os grupos possuem particularidades, como a adoção do dialeto particular, por exemplo.

Ticunas

Os Ticunas ou Tikunas vivem às margens do rio Solimões no Brasil, sendo o maior povo amazônico, atingindo uma média de 26.813 índios brasileiros. O grupo é adepto da caça e da pesca. Além disso, a língua deles é “tonal”, o que significa a mudança de entonação para cada palavra. 

Potiguara

Os Potiguaras são de origem tupi-guarani e falam um pouco da língua portuguesa. Juntos somam o total de 10.036 índios. Eles também são chamados de “comedores de camarão”, nomenclatura que os diferenciam das demais tribos. Essa referência é atribuída a habilidade na pesca de crustáceos e moluscos.

Pataxó

Os Pataxós chegam a 10.664. A maior tradição desses povos são as festas. Nelas, costumam dançar o auê, servir o mukussuy, que é um peixe assado na folha da palmeira, e o tradicional kauím – uma espécie de vinho de mandioca.

Costumes

Antes da colonizados os índios brasileiros viviam em regime de comunidade primitiva, no qual  a propriedade privada não existia e a produção entre os grupos era realizada de forma compartilhada. Assim, o trabalho era dividido de acordo com o sexo e a idade.

Enquanto as mulheres cuidavam das plantações, das crianças e preparavam a comida, os homens caçavam, pescavam, construíam as ocas, lutavam, preparavam o solo e plantavam o próprio alimento. A maioria dos alimentos foi deixado de herança cultural, como o milho, feijão, mandioca, cará, batata-doce, abóbora e tabaco.

Heranças

Além dos alimentos conhecidos, alguns hábitos brasileiros trazem referências da cultura indígena. Entre eles, o de usar a rede para dormir, a utilização de ervas medicinais, técnicas de fabricação de barcos (canoas e jangadas), de artefatos produzidos com palha e cipó, e até as queimadas na terra antes de fazer um novo plantio.

Os índios brasileiros contribuíram para a formação da etnia do país. A união, ainda que ilegítima, entre brancos e índios deu origem ao caboclo. No que tange a língua, existe uma infinidade de palavras de origem indígena no vocabulário brasileiro: Iara, Jaci, Itu, Itapetininga, Anhanguera, tapioca, beiju, pamonha, gamela, puçá, arapuca, etc.

Dificuldades

A chegada dos colonizadores europeus no Brasil ocasionou o genocídio da população indígena e perda de terras. Atualmente, o país desenvolve projetos de expansão e industrialização da Amazônia, local onde a maior parte dos índios ainda sobrevivem.

Complexos hidroelétricos estão sendo construídos próximos aos grupos isolados, o que pode causar a dispersão de outras tribos, bem como a dificuldade no acesso aos principais meios de subsistência. 

Diante desses fatos, as taxas de suicídio entre índios têm crescido. Segundo relatório do Conselho Indigenista Missionário, divulgado em 2018, mais de 200 indígenas tiraram a própria vida em 2016 e 2017.  

O Brasil possui 200 organizações voltadas para assistência desses povos. A construção de postos de saúde e escolas bilíngues integram os projetos.  Os Tikuna, por exemplo, criaram um museu para mostrar as tecnologias, artes, tradições e linguagens.