A Mona Lisa, reconhecida como a mais famosa obra de arte do mundo
, é uma das mais conhecidas pinturas do período do Renascimento, não só por suas características (em termos de composição e concepções estéticas), mas também por seu conteúdo (a retratada e o fato de ser um retrato), além de ser fruto de uma figura emblemática desse momento histórico, Leonardo Da Vinci.
Características da obra de arte: Mona Lisa
Também conhecida como Gioconda, a obra já foi tema de música, poemas, artes a até filmes. A pintura foi feita com tinta a óleo sobre madeira de álamo. Hoje ela é uma das obras mais visitadas e concorridas do Museu do Louvre, em Paris
. Onde está protegida por um grosso vidro à prova de balas e um forte esquema de segurança.
O quadro mede 77 por 53 centímetros e, por questões de conservação, pode ser apreciado apenas através de um cordão que demarca o limite até onde o público pode se aproximar. A obra de Leonardo da Vinci é considerada a mais cara do mundo.
Uma das grandes discussões no meio artístico é sobre a mulher representada no quadro: não se sabe se ela realmente existiu ou foi uma imagem inventada por Leonardo da Vinci. Existe também uma hipótese de que a obra seria um autorretrato do pintor
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Muitos historiadores dizem que a mulher que inspirou a Mona Lisa chamava-se Lisa Gherardini e que ela era esposa de Francesco del Giocondo, um comerciante muito rico de Florença. Outros afirmam que foi Isabel de Aragão, Duquesa de Milão, para a qual da Vinci trabalhou alguns anos.
O quadro retrata harmonia entre a principal e o plano de fundo. Muitos acreditam que o quadro ficou famoso devido ao seu realismo. Na obra pode-se notar a ausência de sobrancelhas em Mona Lisa. A explicação dada por alguns historiadores é que Leonardo havia pintado as sobrancelhas, mas durante a primeira limpeza (no século XVII) foi usado um solvente impróprio e elas se dissolveram.
Um dos mais intrigantes enigmas do quadro é o sorriso da Mona Lisa. Quando olha-se para o quadro a impressão que se tem é que a moça está prestes a sorrir, mas se mantém discreta e isso é tema de diversas pesquisas até hoje
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Técnica sfumato no quadro Mona Lisa
A técnica utilizada por da Vinci foi do sfumato (em italiano significa misturado). Nessa técnica são empregados grafite, carvão ou pastel seco. Esses materiais devem ser esfregados com o dedo por cima do desenho com riscos, para que estes riscos sumam, e fique apenas o resultado limpo do degradê (gradiente de cor). Ou seja, esfrega-se os dedos por sobre eles, criando um efeito esfumaçado e sem marcas de pincéis ou das ferramentas utilizadas.
A contribuição de Leonardo da Vinci para a arte do sfumato foi a descoberta de que o verniz de madeira reagia com a tinta a óleo
. Após uma primeira “mão de tinta”, ainda com o quadro apresentando marcas de pincéis, Leonardo da Vinci passava uma “mão de verniz” de madeira sobre a pintura fazendo com que o verniz borrasse a tinta a óleo, gerando um gradiente perfeito e mascarando a sensação de pincelada.
Mona Lisa e o Renascimento
O retrato de Mona Lisa propicia a análise de elementos históricos relativos ao Renascimento. Um elemento fundamental para a pintura é o uso de tintas mais sofisticadas como a tinta a óleo, a qual remete à época das relações comerciais entre os europeus e os povos árabes.
As tintas eram comumente importadas do Oriente através dos comerciantes europeus, dentre os quais se destacam justamente os comerciantes venezianos.
Os detalhes nas roupas da protagonista da pintura é outro ponto que pode ser ressaltado, pois as sedas e veludos expressam, de certa forma, a consciência que muitos artistas tinham a respeito dessas trocas com o Oriente, incorporando a visão e a habilidade dos mesmos nas suas produções artísticas.
A Mona Lisa nasce e é esculpida historicamente dentro desse ambiente histórico de transição - o Renascimento está situado num período de transição entre a Idade Média e a Modernismo, o que corresponde ao final do Feudalismo e início do Capitalismo -, por isso carrega em seu corpo as marcas de sua historicidade
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Assim, no retrato de Mona Lisa, Da Vinci consegue expressar, através da riqueza de detalhes de sua roupa, por exemplo, a classe à que ela pertencia, o que aponta para sua historicidade, já que a pintura ganha concretude social e não mais “somente” artística. É neste ambiente de renovação de ideias que surge o Humanismo.
Os artistas clássicos da Renascença, como Da Vinci, Giotto, Botticelli, Michelangelo, Rafael Sanzio etc, introduziram inovações estéticas e mesmo filosóficas que marcaram a história da arte, dentre as quais, é possível citar o Realismo na representação da figura humana (dando-lhe formas, pesos, sombras, dimensões, contornos e disposições mais sofisticados).
Historicamente falando, a Mona Lisa também carrega as marcas da arte renascentista no sentido, por exemplo, de que traz em si as tensões sociais da época e reelabora artisticamente aspectos importantes da dinâmica do poder e das transformações econômicas da Itália do Cinqueccento, uma das fases do Renascimento.
O criador de Mona Lisa: Leonardo da Vinci
Leonardo di ser Piero da Vinci, o criador de Monalisa, nasceu no dia 15 de abril de 1452, na pequena aldeia de Vinci, perto de Florença, Itália. Filho ilegítimo do tabelião Piero da Vinci e da camponesa Caterina Lippi, já desenhava e pintava desde criança.
Leonardo da Vinci foi considerado um dos principais nomes da Renascença. Assim como outros mestres do movimento humanismo renascentista, Da Vinci não acreditava haver uma divisão entre arte e ciência, desta forma, aplicava suas habilidades mesclando as duas especialidades
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