Resumo de Educação Artística - Land Art

Uma forma de arte que se relaciona com o ambiente natural

A Land Art faz parte da arte conceitual, um movimento de vanguarda que surgiu nos Estados Unidos e na Europa no fim dos anos 1960 e meados de 1970. Uma das principais características da arte conceitual era de que a ideia ou o conceito, propriamente dito, eram mais importantes do que a aparência ou perfeição da obra. 
O termo "arte conceitual" foi utilizado pela primeira vez por Henry Flynt, um filósofo, escritor e artista americano ligado a vanguarda de Nova York. Flynt afirmava que os conceitos eram a matéria da arte, a própria ideia ou o significado seria a linguagem. 
Dentro da arte conceitual, a execução das obras não tinham tanta relevância quanto o próprio sentido dela, também não haviam exigências para que as obras fossem criadas pelos próprios artistas, muitas vezes, a execução do trabalho era destinada a outras pessoas, que tinham mais habilidades. No final, o que importava era elaboração do projeto, sua concepção e não a materialização. 
Foi dentro desse contexto que surgiu a Land Art, um movimento artístico que além se aprimorar da base conceitual, também trabalhou a ideia de apropriação dos espaços naturais. Isso porque, durante esse período surgiram muitos movimentos que defendiam a preservação da natureza, dos ecossistemas, conscientização. 
Somado a isso, os artistas da época também consideravam a necessidade de romper com os padrões tradicionais que limitavam as obras de arte à museus, e de popularizar o acesso a arte, para garantir novas experiências ao espectador. 


Características da Land Art


A Land Art, ou Earthwork (Arte da Terra) tem como principal característica a integração com o meio ambiente. Os artistas que fazem parte desse movimento utilizam os espaços e paisagens naturais como “sua própria tela”, todos os elementos da natureza servem como parte do processo criativo ou se integravam a própria obra final.


Uma dos fatores para essa escolha era a de que os artistas da época buscavam outras alternativas que não a comercial. A ideia era romper com o sistema tradicional, em que para se ter acesso a uma obra de arte as pessoas precisavam ir a galerias ou museus e tornar as paisagens, algo tão comum no cotidiano, o próprio espaço da arte.


Eles também tinham a intenção de chamar a atenção para a natureza em si, e mostrá-la como uma potência. Quem se dedicava a essa estética utilizava madeiras, folhas, areia, rocha, galhos, rios, lagos, se aproveitavam das paisagens. 

Como a natureza era o local escolhido para realizar esse tipo de arte, as obras podem surgir em desertos, montanhas, mares, lagos, lagoas, praias, canyons, campos, planícies, planaltos, todos esses lugares podiam ser utilizados para esse fazer artístico. Como a Land Art é realizada em espaços exteriores e tem dimensões proporcionais ao espaço natural, a menos que as pessoas visitem o local onde elas foram construídas, só é possível conhecê-las dentro de um museu através de fotografias. 


Às vezes, a Land Art também pode se apresentar em galerias quando incorporadas a algumas matérias primas naturais do próprio espaço, nas instalações e até mesmo integrada as esculturas de um museu. 


Entre as principais características da Land Art, estão:


Influência do movimento minimalista e da arte conceitual
Integração à natureza e ao meio ambiente
Valorização da natureza
Utilização de recursos naturais
Crítica à arte comercial tradicional
Rompimento com os espaços tradicionais, como a galeria e o museu
Obra, natureza e espectador deviam estar em interação

Principais nomes do movimento


Sem dúvidas, quando se fala em Land Art um dos nomes que mais despontam é o de Robert Smithson. Seu trabalho “Spiral Jetty” ou quebra-mar em espiral, de 1970, alcançou grande reconhecimento. A obra consiste em uma estrada feita de terra e pedras de basalto negro, localizada no Great Salt Lake, em Utah, nos Estados Unidos. 

Apesar de ser muito conhecido, esse trabalho passou grande parte do tempo submerso embaixo d’água, o que só reforça um dos pontos essenciais da Land Art, a efemeridade. O desgaste dos materiais pela chuva, vento, neve, erosão ,também acrescenta valor as obras. 



As criações de Christo Vladimirov e Jeanne-Claude Denat também ganham esse aspecto efêmero. Christo era um escutor e designer búlgaro já Jeanne-Claude era uma escultora marroquina, ambos nasceram em 1935 e juntos formaram um casal de artistas que ficaram famosos por obras de land art. Eles envolviam e empacotavam vários objetos, a ponto de moldarem a sua forma temporariamente. Uma das obras mais famosas da dupla foi a “WrappedReichstag” de 1995, em que eles embrulharão o edifício do parlamento alemão em um tecido imenso. 

 
Richard Long também se destacou na Land Art. O escultor e pintor ingês foi um dos mais influentes do movimento. Long gostava de trabalhar com formas geométricas, como círculos, espirais e linhas, além disso, ele se tornou muito conhecido por suas esculturas de pedras. Outros nomes como o de Nancy Holt e Michael Heizer também surgem com destaque nesse movimento. 


Land Art no Brasil


A Land Art não teve a mesma popularização no Brasil como nos Estados Unidos e na Europa, ao menos, não com as mesmas definições. Mas é possível identificar alguns desdobramentos um tanto distantes do sentido original da . 


As experiências não necessariamente estavam integradas as paisagens, mas buscavam evidenciar os ambientes naturais. Em um trabalho, conhecido como Projeto Fronteiras, desenvolvido em 1999, artistas como Angelo Venosa, Carlos Farjado, Eliane Prolik e tantos outros fizeram algumas intervenções em países do Mercosul que faziam fronteiras com o Brasil. 


A iniciativa originou vários outros projetos que propunham experiências com o meio ambiente e também novas intervenções no espaço urbano. Embora não cumprissem os mesmos princípios da Land Art, muitas obras buscaram a valorização dos espaços naturais e a continuidade da arte conceitual.