Resumo de Educação Artística - Maracatu

O maracatu é uma manifestação artística do folclore brasileiro, que mistura dança e elementos da cultura portuguesa, africana e indígena durante as suas apresentações. No Brasil, o maracatu é mais influente na região Nordeste, sobretudo, no estado de Pernambuco, onde surgiu os primeiros grupos.

Por conta disso, é possível ver a manifestação da dança durante todo o ano pelas ruas das cidades de Olinda, Recife e Nazaré da Mata.

Tipos de maracatu

Os cortejos se dividem em dois tipos: o maracatu nação e o maracatu rural, considerado o mais tradicional. Eles são bastante ricos e cheios de significados, além de expressarem um forte apelo religioso.

Todas as apresentações seguem um ritual, desde as melodias executadas pelos instrumentos até os personagens que compõem a dança. São figuras do maracatu: o rei, a rainha, a dama-de-honra da rainha, a dama-de-honra do rei, o príncipe, a princesa, a dama-de-honra do ministro, o ministro, a dama-de-honra do embaixador e o embaixador.

Além deles, são identificados durante as apresentações o duque, a duquesa, o conde, a condessa, os quatro vassalos, as quatro vassalas, os três calungas, as três damas-do-paço (responsáveis pelas calungas durante o desfile), o porta-estandarte (porta-bandeira), o escravo, as figuras do tigre e do elefante, o guarda coroa, o corneteiro, a baliza, o secretário, os lanceiros, o brasabundo, os batuqueiros, os caboclos e as baianas.

A corte é formada pelo casal de príncipes, duques e a figura do embaixador, que não é obrigatória.  O porta-bandeira se veste à moda de Luís XV, e na bandeira consta o nome da agremiação mais o ano em que ela foi criada.

Os batuqueiros são responsáveis pelo ritmo da dança e as “escravas” pelas coreografias que embalam o ritmo. As calungas são representadas por bonecas negras, feitas em madeira e ricamente vestidas. Geralmente, elas conduzem o cortejo.

Um característica peculiar da dança é que a realeza do maracatu, composta pelo rei e rainha, são títulos conquistados de forma hereditária, isto é, uma tradição passada de geração em geração.

No vídeo abaixo, conheça as principais características dessa dança folclórica típica das cidades pernambucanas.

Maracatu nação

O maracatu nação, também conhecido como baque virado, é de origem africana e teve início em Pernambuco no século XVIII. Com o fim da escravidão no Brasil, essa foi uma maneira de manter viva a tradição de coroação do rei do congo.

Na época, o rei do congo foi uma figura incentivada pelos colonizadores portugueses. Ele era visto como um administrador dos negros que foram trazidos para o Brasil.

Diante desse cenário, o cortejo virou uma representação simbólica e passou a fazer parte do carnaval de Recife. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, o que resultou em música e dança própria para homenagear a coroação do rei.

Os personagens do baque virado começam sempre em ritmo compassado e aos poucos vão acelerando, mas sem alcançar um ritmo muito rápido. A zoada do “baque” anuncia de longe a chegada do maracatu, antes mesmo de ouvir a corneta que precede o estandarte da nação.

Maracatu rural

O maracatu rural, também chamado de baque solto, surgiu um pouco mais tarde que o primeiro, em meados do século XIX. A dança é influente na cidade de Nazaré da Mata, localizado na zona da mata de Pernambuco, a 70 km de Recife. O município, inclusive, é conhecido como “Terra do Maracatu”.

A dança foi desenvolvida por agricultores e faz referência aos trabalhadores rurais. A maioria dos grupos se prepara o ano inteiro para se apresentar durante o carnaval. Cerca de 100 grupos desfilam os seus cortejos pelas ruas das cidades, contagiando a todos com bastante alegria.

O personagem de maior destaque é o caboclo de lança. Ele representa a figura de um guerreiro e se veste de maneira bem característica, com fitas coloridas em torno da cabeça, gola coberta de lantejoulas e uma flor branca pendurada na boca.

Antigamente, quando os personagens de maracatus distintos se encontravam eles até brigavam, pois as lanças tinham pontas metálicas. Contudo, essa disputa acabou e a rivalidade ficou apenas nos concursos para definir os desfiles mais bonitos.

A orquestra é formada por instrumentos de percussão (caixas, ganzás, gonguês, taróis e tambores) e sopro (trombones e cornetas). As coreografias são compostas por giros e pulos sob um ritmo frenético que remete às congadas, um tipo de festa popular brasileira.

História

Não há um registro específico sobre a origem do Maracatu, mas estima-se que a dança tenha surgido no ano de 1711, em Pernambuco. Fundado em Recife, no ano de 1800, o maracatu elefante é um dos mais antigos. Ele foi desenvolvido pelo escravo Manuel Santiago, logo após a insurreição contra o maracatu brilhante.

A figura do elefante foi escolhida como nome e símbolo do cortejo pelo fato deste animal ser protegido por Oxalá, orixá associado a criação do mundo e da espécie humana. Uma tradição desta dança é o costume de conduzir três bonecas negras (calungas), ao invés de duas como normalmente é feito.

As calungas receberam o nome de: Dona Leopoldina, Dom Luís e Dona Emília, representando respectivamente Iansã, Xangô e Oxum. Outro elemento característico da nação elefante é que ele foi o primeiro a ser conduzido por uma matriarca, já que os outros eram, até então, conduzidos por homens.

Relação com a religião

Como foi mencionado acima, a religiosidade é um elemento forte e característico do maracatu desde as primeiras apresentações. Essa relação se manifesta com o candomblé e o xangô de Pernambuco.

As danças que se assemelham ao candomblé são bem elaboradas, principalmente as coreografias feitas pelas damas do paço e pela baianas, que são responsáveis também pelo canto da melodia.

Danças folclóricas

Assim como os maracatus, outras danças representam o folclore brasileiro, pois as danças folclóricas são uma das principais formas de manifestação cultural. Com músicas animadas e trajes típicos, elas retratam as belezas e costumes de uma determinada região.

As danças mais conhecidas são:

  • Samba de roda
  • Catira
  • Ciranda
  • Maracatu
  • Maculelê
  • Quadrilha de festa junina
  • Bumba meu boi
  • Baião
  • Xaxado
  • Frevo
  • Carimbó, além de outras.