O mercantilismo é considerado um conjunto de práticas econômicas utilizadas pelos estados nacionais com o objetivo de acumular a riqueza e dar poder ao rei.
Ele surgiu no período que conhecemos como História Moderna, entre os séculos XV e XVIII. Os principais países representantes dessa prática foram Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda.
O período mercantilista é considerado por muitos estudiosos como a transição do período feudal e a produção capitalista
. Vale destacar que o feudalismo e o capitalismo são sistemas econômicos, já que são um modo de produção, diferente do mercantilismos que era uma política econômica.
Mercantilismo e o Colonialismo Americano
O período colonial sofreu grande influência das práticas econômicas mercantilistas. A partir do momento que os países eram colonizados, eles aceitavam um acordo de exclusividade. Com isso, passavam a atender aos interesses da burguesia comercial europeia. Os exemplos mais conhecidos são Brasil e América Espanhola.
Podemos dizer que o pacto colonial era uma forma de dominação entre a metrópole e a colônia. Quando falamos em questões econômicas, o país colonizado era obrigado a vender seus produtos por preços baixos a metrópole, que revendiam na Europa por um preço exorbitante para gerar grandes lucros.
Diante disso, é fato que o sistema colonial foi umas das principais peças para o enriquecimento de muitos estados nacionais, constituindo componente fundamental do mercantilismo.
Origem do Mercantilismo
A origem do mercantilismos está ligado ao Absolutismo, que foi um período em que o rei tinha representação absoluta sobre a sociedade e havia muito domínio dos estados. Os reis faziam de tudo para enriquecer os seus países e, consequentemente, ter mais poder. Para isso, era necessário ter uma grande quantidade de ouro e prata, pois era a forma de mostrar riqueza.
Após a centralização do poder na figura do rei surgiram o que conhecemos de Estados Nacionais Modernos. Podemos citar Portugal, França, Espanha e Inglaterra como participantes desses estados.
Os Estados Modernos se apoiaram a luta da burguesia pelo poder e pelo fim dos privilégios da nobreza feudal para se consolidar e ter mais poder. Foi nesse momento que a burguesia passou a apoiar fortemente o rei, o que possibilitou grandes domínios políticos e a reafirmavam do seu poder.
Os burgueses passaram, então, a ter privilégios e a possibilidade de ampliar a sua renda econômica, apesar de ainda ser de forma controlada. A partir desse momento foi possível o desenvolvimento comercial e manufatureiro
com o poder centralizado no rei, que passou a controlar à economia, garantindo os seus interesses e fortalecendo ainda mais o poder real. Foi a partir desse processo que surgiram as práticas econômicas relacionadas ao mercantilismo.
O período mercantilista foi marcado também pelas Grandes Navegações e a instalação do sistema colonial no continente americano. Por exemplo, os portugueses utilizaram muitas práticas do mercantilismo no período de colonização do Brasil.
Caraterísticas do Mercantilismo
As características do mercantilismo estão associadas ao modelo político do absolutismo, ou seja, centrado no poder do rei. Nesse período as nações europeias utilizavam a exploração de riquezas em outros continentes como forma de enriquecer, e para isso utilizavam as navegações para obter ouro e prata.
Existem muitas características ligadas ao mercantilismo, podendo algumas delas estarem presentes em todos os países, e outras estão mais ligadas a um estado nacional específico. Os países utilizavam as práticas comerciais de acordo com suas necessidades. Vejamos as mais importantes:
- Metalismo: nessa época todos os países queriam enriquecer com a obtenção de
prata e ouro
, e assim demonstrar poder sobre as outras nações. A Espanha foi um dos principais representantes dessa prática, e lá o conceito era conhecido como bulionismo. - Balança comercial favorável: está presente em praticamente todos os estados, pois foi uma das principais características do mercantilismo. Os estados faziam de tudo para que tivessem muito mais exportação do que importação como forma de manter a riqueza no próprio país. Isso possibilitou um grande incentivo ao
crescimento industrial e manufatureiro.
- Colbertismo: ficou conhecida com esse nome por causa de Jean-Baptiste Colbert, que era um ministro do rei bastante influente na época. Essa característica esteve presente principalmente na França. A ideia era o desenvolvimento manufatureiro como forma de gerar riqueza a partir da produção de produtos de qualidade para atrair a venda para estrangeiros.
- Incentivos às manufaturas: os produtos manufaturados geravam mais lucros do que apenas vender as matérias-primas ou gêneros agrícolas, por conta disso havia um grande estímulo as manufatura.
- Protecionismo alfandegário: o governo criava
altos impostos
para os produtos de importação como forma de proteger os seus estados, estimulando a produção nacional e a manutenção da riqueza no país.
Mercantilismo e os Estados Nacionais
Portugal e Espanha investiram no colonialismo para utilizar os países colonizados para melhorar a sua economia. Com isso, surgiu o que conhecemos como Pacto Colonial, ou seja, os países só podiam comercializar com as nações que os colonizaram. Por exemplo, o Brasil produzia aquilo que era de interesse português no período colonial.
O estímulo ao industrialismo e ao comercialismo foi utilizado pela Inglaterra e pela França para a obtenção de riqueza. Para tanto, passaram a estimular o desenvolvimento das manufaturas e do comércio interno.
A Holanda teve grande representatividade no mercantilismo, pois possuía duas companhias comerciais: Índias Ocidentais e Índias Orientais. Ela também estimulava o industrialismo, e tinha como diferencial o crédito bancário por meio dos seus bancos.