Linguística é a ciência que estuda as características da linguagem verbal humana. Ela se baseia em métodos de observações e teorias que permitem compreender a evolução e desdobramentos dos diferentes idiomas, bem como a estrutura das palavras, expressões e aspectos fonéticos de cada língua.
A linguística entende as manifestações da linguagem como algo que necessita de descrição e explicação científica. Seu estudo tem como ponto de partida a observação minuciosa da língua e em seus aspectos de fala, coletando, organizando e analisando informações.
A linguística não é uma ciência isolada e se relaciona com outras áreas do conhecimento. Seus estudos podem se apoiar em outras áreas como a sociologia, psicologia, etnografia e neurologia.
Assim, seu campo de estudo se expande e aborda conhecimento da etnolinguística, sociolinguística, psicolinguística e neurolinguística.
Desses estudos destacam-se os relacionados psicolinguística, que compreende as relações entre linguagem e pensamentos humanos; e a sociolinguística, que trata das relações existentes entre fatos linguísticos e fatos sociais.
O estudo da língua pode ser sincrônico, quando o estudo é realizado a partir de determinado momento; ou diacrônico, quando se estuda a língua ao longo da história
.
Histórico da linguística
A linguística começou se desenvolver a partir do século XIX, época em que seus estudos tinham por objetivo classificar as línguas do mundo de acordo com suas afiliações e descrever o seu desenvolvimento histórico.
Nessa época, a linguística privilegiou o estudo comparativo histórico entre as línguas indo-europeias, dedicando-se especialmente à busca das raízes comuns, bem como em traçar o seu desenvolvimento.
A preocupação com a descrição das línguas se espalhou pelo mundo e várias línguas forma analisadas em diferentes graus de profundidade.
Com o avanço do estudos para a América do Norte, os linguistas observaram línguas cujas estruturas diferenciavam bastante do padrão europeu, ao qual estavam acostumados.
Desse modo, percebeu-se a necessidade de se desenvolver uma teoria e métodos de análise da estrutura das línguas
Com a publicação do livro Curso de Linguística Geral de Ferdinand de Saussure, um dos maiores estudiosos da área, a linguística passou a ser uma ciência independente, embora ainda integrada à semiologia.
No século XX, o linguista Noam Chomsky, acrescentou aspecto fundamental para a linguística. Ele desenvolveu uma nova perspectiva sobre o tema, conhecida como corrente gerativista. Essa corrente aborda a língua como um processo da mente do falante e da capacidade que os indivíduos possuem de permitir fazer uso dessa linguagem.
Divisão da Linguística
Considerando o foco da análise, a linguística pode ser dividida nos seguintes conceitos:
Sincrônica ou descritiva
Também chamada de linguística descritiva, a linguística sincrônica está à linguística teórica que oferece modelos teóricos sobre a área. Ela fala sobre a língua e descreve-a no tempo, analisando as relações existentes entre os fatos linguístico.
Além disso, fornece dados que ratificam ou não as hipóteses que constrói modelos teóricos, mais do que descreve.
Diacrônica ou história
A linguística diacrônica estuda as modificações sofridas pela língua ao longo do tempo. Conhecida também como linguística histórica, essa vertente analisa as manifestações linguísticas observadas no decorrer do tempo.
Teórica
A linguística teórica busca estudar como as pessoas usam as suas linguagens para se comunicar e quais propriedades que as diferentes linguagens possuem em comum.
Além disso, procura entender qual conhecimento uma pessoa precisa ter para que possa usar uma linguagem e como as crianças adquirem a capacidade linguística.
Aplicada
A linguística aplicada procura solucionar problemas referentes ao ensino de línguas, à tradução ou a distúrbios de linguagem.
Geral
Abarca todas as áreas, porém não se aprofunda. A linguística geral oferece modelos e conceitos que servem para a fundamentação da análise das línguas.
Ou seja, ela oferece um panorama geral da disciplina, sem muito detalhamento.
Níveis da linguística
Para fazer o estudo da língua devem ser considerados os seguintes níveis:
Fonética – sons da fala.
Fonologia – fonemas.
Morfologia – formação, classificação, estrutura e flexões das palavras.
Sintaxe – relação das palavras com outras orações.
Semântica – significação das palavras.
Estilística – recursos que tornam a escrita mais elegante ou expressiva.
Lexicologia – conjunto de palavras de um idioma.
Pragmática – fala usada na comunicação do dia a dia.
Filologia – língua estudada através de documentos e registros antigos.
Principais autores
O precursor dos estudos da área foi o suíço Ferdinand Sausurre.
Os principais temas abordados em seus estudos foram: língua, fala, signo linguístico, significante, significado, sintagma, sincronia e diacronia.
Os estudos de Saussure foram essenciais a autonomia da área enquanto ciência.
Quem também deixou sua contribuição para os estudos de linguística, foi o linguista e filósofo estadunidense Charles Sanders Peirc. Seus estudos foram fundamentais para o avanço da semiótica e da filosofia.
Noam Chomsky, considerado o pai da linguística moderna, é um linguista e filósofo norte americano que desenvolveu estudos sobre cognição, que foram essenciais para o avanço na área da psicologia cognitiva.
Seu modelo foi reconhecido como dominante entre as décadas de 1960 e 1980 e, atualmente, ainda tem prestigio em alguns círculos de linguistas.
Outro importante teórico da linguística foi linguista russo Roman Jakobson. Considerado um dos maiores linguistas do século XX, Jakobson focou seus estudo na comunicação e na análise da estrutura da linguagem.
Variação linguística
A variação linguística é um fenômeno que ocorre em uma mesma língua quando práticas de um determinado grupo social, de uma época ou de um lugar, alteram as características da língua de seus falantes.
Desse modo, a variação linguística acontece dentro do mesmo idioma e leva em conta aspectos históricos, regionais e culturais.
Ela também está associada a fatores geográficos e sociolinguísticos, à evolução da língua e ao registro linguístico.
A variação linguística é a tendência de uma língua e acontece principalmente por fatores históricos e culturais.
Portanto, é importante considerar o contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes de uma determinada língua se insere.
As diferenças são resultado de um sistema linguístico que é mutável e comporta distinção de cunho estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. Elas podem ocorrer a nível fonético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico.