Resumo de Educação Artística - Niilismo

O Niilismo é uma ideologia filosófica que consegue alcançar as diferentes classes do mundo moderno. Sua principal linha de raciocínio é uma visão cética radical em relação às perspectivas da realidade, que extermina convicções, princípios e valores.

Niilismo vem do termo latim “nihil” que significa “nada”. Sua descrença atinge diversas camadas da contemporaneidade como: arte, ciências humanas, ética, literatura, moral e teorias sociais, fazendo crer na redução ao nada, no aniquilamento e na não existência.

Essa corrente filosófica acredita no vazio e seu conceito é baseado na subjetividade do viver. A filosofia defende que não existe nenhum fundamento metafísico que justifique a existência humana. Tradições alicerçadas e verdades absolutas, simplesmente não existem.

Além disso, crenças e valores tradicionais não têm sentido, tampouco alguma utilidade na existência do ser humano, portanto são inconsistentes e descabidos. O niilismo é baseado no ceticismo, desprovido de regras e contrário aos ideais das escolas materialistas e positivistas.

O niilista desvaloriza e mata o sentido, não dá finalidade nem resposta a qualquer “porquê”, depreciam, despedaçam e dissolvem todos os critérios absolutos, valores e princípios. Tudo é questionável e radicalmente discutido.

O termo Niilismo é aplicado de formas diferentes. Alguns estudiosos fortalecem o termo negativo, derrotista e pessimista, relacionando com a anarquia, a destruição e a negação dos princípios políticos, religiosos e sociais.

Outros filósofos focam na essência do pensamento niilista, acreditando que, ao analisar minuciosamente a corrente, isso pode provocar a verdadeira libertação do ser humano. O aspecto positivo justifica o poder humano para escolher e assumir suas próprias responsabilidades e consequências.

Características do Niilismo

A filosofia niilista tinha muitas formas e vertentes. Os russos, por exemplo, acreditavam que a divindade era frequentemente questionada.

Algumas características principais da corrente niilista são:

  • Apresenta conceitos pessimistas;
  • A razão é inexistente, assim como o sentido e significância na existência humana;
  • Não existe nenhuma verdade sobre como surgiram os seres humanos;
  • Retirar a família, a religião e o estado da regência da felicidade humana.

Formas de Niilismo

Algumas diferentes vertentes de Niilismo:

  • Existencial: A existência humana não possui qualquer propósito divino.
  • Moral: não julga ação alguma como imoral ou ainda moral.
  • Negativo: Rejeição de tudo o que é “controlador” nas esferas político-sociais e religiosas, buscando uma forma de alcançar o paraíso.
  • Político: romper com forças de qualquer natureza, seja religiosa, política ou social é importante para um futuro mais proveitoso.

Filósofos niilistas

A maioria dos filósofos niilistas eram alemães. Alguns propagavam a corrente de forma ferrenha em suas obras:

  • Arthur Schopenhauer (1788-1860): via o mundo como alegoria, infeliz. Talvez tenha sido o filósofo mais pessimista de todos.

“A religião pode ser comparada a alguém que pega um cego pela mão e o guia, pois este é incapaz de enxergar por si próprio, tendo como preocupação chegar ao seu destino, não olhar tudo pelo caminho.” (Schopenhauer)

  • Friedrich Hegel (1770-1831): criticava as concepções filosóficas do passado. Caracterizando como: sem vida, sem história embasada e totalmente tendenciosa.

“A necessidade, a natureza e a história não são mais do que instrumentos da revelação do espírito.” (Hegel)

  • Friedrich Nietzsche (1844-1900): era conhecido por seu imenso ceticismo e pessimismo ferrenho. Talvez seja o grande expoente da filosofia niilista.

“O ser humano preferirá ainda querer o nada a nada querer…” (Nietzsche)

  • Martin Heidegger (1889-1976): seguia igualmente a corrente existencialista, diferente dos outros niilistas

“A angústia é a disposição fundamental que nos coloca perante o nada.” (Heidegger)

Outros filósofos alemães que abordaram e se aprofundaram sobre o niilismo:

  • Jürgen Habermas (1929)
  • Ernst Jünger (1895-1998)
  • Friedrich Schlegel (1772-1829)

O Niilismo de Nietzsche

O filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche através da corrente niilista propôs a “ausência de sentido” ligado ao conceito do “Super-Homem”, que surgiu a partir da “Morte de Deus”, isto é, da ausência de qualquer princípio.

Segundo Nietzsche, se os homens são isentos de crenças, dogmas, normas e tradições, eles então, terão o livre arbítrio para dominar suas vidas. Como resultado disso, teremos “homens novos” por intermédio da “vontade de potência”.

Aquilo que é pregado pelas instituições políticas, religiosas e sociais, como poder e valores se tornam inexistentes. O homem passa a ser livre e capaz de fazer suas próprias escolhas, não correndo o risco de se corromper com qualquer tipo de crença.

As implicações niilistas para Nietzsche eram contestações para decisões e ponderações no cotidiano do ser humano. Se o “Super-Homem” conquista esse poder, acontece uma metamorfose de todos os valores.

Tipos de Niilismo

De acordo com o filósofo Nietzsche, existem dois tipos de niilismo:

  • Niilismo Passivo – prega que a evolução humana acontece, mas não há mudança de valores. Também é conhecido como niilismo incompleto e podia ser apontado como a evolução da criatura, mas nunca uma modificação nos valores. Por meio do anarquismo se entende a evolução, só que os valores que foram destruídos darão lugar para valores novos.

Nega o desperdício da força vital na vã expectativa de ser recompensado, ou então, de encontrar um sentido para a vida. Isso se opõe à moral cristã e não admite que a vida seja orientada por qualquer tipo de padrão moral visando um mundo superior, fazendo o homem mentir para si próprio, se modificando, enquanto leva sua vida preso em uma mentira.

  • Niilismo Ativo – enfatiza que a evolução humana é responsável pela metamorfose dos valores, nem com a concepção dos novos. Conhecido também como niilismo completo sugere uma atitude mais ativa que renega os valores metafísicos e redireciona a força vital para a destruição moral.

Depois dessa destruição, tudo cai no vazio, a vida não possui sentido algum, onde reina o absurdo. O niilista não podia ver alternativa, a não ser esperar ou provocar a morte. Nietzsche não recomendava práticas suicidas.

Niilismo pós-Nietzsche

Confirmando a previsão de Nietzsche, só depois do início da Primeira Guerra Mundial e também dos avanços científicos foi que o niilismo ganhou atenção e notoriedade. Jürgen Habermas e Martin Heidegger transmitiram importantes pensamentos e a partir daí, o termo foi encontrando novas fontes e interpretações.