O nacionalismo é o termo utilizado para descrever o sentimento de pertencimento diante de um grupo com semelhanças culturais ou históricas. A ideia do nacionalismo está relacionada com a modernidade europeia, pois surgiu no século XVIII, em meio as afirmações dos estados-nações da Europa.
Mas, para compreender melhor o que diz o nacionalismo é preciso entender o conceito de Estado e nação. O Estado é a entidade com poder de administração dentro de uma área territorial limitada. Assim, pode agrupar diferentes nações.
Nação, por sua vez, trata-se de uma comunidade étnica, cultural e linguística, na qual os indivíduos se unem em prol de uma tradição comum. Sendo assim, o nacionalismo representa uma ideologia que exalta o Estado nacional ao qual o indivíduo pertence.
Além de ideológico, o nacionalismo também é visto como um movimento político no qual são abordados questões como a autodeterminação, que envolve a soberania sobre assuntos internos e internacionais.
Início do nacionalismo
O nacionalismo surgiu após a Revolução Francesa, sob influência das monarquias absolutas. Porém, após a conquista de grande parte da Europa por Napoleão Bonaparte, surgiu a necessidade de fortalecer as características próprias de cada país, a fim de se diferenciar do invasor.
A partir daí, o nacionalismo passou a ser analisado pelas forças políticas que já haviam absorvido as ideias iluministas na França. Pois, ao invés de valorizar a religião e a espiritualidade, o Iluminismo prezava a ciência e racionalidade.
Com isso, a população francesa passou a rejeitar o Estado absolutista e monárquico que vigorava no país, e a desejar a construção de um governo mais democrático, onde houvesse a participação de cidadãos e não apenas dos súditos do rei.
Características
O nacionalismo que se desenvolveu no século XIX compreendeu um conjunto de sentimentos, ideias e atitudes políticas.
Juntos eles consolidaram a formação dos estados-nações contemporâneos, aliados as noções de soberania e de cidadania, garantidas por uma Constituição mais democrática.
Os únicos países que ainda não tinham sido consolidados no século XIX, mas que tiveram a influência dos valores nacionalistas, foram Itália e Alemanha. Eles buscavam uma identidade nacional e a formação de uma nação.
Já no início do século XX, o nacionalismo passou por dois momentos. O primeiro, não muito agradável, foi marcado pelo surgimento da parceria que se formou entre as ideias nacionalistas e as teorias racistas
, como ocorreu na Alemanha, Itália e Japão.
Um exemplo foram as teorias racistas e defensoras da superioridade da raça ariana (branca) elaboradas pelo nazismo, além da escolha do povo alemão como encarregado pela construção de um império mundial.
Já o segundo momento aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, marcado pelos países colonizados, perante as formas neocolonialistas de exploração.
Exemplos de nacionalismo
Nacionalismo brasileiro
O nacionalismo brasileiro é o movimento que valoriza a cultura e a diversidade. Porém, para alguns estudiosos essa afirmação é um tanto equivocada. Eles afirmam que a maioria do povo brasileiro não é nacionalista, uma vez que apenas demonstra o amor pela nação na altura de grandes competições esportivas, a exemplo da Copa do Mundo ou Olimpíadas.
Essa ideologia foi usada por muitos governos, intelectuais e artistas para interpretar atitudes políticas vividas pelo país. Como primeiro exemplo de nacionalismo brasileiro, é possível citar a implantação da República que construiu a ideia de um "país moderno" frente a antiga monarquia.
No segundo momento, é possível listar a construção do Estado Novo (1937-1945), durante o governo de Getúlio Vargas, no qual o nacionalismo foi na implementação de políticas populistas e construção de estatais como a Petrobras, Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional.
E, por fim, foi possível ver o nacionalismo brasileiro presente na Ditadura Militar (1964-1985), onde aspectos de autoritarismo foram demostrados em slogans como: “Ninguém segura este país”, “Brasil ame-o ou deixe-o”, além das músicas com refrões do tipo “Eu te amo, meu Brasil, eu te amo; ninguém segura a juventude do Brasil”, “Este é um país que vai pra frente (…)”.
Contudo, historicamente o povo brasileiro nunca precisou se unir para enfrentar uma ameaça externa. Inclusive, quando o país conquistou a sua independência, tal vitória foi alcançada por um pequeno grupo que lutava por seus interesses.
Nacionalismo romântico
O nacionalismo romântico, também chamado de orgânico ou de identidade, é um tipo de ideologia no qual o Estado deriva a sua legitimidade política como consequência orgânica da unidade dos indivíduos que estão sob o seu governo. Assim, ele expressa a sua cultura através de várias áreas como a língua, religião, costumes, entre outros.
Essa ideologia surgiu como uma reação à hegemonia dinástica e imperial, que proclamava a legitimidade do Estado “de cima para baixo”, emanando o poder do monarca ou de outra autoridade.
Ufanismo e Patriotismo
O Ufanismo está relacionado ao exercício exagerado do nacionalismo, ou seja, ao orgulho excessivo pelo país em que nasceu
. Dessa forma, mostra-se agressivo ao considerar que somente a sua pátria é digna e merecedora de prosperidade e paz.
Nestes casos, é muito comum que um ufanista considere a sua pátria superior à dos outros, o que pode resultar na criação de inimigos externos ao país, esforços militares, convocação da população para agir militarmente, além do incentivo a atos de discriminação, como o racismo e a xenofobia contra pessoas de outras nacionalidades.
Alguns estudiosos defendem o patriotismo como uma maneira de expressar o nacionalismo através de símbolos nacionais, como a bandeira e o hino. Entretanto, eles não reúnem o mesmo conceito, pois enquanto o patriotismo está relacionado ao amor que se tem pela pátria, o nacionalismo está mais voltado para questões políticas.
Uma das ideias nacionalistas é a preservação da nação, quanto a defesa de territórios e fronteiras, bem como manutenção do idioma nas manifestações culturais, opondo-se a todos os processos que possam acabar ou transformar essa identidade.