Morfologia do grego “morphe” (morfo = forma) e “logia” (logos = estudo) é a parte da gramática que dedica ao estudo da estrutura, forma e classificação das palavras observadas isoladamente no contexto frasal.
A Morfologia é dividida em dez classes gramaticais, sendo os substantivos, artigos, adjetivos, numerais, pronomes e verbos palavras variáveis
; e os advérbios, preposições, conjunções e interjeições palavras invariáveis
.
Classes gramaticais da morfologia:
Palavras variáveis na morfologia
- Substantivo – responsável por nomear todas as coisas. (A piscina é quadrada)
- Verbo – responsável por indicar ação, estado ou fenômeno. Pode ser definido em verbo regular ou irregular. (Eu corri hoje).
- Adjetivo – responsável por atribuir qualidades e estados aos seres. (Maria é linda).
- Pronome – acompanhamento dos substantivos com a função de substituí-los. (Meu cachorro está doente).
- Artigo – função de determinar o gênero e o número das palavras. (O anel ficou pequeno).
- Numeral – indica uma quantidade de tudo o que existe. (A primeira pessoa da fila pode entrar).
Palavras invariáveis na morfologia
- Conjunção – é usada como elemento de ligação entre duas orações ou termos semelhantes em uma mesma oração. (O menino guardou os bonecos e mostrou quando viu os amigos).
- Advérbio – modifica um verbo, adjetivo ou outro advérbio de acordo com a situação. (O carro chegou ontem).
- Preposição – conecta dois termos de uma oração. (Eu preciso de você).
- Interjeição – usadas para apontar sentimentos, emoções e estados de espírito. As interjeições geralmente são acompanhadas pelo ponto de exclamação. (Ah, como eu queria ser famosa!).
Na morfologia as palavras que sofrem variações em sua forma são chamadas de desinências nominais de gênero e de número, bem como desinências verbais que indicam modo, tempo, número e pessoa.
Desinência nominal
Os elementos mórficos unidos ao radical determinam as flexões da palavra. Por exemplo: menininhas.
Nessa palavra do gênero feminino o “s” identifica está identificando a palavra no plural, também é uma desinência de número.
Desinência verbal
O modo e o tempo vão determinar os elementos mórficos.
Exemplo: ‘cantávamos’
Nessa palavra, o ‘va’ remete ao passado do verbo “cantar”, além do ‘mos’ que mostra implicitamente que é a primeira pessoa do singular.
A desinência ‘o’, presente em “am-o”, é uma desinência número-pessoal, uma vez que indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; “va”, de “ama-va”, é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.
Observe atentamente outro exemplo:
O jovem bonito permaneceu bastante calmo.
Nessa frase: “o” – artigo masculino definido/ “jovem” - substantivo sem marca de gênero/ “bonito” - adjetivo/ “permaneceu” – verbo/ “bastante” – advérbio.
As palavras da frase se harmonizam entre gênero e número, detectadas no masculino e na forma singular. O único que pertence à classe gramatical invariável e que por isso não sofre alteração de sentido é o advérbio.
Elementos da Morfologia
Os elementos da morfologia que constroem a palavra recebem o nome de elementos mórficos ou morfemas. Eles são:
- Radical – morfema comum a palavras da mesma família. A ideia principal da palavra (pão, padeiro, padaria/ terra, enterrar.)
- Afixos – divididos em sufixos e prefixos, eles auxiliam na construção das palavras. Se o afixo vem antes do radical ele é chamado de prefixo. Quando ocorre depois do radical é chamado de sufixo. São elementos acrescentados ao radical com o objetivo de formas novas palavras. Enterrar (en- prefixo) e (ar- sufixo).
- Vogal temática – é a vogal que se junta ao radical para formar uma palavra. Nos verbos, a vogal temática indicará conjugações. Dentro delas existem 3 vogais temáticas: ‘a, e, i’. Elas se unem, também, logo após o radical. Verbos terminados em ‘ar’ são de primeira conjugação, verbos terminados em ‘er’ são de segunda conjugação e verbos terminados em ‘ir’, terceira conjugação.
Exemplos:
- Sonhar
- Ver
- Sair
- Comprar
Morfologia: composição das palavras
É a formação de uma nova palavra com outra que já existe. Para construir uma palavra será necessário utilizar mais de um radical. Essa categoria de palavra é dividida em composição por justaposição, aglutinação, hibridismo, onomatopeia e sigla.
- Justaposição: união de palavras (precisa ter mais de um radical) diferentes para formar palavras novas sem perder fonemas ou letras.
Exemplo: passa + tempo = passatempo / guarda + chuva = guarda-chuva/ beija+ flor = beija-flor
- Aglutinação: junção de palavras com perda de fonemas e letras.
Exemplo: plano + alto = planalto/ água + ardente = aguardente/ perna + alta = pernalta.
Observação importante: na junção da palavra “acre”, perde-se o fonema ‘c’ e transforma-se em ‘g’. Exemplo: agridoce = (acre + doce).
- Hibridismo: formação de palavras através de dois radicais de origens diferentes.
Exemplo: romanista = romano (latim) + ista (grego) / automóvel = auto (grego) + móvel (latim)
- Onomatopeia: formação de palavras através da repetição de seu som.
Exemplo: toque- toque (barulho ao bater na porta) / reco- reco (som de um instrumento)
- Siglas: redução de expressões com o objetivo de formar palavras através de suas iniciais.
Exemplo: UFBA (Universidade Federal da Bahia) / BOVESPA (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo) / ONU (Organização das Nações Unidas).
Morfologia: Derivação das palavras
Usa-se apenas um radical para formar palavras da mesma família.
Tipos de derivação
Elas podem ser prefixal, sufixal, prefixal e sufixal (juntas), parassintética.
- Prefixal: Exemplo: “feliz” (ao acrescentar o prefixo ‘in’ dá-se origem a uma nova palavra “infeliz”.
- Sufixal: Exemplo: “feliz” (ao acrescentar o sufixo “mente” dá-se origem a uma nova palavra “felizmente”.
- Prefixal e sufixal: é a junção de dois elementos em uma mesma palavra. Ao tirar, por exemplo, o sufixo ou prefixo não se perde o sentido da palavra.
Exemplo: “infelizmente” (com o prefixo ‘in’ mais o radical “feliz” e o sufixo ‘mente’) Ao ser retirado um dos lados ou mesmo dos dois lados não altera o significado da palavra.
- Parassintética: também possui presença de prefixo e sufixo, porém, ao retirar um deles a palavra perde o sentido.
Exemplo: “entardecer”, (se retirarmos o prefixo ‘en’ ficaria ‘tardecer’; e se tirarmos o sufixo ‘ecer’ ficaria ‘entard’, ou seja, a palavra perde o significado).
- Regressiva: ao mudar uma parte da palavra muda-se também a classe gramatical dela. A palavra “criticar” é um verbo pela sua classe gramatical, mas se no lugar do sufixo ‘ar’ colocarmos a vogal ‘o’ teremos a palavra ‘“crítico” que é um substantivo.
- Imprópria: semelhante a regressiva, não se mexe na palavra, somente nos elementos externos. Muda-se a classe da palavra dentro do contexto sem alterar a estrutura. A palavra” piranha” analisada sozinha é um substantivo, mas ao ser analisada na frase: ‘Ele é um moleque piranha’ altera-se a classe gramatical e passa a ser adjetivo.