Lysergsäurediethylamid (LSD). Talvez você nunca tenha escutado ou visto essa palavra, mas esse termo alemão foi que originou a sigla LSD. Ele é uma droga cristalina, derivada do fungo Claviceps purpurea (ergot).
Usado com mais frequência pelo público jovem, a droga causa sintomas como mudança de humor e alucinações.
Considerada uma droga ilícita, o LSD, diferente de outras substâncias, não possui cor, cheiro ou sabor.
Origem do LSD
A droga foi um descobrimento acidental realizado pelos cientistas suíços Arthur Stoll e Albert Hofmann, em 1938. A princípio, os estudos científicos tinham o objetivo de produzir um estimulante para dor de cabeça, mas acabaram resultando na droga.
O estudo só foi reconhecido em 1943, após Hofmann utilizar uma pequena dose do elemento para identificar quais os efeitos que a substância poderiam causar.
Foi então que ele experimentou uma mistura de sensações, que variavam entre tontura, problema de percepção e medo de enlouquecer.
Como os sintomas eram muito parecidos com a psicose, foi a partir de então que a droga passou a ser usada nas décadas de 40, 50 e 60 para experiências psiquiátricas. Com isso, os Laboratórios Sandoz começaram a comercializar o LSD para uso medicinal em caso de distúrbios psiquiátricos.
Já os cientistas interessados, recebiam o medicamento gratuitamente, o que acabou levando diversas pessoas a usarem a droga de forma desnecessária.
Efeitos físicos e psíquico do LSD
Os efeitos da droga LSD podem variar de acordo com a quantidade usada, sensibilidade da pessoa, ambiente, entre outras características.
Efeitos físicos:
- Dilatação das pupilas;
- Sudorese ou calafrios;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Redução do apetite;
- Insônia;
- Aumento de temperatura;
- Tremores;
- Boca seca;
- Náuseas e vômitos;
- Hiperglicemia.
Efeitos psíquicos:
- Delírios;
- Aumento do estado de alerta;
- Alucinações visuais e auditivas;
- Distorção do senso de tempo e espaço;
- Sinestesia: cores têm sons, sons têm textura;
- Mudanças extremas de humor (euforia, sensação de bem-estar ou ansiedade, crises de pânico);
- Onirismo: sensação de que está sonhando acordado(a);
- Despersonalização, a pessoa se sente estranha a si mesma;
- Piora da concentração e aceleração do pensamento;
- Redução da percepção de profundidade;
- Depressão ou psicose grave;
- Medo de perder o controle.
Como a droga pode causar algumas sensações “boas”, algumas pessoas, principalmente os jovens, acabam se iludindo com o uso. Importante destacar que, pessoas com predisposição genética podem vir a ter quadro de esquizofrenia.
Ainda há possibilidade de apresentarem o efeito chamado de flashback, que é quando a pessoa sente os sintomas mentais semanas ou meses após o uso da droga, mesmo que não tenha consumido o LSD no momento.
Como o LSD age no organismo
Mesmo sendo utilizado em pequenas doses, o LSD pode ocasionar diversas alterações no corpo. Estudos apontam que doses de 50 microgramas são capazes de produzir efeitos que variam de quatro a 12 horas de duração.
A droga afeta diretamente o sistema nervoso, causando alterações nas funcionalidades do cérebro e aumentando o quadro de distribuição do sistema nervoso.
Demais riscos no uso do LSD
Os efeitos causados pelo LSD começam entre 30 a 60 minutos após o consumo da droga, podendo durar até 12 horas.
Riscos do uso a longo prazo
Não há comprovação científica de que o uso da droga cause dependência, porém, o uso excessivo e frequente do LSD pode causar uma necessidade em sempre sentir os mesmos efeitos causados pela droga, mas desaparece rapidamente após a interrupção do uso.
Além disso, os usuários podem apresentar psicoses duradouras ou até mesmo depressão grave.
Riscos do uso do LSD com outras drogas
Quando associados a outras drogas, o uso do LSD pode ser bastante perigoso. No caso do álcool, pode levar ao aumento de náuseas e vômitos. Já no caso de outras drogas, podem resultar em reações diferentes e inesperadas, como por exemplo surtos psicóticos e outros transtornos psiquiátricos, e até mesmo comportamento suicida.
O LSD possui benefícios medicinais?
O LSD ficou popularmente conhecido nas décadas de 50 e 60, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, entre estudantes e artistas.
Com essa grande popularidade e analisando os riscos que ele poderia causar, a droga passou a ser proibida em 1968, nos EUA, e em seguida nos demais países.
Atualmente, no Brasil, não há reconhecimento médico e nem autorização para uso, produção ou comercialização da substância. Qualquer pessoa que seja vista exercendo alguma dessas funções está sujeita a ser presa, pois é considerado crime.
Nos últimos anos, alguns pesquisadores retomaram os estudos para identificar os benefícios da substância. Alguns deles acreditam que o LSD pode apresentar benefícios positivos nos casos de:
- Tratamento da dependência crônica de álcool;
- Transtorno de estresse pós-traumático;
- Ansiedade;
- Depressão em pacientes que sofrem de doenças fatais.
Porém, é evidente que são necessários mais estudos para confirmar a veracidade dos benefícios da droga.